Mundo

2º dia de greve contra reforma da Previdência é marcado por caos na França

Trens com destino a Paris foram cancelados no horário de pico nesta sexta-feira; 10 de 16 linhas de metrô foram fechadas

França: segundo dia de protestos é marcado por caos nos transportes (Charles Platiau/Reuters)

França: segundo dia de protestos é marcado por caos nos transportes (Charles Platiau/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 6 de dezembro de 2019 às 10h14.

Paris — A França enfrentou um segundo dia de caos nos transportes e escassez de funcionários em escolas e hospitais, nesta sexta-feira, mas sindicatos disseram que não afrouxarão a greve contra a reforma previdenciária de Emmanuel Macron até o presidente recuar da proposta.

Grande parte da França parou na quinta-feira, quando funcionários dos sistemas de transporte entraram em greve acompanhados de professores, médicos, policiais, bombeiros e outros servidos públicos. Gás lacrimogêneo se espalhou pelas ruas de Paris e Nantes à medida que os protestos se tornaram violentos.

A greve opõe Macron, um ex-banqueiro de investimento de 41 anos que tomou posse em 2017 prometendo abrir a economia altamente regulada da França, e centrais sindicais poderosas que dizem que ele está determinado a desmantelar as garantias trabalhistas do país.

Trens com destino a Paris foram cancelados no horário de pico nesta sexta-feira, e 10 de 16 linhas de metrô foram fechadas, enquanto outras ofereciam serviços limitados. Como os usuários do transporte interurbano recorreram aos seus carros, congestionamentos de 350 quilômetros entupiram as ruas dentro e ao redor da capital, de acordo com o aplicativo de trânsito Styadin.

Os ferroviários prorrogaram sua greve nesta sexta-feira, e sindicatos da RATP, a operadora de ônibus e metrô de Paris, disseram que sua paralisação continuará até segunda-feira.

"Protestaremos durante uma semana ao menos, e no final desta semana é o governo quem recuará", disse Patrick Dos Santos, funcionário do transporte de Paris de 50 anos.

As principais centrais sindicais deveriam se reunir na manhã desta sexta-feira para decidir as próximas ações.

O resultado depende de quem cede primeiro - os sindicatos, que correm o risco de perder o apoio público se os transtornos durarem muito, ou o presidente, cujos dois anos e meio no cargo vêm sendo abalados por ondas de tumultos sociais.

O ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer, disse que uma reforma profunda é necessária para tornar o generoso sistema de pensões sustentável. Menos professores devem fazer greve nesta sexta-feira, estimou ele.

Macron quer simplificar o sistema de pensões atual, que comporta mais de 40 planos diferentes. Ferroviários e marinheiros, por exemplo, se aposentam até uma década mais cedo do que a média dos trabalhadores.

Ele diz que o sistema é injusto e caro demais e que os franceses terão que trabalhar mais tempo.

Acompanhe tudo sobre:Emmanuel MacronFrançaPlanos de previdênciaProtestos no mundoReforma da Previdência

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru