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1. Retrospectiva 2011
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1/13 (Marcel Salim/EXAME.com)
São Paulo - Um ano memorável... O terrorista mais procurado do mundo foi morto. Manifestantes foram às ruas e, com sangue nas mãos, tiraram do poder ditadores que, por décadas, controlavam o povo a mão armada. O fim de uma guerra:
Estados Unidos anunciam a saída do Afeganistão, mas a Coreia do Norte e o Irã ainda representam ameaça. Na
Noruega, país classificado como um dos melhores do mundo para se viver, um massacre brutal colocou em xeque a segurança nacional. Tristeza no Brasil: crianças são assassinadas dentro de uma escola no Rio de Janeiro. Um continente em crise: como a Europa entrou no vermelho? A economia nunca esteve em tempos tão ruins. Bons ventos? A fúria da natureza devastou cidades, deixou desabrigados e levantou debates cruciais: estamos cuidando bem do nosso planeta? Sim, é a vez da mulher.
Dilma Rousseff chegou ao poder, perdeu diversos ministros envolvidos em corrupção, mas termina o ano com forte popularidade. E um final feliz: dos livros para a vida real. O casamento do prícipe e da plebeia. Veja a seguir como 2011 entrou para a história...
(Com informações da Agência EFE)
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2. Posse de Dilma Rousseff
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2/13 (Agência Brasil)
Sim, a mulher pode. A presidente Dilma Rousseff chegou ao poder em 1º de janeiro de 2011 com o desafio de suceder Luiz Inácio Lula da Silva, que deixou a Presidência com maciça aprovação popular após oito anos no poder. Em seu primeiro ano no governo, a primeira mulher a presidir o país manteve a economia a salvo da crise, foi discreta no plano internacional e, sobretudo, surpreendeu por seu rigor nas ações de combate à corrupção. O primeiro escândalo veio em junho, com apenas cinco meses no poder, por denúncias de enriquecimento ilícito que derrubaram o ministro da Presidência, Antonio Palocci, então seu 'braço direito'. Depois caíram os ministros Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo), Orlando Silva (Esporte) e Carlos Lupi (Trabalho), todos por supostas irregularidades. Reticente aos flashes das câmeras que seduziam seu antecessor e sem o mesmo carisma e experiência política de Lula, mas com caráter forte, Dilma impôs um estilo próprio e diferente de governar que, segundo pesquisas que lhe atribuem um apoio de 70%, é aprovado pelos brasileiros.
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3. Casamento Real
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3/13 (Getty Images)
No dia 29 de abril de 2011, os britânicos saíram às ruas para festejar o casamento do príncipe William, um dos membros mais queridos da família real, com Kate Middleton - a jovem que conheceu e namorou enquanto estudava na Universidade de St. Andrews, na Escócia. Com a união matrimonial deWilliam e Kate, o Reino Unido aspira por momentos de mudanças, já que este casamento abre caminho para alterar a lei de sucessão à Coroa britânica. A esperança ocorre porque William e Kate são vistos como pessoas modernas e capazes de impulsionar a monarquia depois dos fracassos matrimoniais de três dos quatro filhos da rainha Elizabeth II, entre eles o príncipe Charles, herdeiro do trono. O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, anunciou um acordo que permitirá suprimir a prioridade de um homem na linha de sucessão à Coroa, uma situação que permaneceu sem mudanças por mais de 300 anos.
