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139 corpos são resgatados após acidente aéreo na Nigéria

''Seguiremos amanhã (com a operação) porque ainda não resgatamos todos os corpos'', disse a diretora da Agência Nacional de Gestão de Emergências

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2012 às 19h09.

Lagos - Os serviços de emergência da Nigéria resgataram nesta segunda-feira, ao término do segundo dia das operações de busca, 139 corpos entre os destroços do avião MD83 da companhia nigeriana Dana Air que caiu no domingo com 152 pessoas a bordo em um populoso bairro nos arredores de Lagos.

''Seguiremos amanhã (com a operação) porque ainda não resgatamos todos os corpos'', disse à imprensa a diretora da Agência Nacional de Gestão de Emergências (Nema, na sigla em inglês), Alexandra Bankole.

Este é o primeiro número oficial que se conhece, e as autoridades nigerianas temem que o número de vítimas possa ser muito superior, já que a colisão da aeronave destruiu também três imóveis no bairro residencial de Iju, próximo ao Aeroporto Internacional Murtala Muhammed, nos arredores de Lagos.

O diretor da Agência de Gestão de Emergências do Estado de Lagos (Lasema, na sigla em inglês), Femi Osanyintolu, disse que muitos dos corpos encontrados estão irreconhecíveis porque foram carbonizados. Por isso, serão necessários exames da arcada dentária para identificá-los.

Osanyintolu indicou que os corpos foram transferidos ao necrotério do Hospital da Universidade do Estado de Lagos, onde serão realizados os exames legistas pertinentes.

Ainda não foi encontrada a caixa-preta do avião e também não foram divulgados dados das investigações realizadas pelo Escritório de Investigação de Acidentes da Nigéria.

O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, que visitou o local do acidente nesta segunda-feira, reiterou a necessidade de uma investigação exaustiva para esclarecer as causas e disse que o acidente representa um revés para os esforços de seu governo para melhorar a segurança aérea no país.


''Estamos comprometidos com a segurança aérea nigeriana'', acrescentou Johathan, que garantiu que os esforços para isso seriam redobrados. ''Qualquer pessoa que tenha visitado algum dos aeroportos da Nigéria recentemente terá visto uma imensa melhora na infraestrutura''.

No entanto, o acidente aéreo da Dana Air é o segundo de um avião nigeriano em menos de 24 horas. No sábado, uma aeronave de carga da Allied Air saiu da pista ao tentar aterrissar em Acra (Gana) e se chocou contra um ônibus, causando 10 mortes.

Em comunicado oficial sobre o acidente emitido nesta segunda-feira, o governo retificou o número de ocupantes do MD83 acidentado para 152 pessoas - 146 passageiros e 6 tripulantes -, pois no domingo foi divulgada a cifra de 159. O texto indica que, dos 146 passageiros, 135 eram adultos, 5 eram crianças e 6 eram bebês.

Moradores da área criticaram o atraso dos serviços de emergência em chegar ao palco da tragédia, mas a Nema justificou que houve muitas dificuldades para se ter acesso à região devido ao grande número de curiosos que se aproximaram do local.

No entanto, a área permaneceu nesta segunda-feira totalmente isolada e contava com a presença de vários agentes de segurança, medida com a qual se pretende facilitar o trabalho das equipes de resgate.


A imprensa local informa que o avião tinha registrado uma série de ''falhas preocupantes'' no passado, desde que foi comprado pela companhia americana Alasca Airlines, em novembro de 1990, até ser vendido à Dana Air, em fevereiro de 2009.

A ministra de Aviação da Nigéria, Stella Oduah, explicou no domingo que o piloto do avião acidentado, correspondente ao voo 0996, entrou em contato com a torre de controle do Aeroporto Internacional Murtala Muhammed de Lagos e declarou uma emergência às 15h45 locais (11h45 de Brasília).

Segundo Oduah, o avião desapareceu do radar um minuto depois do contato, quando estava a cerca de 12 milhas náuticas do aeroporto.

A aviação nigeriana tem um histórico de tragédias semelhantes: em quatro grandes acidentes aéreos na Nigéria anteriores ao deste domingo, registrados entre 2002 e 2006, pelo menos 470 pessoas perderam a vida. 

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