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Hollande e Trump vão “esclarecer posições”

Durante o telefonema de menos de dez minutos, eles expressaram sua "vontade de trabalhar em conjunto"

Hollande: "Donald Trump acaba de ser eleito, o meu dever é manter as relações, as melhores possíveis", disse presidente francês (Philippe Wojazer/Reuters)

Hollande: "Donald Trump acaba de ser eleito, o meu dever é manter as relações, as melhores possíveis", disse presidente francês (Philippe Wojazer/Reuters)

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AFP

Publicado em 11 de novembro de 2016 às 16h36.

O presidente francês, François Hollande, e o presidente eleito americano, Donald Trump, conversaram nesta sexta-feira por telefone sobre questões comuns, sobre as quais "concordaram em trabalhar para esclarecer posições", anunciou o Palácio do Eliseu.

Durante o telefonema de menos de dez minutos, eles expressaram sua "vontade de trabalhar em conjunto" e "discutiram temas comuns que concordaram em trabalhar para esclarecer suas posições: a luta contra o terrorismo, a Ucrânia, Síria, Iraque e o acordo de Paris" sobre as mudanças climáticas, explicou a comitiva do presidente francês.

Eles também "lembraram a história e os valores que ambos os países têm em comum, as relações de amizade entre a França e os Estados Unidos", indicou a mesma fonte, acrescentando que a conversa se manteve "em boas condições".

"Donald Trump acaba de ser eleito, o meu dever é manter as relações, as melhores possíveis, mas com base na franqueza e clareza", disse François Hollande nesta sexta-feira antes de sua conversa telefônica.

O chefe de Estado francês, que não escondeu sua preferência pela democrata Hillary Clinton, reagiu na quarta-feira à eleição do bilionário populista citando o início de um "período de incerteza".

Em uma carta de felicitações a Donald Trump na quarta-feira, Hollande tinha proposto "iniciar, sem demora, um diálogo", chamando o magnata imobiliário "a tomar consciência das preocupações que são causadas pelas desordens do mundo".

Durante a campanha eleitoral americana, o presidente francês havia denunciado várias vezes os "excessos" do candidato republicano.

"Os excessos acabam por criar um sentimento de náusea, mesmo nos Estados Unidos, especialmente quando se ataca, como foi o caso de Donald Trump, um soldado", declarou Hollande em agosto, após os ataques do candidato republicano contra o pai de um capitão americano, Humayun Khan, que morreu no Iraque em 2004 ao tentar salvar seus homens.

Alguns dias antes, ele havia respondido a Donald Trump que "a França sempre será a França" depois de declarações do americano sugerindo que o país não era mais o mesmo após o ataque de Nice e o assassinato de um padre.

E Hollande ainda acrescentou: "É quando nos abaixamos que deixamos de ser o que éramos. Isso pode acontecer a outros, do outro lado do Atlântico".

Por sua vez, a chanceler alemã, Angela Merkel, felicitou Donald Trump na quinta-feira por telefone e combinou um encontro, "o mais tardar", para a cúpula do G20 que sediará em julho 2017 em Hamburgo (norte), segundo indicou nesta sexta-feira seu porta-voz Georg Streiter.

Merkel, que lidera a Alemanha há onze anos, mas que ainda não declarou suas intenções para as próximas eleições legislativas, que acontecem em menos de um ano, lembrou o presidente eleito como a Alemanha e os Estados Unidos estão "ligados por valores comuns", ressaltou Streiter.

Reagindo à vitória do bilionário, Merkel havia proposto na quarta-feira uma "estreita cooperação" com a condição de que ela seja "baseado" nesses valores comuns, incluindo "o respeito pela lei, a dignidade humana, independentemente da cor da pele, religião, sexo, orientação sexual ou crenças políticas. "

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