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4. Crise de Dívida na Europa
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4/13 (Getty Images)
A União Europeia (UE) multiplicou este ano seus esforços contra a crise do euro, com a realização de dez cúpulas, mas que não permitiram encontrar a solução à crise da dívida soberana na região e recuperar a confiança dos mercados. A mais afetada foi a Grécia: Atenas lembrará 2011 como o ano em que a crise da dívida levou muitos dos seus postos de trabalho, incluindo o do primeiro-ministro, o socialista George Papandreou. Portugal também viveu neste ano a pior crise de sua democracia, com uma série de problemas econômicos que forçou uma mudança de governo e levou ao resgate financeiro e ao programa de austeridade mais rigoroso da história do país. Na Itália, a crise foi a grande protagonista da queda de Silvio Berlusconi como primeiro-ministro, provocando sua substituição pelo ex-comissário europeu Mario Monti, que apareceu com a missão de assumir um governo de tecnocratas para contornar as dificuldades de uma nação quase em recessão. Já a Espanha se despede de 2011 com um novo Parlamento e um novo Governo, do conservador Partido Popular (PP), eleito pelos espanhóis para tirar o país da crise em um pleito no qual desbancou o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que estava há quase oito anos no poder.
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5. Manifestações e Protestos
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5/13 (Divulgação/Getty Images)
A voz do povo é a voz de Deus? Nunca na história foram vistas tantas manifestações nos diversos continentes do globo. A mais intensa, embora não a mais violenta, foi o protesto "Occupy Wall Street", que teve início em 17 de setembro. O movimento era ainda tímido, mas depois ganhou fôlego e passou contar com até dez mil manifestantes. Os protestos, que começaram em Nova York, tão logo se dissiparam para diversas cidades dos Estados Unidos, como Boston, Chicago, Los Angeles e São Francisco, ganharam ainda mais proporção e chegaram até as principais metrópoles do planeta. Sem um líder ou ainda uma ideologia comum, os manifestantes protestaram de forma geral contra a desigualdade social e a ganância empresarial do sistema capitalista. Mais de 700 integrantes chegaram a ser detidos pela polícia pelos crimes de desordem pública e obstrução ao tráfego. As frases de efeito em cartazes utilizados no protesto traduziam o que pensam os manifestantes: algumas vezes eram irônicas e outras agressivas, mas tudo o que eles almejavam era mudança, mesmo que ainda não soubessem qual. No Chile, um objetivo comum estava claro: o principal foco de descontentamento foi o sistema educacional. O país sul-americano tem um dos sistemas escolares mais desiguais do mundo, pois só 15% da verba da educação é financiado pelo estado.
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6. Massacre em Realengo
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6/13 (Reprodução/TV Globo)
Um massacre que gerou comoção mundial. A morte de 12 crianças vítimas de um atentado na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, marcou o ano de 2011. O atirador Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, invadiu a unidade de ensino se fazendo passar por um palestrante e atirou contra dezenas de alunos da instituição. Ele subiu para o 1º andar, invadiu uma sala e atirou, matando quatro estudantes. Em seguida, entrou na sala vizinha e fez mais disparos, matando outras oito crianças. Policiais foram avisados por alunos que fugiram da escola e encontraram Wellington descendo as escadas. A polícia conseguiu, então, atingir a perna do atirador, que se suicidou em seguida. Outros 12 estudantes foram baleados, mas sobreviveram ao ataque. Ao todo, foram mais de 60 disparos em 15 minutos. A notícia foi destaque nos principais jornais do mundo. Até Bono Vox, vocalista da banda U2, e o Papa prestaram homenagens às vítimas. Medidas de segurança nas escolas foram alteradas e o governo antecipou a campanha pelo desarmamento. Dias depois, uma série de vídeos encontrados na casa de Wellington mostraram que ele premeditou o crime, motivado pelo bullying que sofreu na época em que era estudante.
