Idosos: Boris Johnson admitiu ter sido "muito lento" na resposta à proteção de funcionários e de residentes de casas de repouso (Beata Zawrzel/NurPhoto/Getty Images)
AFP
Publicado em 15 de maio de 2020 às 10h06.
Última atualização em 15 de maio de 2020 às 12h03.
Mais de 12.000 pessoas morreram de coronavírus em dois meses, em lares na Inglaterra e no País de Gales - apontam estatísticas divulgadas nesta sexta-feira (15).
Estes números mostram a extensão da pandemia nessas instituições e reforçam as acusações de negligência contra o governo de Boris Johnson.
Um total de 12.526 pessoas que vivem em lares para idosos morreu de covid-19 entre 2 de março e 1º de maio, informou o Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS).
Destas, 9.039 morreram nesses centros (72,2%), e 3.444, em um hospital (27,5%). Segundo o ONS, mais de 25% das mortes de residentes registrados em asilos durante esse período estavam relacionadas com a pandemia.
O primeiro-ministro Boris Johnson reconheceu, em pronunciamento no Parlamento na quarta-feira, que o número de mortos nessas instituições é "muito alto".
O líder conservador admitiu ter sido "muito lento" na resposta à proteção de funcionários e de residentes de casas de repouso e anunciou um financiamento adicional de £ 600 milhões (US$ 730 milhões).
Desde o início da pandemia, várias associações representativas do setor denunciaram a falta de material de proteção e de detecção e o retorno às vezes prematuro aos estabelecimentos de pacientes que saem do hospital.
O governo também foi criticado por ter excluído os óbitos nestas instituições de seus balanços diários, por várias semanas. Estes números passaram a ser incluídos no fim de abril.
No total, 33.841 mortes relacionadas ao coronavírus foram registradas na Inglaterra e no País de Gales entre 1º de março e 30 de abril de 2020. Este balanço corresponde a até 5 de maio, de acordo com o ONS, cujo cálculo é diferente do que é feito pelo Ministério da Saúde.