Líderes dos BRICs: estes países vão estar entre as cinco maiores economias mundiais em 2050 (Roberto Stuckert Filho/PR)
Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2011 às 16h00.
São Paulo – Há 10 anos a equipe econômica do banco Goldman Sachs, liderada por Jim O’Neill, passou a acompanhar mais de perto o crescimento das principais economias emergentes. Foi naquela época que O’Neill criou o termo BRIC para se referir ao grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China, os emergentes com as perspectivas mais promissoras.
Nesta semana o Goldman divulgou um estudo com projeções para os emergentes nas próximas três décadas. Segundo os economistas responsáveis, os números são “tão incríveis quanto eram há dez anos”. De acordo com o estudo, os BRICs estarão entre as cinco maiores economias do mundo até 2050. Veja abaixo cinco projeções do Goldman Sachs para os países emergentes.
Os BRICs estarão no “Top 5” em 2050
O relatório do Goldman Sachs diz que as projeções para os BRICs são “tão incríveis quanto eram há dez anos”, quando o banco começou a dar maior atenção para o grupo de países. A expectativa dos analistas é que em 2050 estas economias estejam entre as cinco maiores do mundo.
O “top 5” será, pela ordem: China, Estados Unidos, Índia, Brasil e Rússia. Neste cenário, o banco estima que a China ultrapasse os Estados Unidos em 2026. Os BRICs, juntos, devem somar uma economia maior do que a dos países do G7 em 2032.
“Não-BRICs” crescem também (e muito)
Nas próximas três décadas outros países emergentes fora dos BRICs também terão uma fase de forte crescimento econômico. É o caso de Egito, Vietnã, Indonésia, Bangladesh, dentre outros. Na última década, 27% do crescimento da economia mundial correspondeu à contribuição destes países.
Em 2050, esta proporção deve aumentar para mais de 40%. O relatório do Goldman observa, entretanto, que estas projeções dependem de investimentos que sustentem o crescimento sustentado destes países.
Emergentes vão reduzir desigualdades...
As projeções do Goldman para a distribuição de renda nos países emergentes é otimista também. Os analistas esperam uma redução na desigualdade dentro de cada nação, mas também entre nações.
Assim, a classe média nas economias emergentes deve aumentar nas próximas décadas, e o número de países de renda média vai crescer também. “Como resultado do crescimento continuado dos BRICs e de outras economias emergentes, vemos um aumento constante na distribuição de renda nestes países”, diz o relatório.
...mas ainda ficam longe dos países ricos
Apesar do crescimento, os emergentes ainda vão ficar muito atrás dos países ricos quanto ao PIB per capita. Até 2050, a renda por habitante de Brasil e Rússia vai aumentar quatro e seis vezes, respectivamente. Na China, o aumento será de nove vezes.
“Mas apesar deste crescimento, o PIB per capita destes países continuará sendo apenas uma fração do dos Estados Unidos. Isto ressalta algo que já havíamos dito em nossas primeiras projeções para os BRICs: o processo de convergência de renda leva muito tempo”, dizem os analistas do Goldman.
BRICs e companhia vão deixar o ambiente mais tenso
À medida que a distância entre economias desenvolvidas e emergentes diminuir nas próximas décadas, a tensão entre os países deve aumentar, por causa da sensação de maior competitividade no cenário global. Esta situação complicada pode, por sua vez, estimular países a preferir o isolamento político em vez de maior integração.