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7. Primavera Árabe
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7/13 (Mahmud Turkia/AFP)
Uma onda de protestos populares varreu o Norte da África e o Oriente Médio na denominada Primavera Árabe, uma rebelião civil contra as ditaduras que está mudando o mapa político da região. Na Tunísia, o islamismo político se impôs nas primeiras eleições democráticas realizadas após as manifestações populares que derrubaram o presidente Zine El Abidine Ben Ali em 14 de janeiro e que se transformou no epicentro dos protestos. No Egito, após o triunfo da revolução que acabou com 30 anos do governo de Hosni Mubarak, a euforia deu lugar à incerteza, com uma junta militar que se recusa a soltar as rédeas do poder e uma titubeante democracia que parece pender cada vez mais para o islamismo. Na Líbia, depois de oito meses de guerra e milhares de vítimas, a rebelião conseguiu derrotar as forças do ditador Muammar Kadafi, que defendeu até sua morte um regime personalista. Em 2011, o regime sírio de Bashar al Assad respondeu com punho de ferro aos milhares de manifestantes que pedem sua saída do poder, e não se curvou diante da pressão internacional, o que levou o país a um conflito armado que se estende até os dias atuais. Estima-se que mais de 3.500 pessoas tenham sido mortas, incluindo 250 crianças.
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8. Morte de Osama bin Laden
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8/13 (White House/Divulgação)
2011 será lembrado como o ano no qual os Estados Unidos lançaram uma ofensiva no Paquistão para encontrar Osama Bin Laden, que acabou morto por comandos americanos numa cidade próxima a Islamabad. Na madrugada do dia 2 de maio, 23 integrantes da força especial da Marinha americana, os Seals, chegaram ao país em dois helicópteros e localizaram o líder da Al Qaeda em Abbottabad. O refúgio de Bin Laden ficava a poucos quilômetros da principal academia de cadetes do Paquistão, Kakul. As chancelarias ocidentais já suspeitavam que o homem mais procurado do mundo estava se escondendo no país. O episódio significou um golpe para o Exército e a inteligência do Paquistão. O então chefe da CIA, Leon Panetta, acusou as forças de segurança do país de ou serem incompetentes ou estarem envolvidas no episódio. Após o incidente, o Exército paquistanês se aproximou ainda mais da China e diminuiu sua cooperação com os EUA e o Ocidente na luta antiterrorista e na reconstrução do Afeganistão.
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9. Fim da Guerra no Afeganistão
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9/13 (Spencer Platt /Getty Images)
Após uma década de guerra, chegou ao fim em 2011 um ciclo de conflitos no Afeganistão com o início da retirada de tropas da Otan e a transferência da segurança do país às forças locais em um processo que ocorre em meio à violência. Apesar de a comunidade internacional anunciar que manterá seu apoio além de 2014, quando está prevista a retirada completa das forças da Otan, o Afeganistão está longe de mostrar sinais que convidem ao otimismo sobre seu futuro a curto e médio prazo. A transferência do controle do país às forças afegãs entrou neste mês em sua segunda fase sem que tenham sido solucionadas dúvidas sobre a capacidade das autoridades locais de garantir a segurança de seus cidadãos e pôr fim aos ataques dos talibãs. No dia 22 de junho, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, detalhou que ainda neste ano 10 mil soldados americanos deixariam o Afeganistão, e que em 2013 a retirada seria concluída. Nos dias posteriores, outros países, como a Espanha, anunciaram também o retorno de suas forças com calendários similares ao dos EUA.
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10. A Derrocada de um Tirano
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10/13 (Jonas Ekstromer/AFP)
A Coreia do Norte diminuiu em 2011 a intensidade de seu discurso contra a comunidade internacional e iniciou uma aproximação dos Estados Unidos e da Coreia do Sul para reabrir as negociações sobre o fim de seu programa nuclear, paradas desde 2008. No entanto, o país asiático, um dos mais isolados do mundo, não interrompeu seu programa de enriquecimento de urânio. Já no plano político, o regime consolidou neste ano a sucessão de Kim Jong-il, que foi substituído por seu filho, Kim Jong-un, após sua morte ter se tornado pública em 19 de dezembro. Ninguém sabe ao certo a idade do jovem, mas acredita-se que ele tenha, no máximo, 30 anos. Em 2010, Kim Jong-un apareceu publicamente quando foi nomeado general de quatro estrelas e vice-presidente da Comissão Militar Central do Partido dos Trabalhadores. No entanto, em todas as ocasiões ele estava junto de seu pai, que era governante de fato da Coreia do Norte. Em 2008, a saúde de Kim Jong-il já tinha piorado por conta de uma apoplexia.
