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1. Sangue à Flor da Pele
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São Paulo - O ano de 2011 será lembrado na história pela grande quantidade de manifestações ao redor do globo. A crise não escolheu continente nem grau de desenvolvimento: atingiu a Europa, considerada primeiro mundo, até países mais pobres localizados no norte da África. As causas das mobilizações são as mais diversas e vão de levantes populares contra o capitalismo até a luta pelo fim de ditaduras. No Oriente Médio e no norte da África, a queda de governos motivou uma onda de protestos em efeito dominó, elevando a quantidade de países em crise. Seja por razões políticas, econômicas ou financeiras, o sangue derramado nas grandes manifestações marcaram 2011. Conheça a seguir o perfil das nações e entenda o que provocou situações tão graves de instabilidade.
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2. Occupy Wall Street
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2/5 (Getty Images)
O movimento Occupy Wall Street começou em 17 de setembro de 2011 e ainda continua. É integrado principalmente por jovens que se manifestam contra o sistema financeiro e a desigualdade social, além de combater a impunidade dos responsáveis e beneficiários pela crise financeira de 2008. A ação, que ganhou repercussão a nível global, é vista por algumas autoridades como uma ameça à segurança pública, já que os participantes ocupam praças públicas de diversas cidades ao redor do mundo. Em 1º de outubro, o protesto mobilizou de cinco a dez mil pessoas. Uma onda de manifestações semelhantes ocorreram em diferentes cidades dos Estados Unidos, como Boston, Chicago, Los Angeles, Portland, São Francisco, entre outras. Na sequência, os protestos se dissiparam para a Europa, Ásia e América Latina. A estratégia do movimento é manter uma ocupação constante de Wall Street, o setor financeiro da cidade de Nova York. Os participantes (denominados como "99%" mais pobres) querem acabar com a ganância de milionários e bilionários (chamados de "1%" mais ricos) e com o sistema capitalista como um todo.
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3. Revolução no Egito
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3/5 (Getty Images)
Depois de 18 dias de protestos, prisões e centenas de mortes, o presidente egípcio Hosni Mubarak cedeu: renunciou em 11 de fevereiro de 2011 a um governo que já durava 30 anos e se afastou da capital Cairo. As manifestações resultaram em mais de 300 mortos e 5 mil feridos. Os protestos, organizados principalmente por redes sociais como Facebook e Twitter, reinvidicavam a restituição de Mubarak, além da realização de eleições parlamentares e o fim da pobreza e da repressão. Um conselho militar assumiu o lugar de Mubarak e governou o país durante o período de transição. A saída dele detonou uma onda de euforia e otimismo, em particular na simbólica praça Tahrir (Libertação), no centro da capital, considerada uma espécie de quartel-general dos manifestantes. Apesar disso, o clima político ainda é era incerto. Protestos para que as eleições ocorressem o mais breve posível começaram a emergir. Em 7 de dezembro, o Partido Liberdade e Justiça (PLJ), braço político da Irmandade Muçulmana (partido opositor a Mubarak), conquistou a maioria das vagas parlamentares no segundo turno da eleição distrital. A composição exata do novo Parlamento será apenas conhecida ao final da última etapa da eleição, prevista para ocorrer em janeiro.
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4. Desemprego na Espanha
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4/5 (Getty Images)
A crise econômica, o desconforto provocado pela recessão e pelo desemprego estão por trás das manifestações na Espanha. A alta taxa de desocupação entre os jovens, que lá chega a 40%, tem motivado muitos estudantes a saírem as ruas em oposição às medidas de austeridade que estão sendo aplicadas pelo governo local. O país vive em meio a ameaça de resgate financeiro da União Europeia (UE) e risco de recessão. Aproximadamente 5 milhões de espanhóis estão sem emprego. A insatisfação da população levou José Luis Rodríguez Zapatero, ex-presidente do governo (cargo equivalente ao de primeiro-ministro em outras nações da Europa) a renunciar em 17 de novembro. Mariano Rajoy, do Partido Popular (PP), assumiu o posto. Durante as manifestações, jovens acamparam em diversas cidades do país europeu e chegaram a entrar em confronto com a polícia.
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5. Manifestação Estudantil no Chile
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5/5 (Flickr)
A crise estudantil no Chile perdura por meses. Os jovens reclamam que o orçamento destinado à educação se aproxime das normas dos países desenvolvidos e, sobretudo, dos mínimos definidos pela Unesco. Eles querem ainda um forte reinvestimento no ensino público e uma reforma que elimine as disparidades entre o público e o privado. No parlamento, os deputados tentam há meses negociar, mas a direita e a esquerda tardam em chegar a um acordo. A mobilização dos estudantes chilenos começou em maio, com manifestações nas ruas de várias cidades. O presidente do Chile, Sebastián Piñera, anunciou no final de setembro que o orçamento educacional do próximo ano havia sido ampliado em 7,2%, uma cifra que é considerada insuficiente por analistas, políticos e dirigentes estudantis.