Ativista segura bandeira palestina na Cisjordânia: Israelenses e palestinos terminam ano com grande aumento no número de vítimas na região (Mohamad Torokman/Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de dezembro de 2013 às 17h17.
Jerusalém - Israelenses e palestinos terminam o ano de 2013 com um grande aumento no número de vítimas na Cisjordânia, embora muito menos que em Gaza, conforme um estudo realizado pela organização de direitos humanos "B'Tselem".
O documento divulgado nesta segunda-feira afirma que as forças de segurança israelenses mataram 36 palestinos em 2013, 27 deles em 20 eventos na Cisjordânia e nove na Faixa de Gaza.
A Cisjordânia registrou um número três vezes maior do que o de 2012, quando morreram oito palestinos. Já com relação à Gaza, governada pelo movimento islamita Hamas, o relatório mostra uma queda considerável no número de vítimas, de 246, em 2012, (79 sem contar as vítimas da Operação Pilar Defensivo) para oito, em 2013.
Por sua vez, os palestinos mataram ao longo deste ano seis israelenses - entre civis e militares - dois a mais que em 2012.
Do total, cinco pessoas, entre elas dois civis, foram mortas em ataques na Cisjordânia e Israel realizados por moradores da Cisjordânia. Enquanto isso, um civil morreu por disparos feitos a partir de Gaza, onde permaneceu, com altos e baixos, o cessar-fogo alcançado após a Operação Pilar Defensivo em novembro de 2012.
A organização B'Tselem, que zela pelos direitos humanos nos territórios ocupados por Israel desde 1967, se queixa em seu informe que o exército segue sem investigar realmente as denúncias contra militares.
"Dois anos e oito meses se passaram desde que a Promotoria Militar introduziu sua nova política (investigações). Desde então, 35 palestinos morreram nas mãos de soldados em 28 fatos separados. A Polícia Militar averiguou as mortes de 23 vítimas em 19 fatos", diz a ONG em comunicado.
A "B"Tselem" destaca que de todas as investigações abertas, somente em cinco delas a Promotoria chegou a tomar decisões, que incluem o fechamento de expedientes em quatro casos, e a condenação de um soldado em um acordo fora de tribunais. Os demais casos estão pendentes de decisões na Promotoria.
"A subida do número de vítimas na Cisjordânia só aumenta nossa preocupação pela existência de impunidade. Embora agora as investigações sejam abertas de forma quase automática, o mecanismo de investigação continua sem mudanças", se queixou a diretora de B"Tselem, Jessica Montell.