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11. Obama na Corrida por 2012
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11/13 (Chip Somodevilla/Getty Images)
Neste ano, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, viu suas chances de reeleição em 2012 se complicarem, entre outros motivos por uma economia que não consegue decolar e pela forte oposição republicana, que bloqueia suas principais iniciativas. O governante, que chegou à Casa Branca com uma popularidade superior a 70%, viu sua aprovação cair a 45%, nível mais baixo desde que chegou ao poder. Mas se Obama conseguiu encontrar e matar o terrorista mais procurado do mundo, Osama Bin Laden, e realizou o que muitos outros tentaram - reformar o sistema de saúde dos EUA -, por que não conta com o apoio da maioria dos americanos? A resposta é simples e tem apenas uma palavra: economia. Após dois anos e meio, a taxa de desemprego caiu pela primeira vez em novembro, de 9% para 8,6%. Além disso, a crise da dívida na zona do euro acentua a sensação de incerteza no país, e o próprio presidente reconheceu que o crescimento econômico é frágil.
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12. Copa do Mundo de 2014
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12/13 (Flickr)
A Federação Internacional de Futebol (FIFA) anunciou em 20 de outubro que a abertura da Copa do Mundo de 2014 será em São Paulo, no dia 12 de junho no estádio do Itaquerão às 17 horas. A notícia foi bem recebida pelos paulistanos, em especial, pelos torcedores do Corinthians. Superadas as burocracias necessárias para a obtenção de todos os documentos, os trabalhos finalmente começaram em 30 de maio para a construção do sonhado estádio. A arena tem previsão de ser entregue em dezembro de 2013 e deve estar pronta apenas para a Copa do Mundo de 2014 - e não para a Copa das Confederações. A FIFA também confirmou oficialmente que a grande final da Copa do Mundo será no Rio de Janeiro, no dia 13 de julho, às 16 horas, no estádio do Maracanã, que receberá sua segunda decisão de Mundial (a primeira foi em 1950). A falta de acordo entre parlamentares fez com que a Lei Geral da Copa, do relator deputado Vicente Cândido (PT-SP), fosse mais uma vez adiada. A decisão fica para 2012 e é mais uma exigência da FIFA para realização do Mundial no Brasil.
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13. Memória
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13/13 (Getty Images)
As personalidades mundiais que faleceram em 2011: 23/03 - A atriz britânica Elizabeth Taylor, 79 anos
18/04 - Pietro Ferrero, um dos herdeiros do grupo italiano Ferrero, 47 anos
23/04 - O japonês Norio Ohga, ex-presidente de Sony, 81 anos
01/05 - O saudita Osama bin Laden, líder da organização terrorista Al Qaeda, 54 anos
02/07 - O ex-presidente e senador brasileiro Itamar Franco, 81 anos
23/07 - A cantora britânica Amy Winehouse, 27 anos
05/10 - O americano Steve Jobs, fundador da Apple, 56 anos
20/10 - O ditador líbio Muammar Kadafi, 69 anos
22/10 - O príncipe herdeiro saudita Sultan bin Abdul Aziz, 83 anos
23/10 - O piloto italiano Marco Simoncelli, 24 anos
04/11 - O colombiano Alfonso Cano, chefe das Farc, 63 anos
04/12 - O ex-jogador brasileiro de futebol Sócrates, 57 anos
17/12 - O carnavalesco Joãozinho Trinta, 78 anos
17/12 - O ator e diretor brasileiro Sérgio Britto, 88 anos
17/12 - O líder norte-coreano Kim Jong-il, 69 anos.