São Paulo –Existem hoje 48 milhões de crianças vivendo em situação de deslocamento em todo o mundo. É o que constatou uma pesquisa da Unicef, braço da ONU para a infância, divulgada nesta semana. De acordo com a entidade, 28 milhões delas estão fugindo de conflitos armados, como a guerra na Síria.
O retrato pintado pelos números da Unicef é sombrio: só no ano passado, 100 mil crianças desacompanhadas registraram pedidos de asilo em 78 países. Essas crianças, alerta a entidade, estão entre as mais vulneráveis a situações de abusos e toda a sorte de explorações, são, afinal, presas fáceis para traficantes de pessoas.
Do total de crianças deslocadas, aproximadamente 20 milhões estão fugindo da pobreza e da violência decorrente da ação de gangues. Por estarem muitas vezes desprovidas de documentação e sem status legal definido, essas crianças enfrentam situações arriscadas e muitas terminam presas ao tentarem se locomover para outros países.
Refugiados
Uma em cada 200 crianças do mundo é hoje refugiada e 45% desses pequenos refugiados nasceram em apenas dois países: Síria e Afeganistão. Das crianças que buscaram proteção na Europa, 70% delas eram sírias, iraquianas ou afegãs.
A divulgação dessa informação vem no mês em que se lembra o aniversário da morte do refugiado sírio Aylan Kurdi, de apenas 3 anos de idade. No ano passado, o mundo se comoveu com uma foto que mostrava o pequeno corpo do menino sendo retirado de uma praia na Turquia após o naufrágio da embarcação que tentava chegar à Grécia.
Um ano depois dessa tragédia, pouco foi feito para mudar a situação dessas pessoas e a crise de refugiados continua uma das mais sérias já enfrentadas pela humanidade.
O contexto dessa crise é especialmente complexo na Turquia, país que abriga o maior número de refugiados, e no Líbano, onde um a cada cinco habitantes é refugiado. No Reino Unido, a taxa de refugiados por habitantes é de um em cada 530 e nos Estados Unidos um em cada 1.200.
“Muitos desses refugiados conheceram apenas conflitos e a privações em suas vidas. Se falharmos em provê-los – crianças refugiadas e migrantes – com oportunidades para educação e uma infância normal, como conseguirão contribuir positivamente para suas sociedades? ”, questionou Anthony Lake, diretor executivo da Unicef.
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1. Pulitzer 2016
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1/17 (REUTERS/Yannis Behrakis)
São Paulo – O Prêmio Pulitzer, maior honraria do jornalismo internacional, anunciou seus vencedores no início desta semana e trouxe a crise dos
refugiados para o centro das atenções de uma de suas mais consagradas categorias, a “Fotojornalismo”. A situação dessas pessoas parece não melhorar. Se antes conseguiam entrar com relativa tranquilidade nos países europeus, agora os refugiados enfrentam a política de deportação firmada entre
União Europeia e Turquia. Entre as crianças refugiadas, o cenário é ainda pior. Nesta semana, a Alemanha
revelou que quase 8 mil menores desacompanhados foram registrados como desaparecidos. Teme-se que tenham sido forçados a entrar numa vida de prostituição e exploração. A maioria dessas pessoas vêm de países como Síria e Iraque, devastados por guerras e pelo problema da atividade terrorista do grupo extremista
Estado Islâmico. Para tentar sobreviver, deixam tudo para trás em busca de uma nova vida em solo europeu. Arriscam-se por fronteiras terrestres ou embarcações precárias via Mar Mediterrâneo. Só em 2016, 179 mil pessoas atravessaram o mar em direção à Europa e 737 mortes foram registradas, revelaram
números atualizados da Organização Mundial para Migração (IOM). Em 2015, o total de refugiados que realizaram essa jornada entre janeiro e abril foi de 23 mil. Prêmio Pulitzer Neste ano, esse prêmio na categoria “
Fotojornalismo” foi dividido pelas equipes da agência de notícias Reuters e do jornal americano The New York Times. A equipe da Reuters acompanhou grupos de refugiados pelas fronteiras europeias e o trabalho foi elogiado pela força e identidade de cada imagem registrada. Já a equipe do NYT recebeu o prêmio por ter retratado com fidelidade a determinação dos refugiados e os perigos das suas jornadas. No site do
Prêmio Pulitzer, é possível conferir todas as fotografias premiadas na edição 2016 da honraria. Nesta galeria, EXAME.com apresenta algumas delas. E fica o alerta: as imagens são fortes.
