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Fed se reúne e mercado espera um status quo nas taxas

O Fed aumentou as suas taxas 11 vezes desde março de 2022, e estão atualmente entre 5,25-5,50%, um máximo desde 2001

Símbolo do Fed, o banco central americano (Samuel Corum/Bloomberg)

Símbolo do Fed, o banco central americano (Samuel Corum/Bloomberg)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 29 de outubro de 2023 às 14h04.

O Federal Reserve (Fed, banco central americano) poderá manter as suas taxas de juros de referência inalteradas na sua reunião desta semana para evitar o risco de recessão, apesar de uma inflação que custa a ceder.

"O Fed está em modo de espera", resume Krishna Guha, economista da Evercore, uma empresa de consultoria de investimentos.

O crescimento da atividade econômica nos Estados Unidos duplicou no terceiro trimestre na projeção anual, em comparação com o trimestre anterior, impulsionado pelo consumo das famílias. Essa informação continua afastando a perspectiva de recessão e pressiona a favor de um novo aumento das taxas de juros.

O Fed aumentou as suas taxas como forma de tornar o crédito mais caro e, assim, moderar o consumo e o investimento, o que exerceu pressão sobre o aumento dos preços.

Mas este "crescimento marcadamente forte no terceiro trimestre", de 4,9% na projeção de 12 meses, é "compensado pelo aumento dos rendimentos" dos títulos do Tesouro, detalha Guha.

"Muitos no Fed consideram que o aumento dos rendimentos (ou das taxas dos títulos do Tesouro) é equivalente a um novo aumento nas taxas de juros", afirma Diane Swonk, economista-chefe da KPMG.

O impacto nos rendimentos dos títulos do Tesouro é muito mais amplo, destaca Swonk, do que o das taxas do Fed, já que as taxas de referência decididas pelo banco central condicionam os empréstimos concedidos pelos bancos, "que representam apenas um terço do crédito nos Estados Unidos".

Opção em aberto

O Fed aumentou as suas taxas 11 vezes desde março de 2022, e estão atualmente entre 5,25-5,50%, um máximo desde 2001.

Quase todos os atores do mercado antecipam que o Fed manterá as suas taxas neste nível, de acordo com a avaliação do CME Group.

Gregory Daco, economista-chefe da EY Parthenon, espera que o Fed mantenha "uma opção para um ajuste adicional", em seu comunicado à imprensa de encerramento da reunião na quarta-feira.

Para Daco, porém, "o ciclo de ajuste (monetário) do Fed acabou" e não haverá mais aumentos de taxas.

"Eles não descartarão um novo aumento", afirma Michael Pearce, da Oxford Economics.

Não cantar vitória

Os dados da inflação de setembro "ainda não são suficientemente bons para que o Fed possa cantar vitória", observaram os economistas da Pantheon Macroeconomics.

O índice PCE, o mais seguido pelo Fed para medir os aumentos de preços, ficou em 3,4% nos 12 meses em setembro. A inflação mensal foi de 0,4%, mesma variação de preços de agosto e um pouco acima do esperado.

Por outro lado, a inflação subjacente, que exclui preços muito voláteis como alimentos e energia, passou de 0,1% em agosto para 0,3% em setembro.

O IPC, por outro lado, manteve-se estável em 3,7% durante 12 meses em setembro, mas o aumento de preços moderou-se na medição mensal pela primeira vez desde maio.

O Banco Central Europeu (BCE) manteve as suas taxas inalteradas na quinta-feira, após dez aumentos consecutivos desde julho de 2022.

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