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5 perguntas sobre a morte do líder do Estado Islâmico

Essa não é a primeira vez que a morte de Abu Bakr Al-Baghdadi é anunciada. Entenda os conflitos de informação sobre o líder do EI

Abu Bakr Al-Baghdadi: morte de líder do EI ainda não foi oficialmente confirmada (Redes Sociais via Reuters TV/Reuters)

Abu Bakr Al-Baghdadi: morte de líder do EI ainda não foi oficialmente confirmada (Redes Sociais via Reuters TV/Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 12 de julho de 2017 às 10h15.

Última atualização em 12 de julho de 2017 às 12h17.

São Paulo – O grupo extremista Estado Islâmico (EI) vem dando sinais de enfraquecimento na Síria e no Iraque. Só nesta semana, a sua derrota em Mosul (Iraque) foi reconhecida pelo exército iraquiano e pela coalizão internacional e foram feitos avanços significativos para a expulsão de seus militantes baseados em Raqqa (Síria).

Agora, relatos ainda não confirmados oficialmente dão conta de que seu líder, Abu Bakr Al-Baghdadi, está morto. A notícia tomou conta do noticiário internacional na última terça-feira, depois que o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), principal meio de informação sobre a guerra na Síria, alegou ter confirmado essa informação.

Abaixo, EXAME.com reuniu perguntas e respostas sobre esse que pode ser mais um duro golpe na organização do EI em todo o mundo. Entenda:

Quem alega que Baghdadi está morto?

A primeira notícia veio do OSDH, que é uma rede baseada no Reino Unido, mas composta de ativistas sírios que seguem reportando da Síria.

Depois, foi a vez da agência de notícias estatal da China, Xinhua, divulgar a informação, citando uma agência de notícias do Iraque, a al-Sumaria News. Informou, ainda, que o grupo já está escolhendo um sucessor.

A Rússia, no entanto, já havia dito em junho que o líder do EI havia sido morto no fim de maio após um ataque aéreo em Raqqa, onde estava reunido com outros comandantes.

Quais provas existem dessa informação?

Segundo o diretor do OSDH, os ativistas da entidade confirmaram a morte com fontes ligadas ao alto escalão do EI, mas essas pessoas não souberam dizer quando, afinal, Baghdadi teria falecido. Vale lembrar, no entanto, que a entidade se consolidou como uma fonte confiável de notícias sobre a guerra civil na Síria e o combate ao EI.

De acordo com os chineses, o reconhecimento desse fato teria vindo do próprio grupo via comunicado que circulou entre seus membros. Já no caso dos russos, nenhuma prova que pudesse corroborar essa morte foi oferecida pelas autoridades no momento do anúncio. Na ocasião, EUA, Iraque e autoridades curdas disseram que a informação era inconsistente.

Quem não confirmou?

Estados Unidos, Iraque e autoridades curdas, partes envolvidas no combate ao grupo em solo iraquiano, enxergaram a notícia com ceticismo. “Não temos informações que confirmem a morte de Abu Bakr al-Baghdadi”, disse o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

Embora a Xinhua tenha noticiado a circulação do comunicado do grupo entre seus membros, essa movimentação tampouco foi confirmada por autoridades.

E se a morte for confirmada?

Se a morte de Baghdadi for confirmada, será, evidentemente, um golpe na organização e estrutura do EI em um momento em que tenta sobreviver às investidas na Síria e no Iraque, mas isso não significa que o grupo foi derrotado em toda a sua capacidade, apenas que está enfraquecido nessas regiões.

O EI, hoje, está em transformação, expandindo suas atividades para outros países, especialmente no Sudeste asiático, com foco nas Filipinas, e modificando suas estratégias de ataques.

Quem, afinal, é Baghdadi?

Recluso, Baghdadi foi visto pela última vez em público em 2014, quando falou ao mundo do púlpito da mesquita Al Nuri, em Mosul, sobre o estabelecimento de um califado islâmico na Síria e Iraque e se autoproclamou o líder do mundo muçulmano.

Desde então, notícias sobre sua morte apareceram com frequência, mas, na maioria das vezes, tais não forma oficialmente confirmadas.

Sobre suas origens, sabe-se que nasceu no Iraque em 1971 e hoje é considerado um dos terroristas mais procurados do mundo. O FBI, inclusive, tem uma recompensa sobre seu paradeiro avaliada em 25 milhões de dólares.

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