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2. Pulitzer 2016
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2/17 (REUTERS/Yannis Behrakis)
Foto de Yannis Behrakis, da Reuters, registrada entre a Turquia e a Grécia em agosto de 2015.
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3. Pulitzer 2016
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3/17 (REUTERS/Yannis Behrakis)
Foto de Yannis Behrakis registrada em Lesbos, Grécia, em setembro do ano passado.
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4. Pulitzer 2016
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4/17 (REUTERS/Alkis Konstantinidis)
O corpo de um refugiado não identificado é fotografado na costa de Lesbos, na Grécia, depois de ter sido levado à praia pela maré do Mar Mediterrâneo. Foto de Alkis Konstantinidis
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5. Pulitzer 2016
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5/17 (REUTERS/Alkis Konstantinidis)
Imagem de Alkis Konstantinidis mostra um refugiado sírio tentando nadar em direção à costa de Lesbos, na Grécia, depois de seu bote ter naufragado a 100 metros da praia.
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6. Pulitzer 2016
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6/17 (REUTERS/ Srdjan Zivulovic)
Na Eslovênia, refugiados caminham nos arredores de Brezice, Foto registrada por Srdjan Zivulovic, da Reuters.
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7. Pulitzer 2016
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7/17 (REUTERS/Yannis Behrakis)
De acordo com a Reuters, o homem que se vê dentro do ônibus chegou à capital grega Atenas em uma embarcação que transportava 2.500 refugiados que desembarcaram na ilha de Lesbos em outubro do ano passado. Foto de Yannis Behrakis.
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8. Pulitzer 2016
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8/17 (REUTERS/Yannis Behrakis)
Senhora palestina de 70 anos que vivia em Aleppo, Síria, é fotografada na ilha de Kos, na Grécia depois de atravessar do Mar Egeu, na Turquia. Foto registrada por Yannis Behrakis em agosto do ano passado.
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9. Pulitzer 2016
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9/17 (REUTERS/Yannis Behrakis)
Homem salta de embarcação lotada para a praia na ilha de Lesbos, na Grécia, em outubro do ano passado. A foto é de Yannis Behrakis.
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10. Pulitzer 2016
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10/17 (REUTERS/Alexandros Avramidis)
Policial da Macedônia levanta o cassetete em direção aos refugiados para impedir que ultrapassem a fronteira com a Grécia. Foto de Alexandros Avramidis registrada em agosto do ano passado.
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11. Pulitzer 2016
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11/17 (REUTERS/Bernadett Szabo)
Refugiados sírios entram na Hungria via Sérvia e se arriscam embaixo de arames farpados que delimitam as fronteiras entre os países. Foto registrada por Bernadett Szabo em agosto do ano passado.
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12. Pulitzer 2016
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12/17 (REUTERS/Alkis Konstantinidis)
Refugiado sírio tenta respirar no meio da multidão enquanto aguarda para ser registrado em Kos, na Grécia. Foto de Alkis Konstantinidis capturada no ano passado.
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13. Pulitzer 2016
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13/17 (REUTERS/Yannis Behrakis)
Refugiados caminham pela lama na fronteira entre a Grécia e a Macedônia. Foto de Yannis Behrakis registrada em setembro de 2015.
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14. Pulitzer 2016
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14/17 (REUTERS/Stoyan Nenov)
Policial tenta impedir que homem entre em um trem pela janela na Macedônia. Foto de Stoyan Nenov registrada em agosto de 2015.
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15. Pulitzer 2016
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15/17 (REUTERS/Yannis Behrakis)
Refugiados imploram a policial da Macedônia que os deixem atravessar a fronteira da Grécia durante uma tempestade. A imagem é de Yannis Behrakis e foi registrada em setembro do ano passado.
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16. Pulitzer 2016
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16/17 (REUTERS/Michael Dalder)
Refugiados são guiados por policiais alemães para um centro de registros na cidade de Passau. Esse grupo, revela a Reuters, teria chegado em solo alemão pela fronteira com a Áustria. A imagem é de Michael Dalder e foi capturada em outubro do ano passado.
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17. Agora veja a gravidade da guerra da Síria
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17/17 (Getty Images)