São Paulo – Cerca de 3,7 milhões de pessoas, número maior que a população do Uruguai, morreram, em 2012, por problemas de saúde relacionados à
poluição do ar nas cidades. É um quadro que não dá sinais de melhora. Um novo
estudo da Organização Mundial de Saúde (
OMS) com 1.600 cidades de 91 países constata que apenas 12% da população total destes complexos urbanos respiram ar conforme as normas da OMS. Ou seja: 88 de cada 100 no mundo respiram mal. No Brasil, segundo dados da entidade, a concentração média de poluentes em suspensão no ar é de 40 microgramas por metro cúbico (mg/m³), o dobro do nível considerado seguro. Já na China, cuja capital é atormentada pela poluição, a concentração é de 90 mg/m³, segundo níveis de 2010. Isso é quase cinco vezes o considerado seguro para a
saúde. Os vilões por trás da atmosfera tóxica são velhos conhecidos: queima de combustíveis fósseis pela indústria e o transporte, além do uso intensivo de carvão para gerar energia. Essas atividades liberam as chamadas PM10, partículas inaláveis compostas por substâncias como dióxido de enxofre, monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio, hidrocarbonetos, ozônio e chumbo. Para não oferecer riscos à saúde, a concentração anual dessas partículas na atmosfera deve ser de no máximo 20 microgramas por metro cúbico (20 mg/m3). No entanto, a média mundial é de 71 mg/m3. Em algumas regiões, essas taxas superam em até 14 vezes o nível indicado pela OMS.