Carrie Bradshaw, personagem de Sarah Jessica Parker, não teria condições de pagar o aluguel de seu apartamento em Nova York, na série 'Sex and the City" (HBO/Reprodução)
Redator na Exame
Publicado em 13 de setembro de 2024 às 11h08.
As casas que serviram de cenário para algumas das séries e filmes mais icônicos são tão marcantes quanto os personagens. Seja o apartamento de Monica em "Friends" ou a casa dos Soprano em Nova Jersey, esses lares se tornaram uma parte importante das narrativas. No entanto, um novo estudo revela que muitos desses personagens não poderiam arcar com os custos de suas casas nos dias de hoje.
Segundo uma reportagem do The New York Times, pesquisadores da Clever, uma consultoria imobiliária, analisaram dados atuais sobre salários, preços de imóveis, aluguéis, impostos e seguros para determinar se os personagens de 20 produções poderiam realmente pagar suas moradias nos valores atuais. Utilizando listagens reais de imóveis e comparando com os rendimentos projetados dos personagens, a conclusão foi que, na maioria dos casos, essas casas estão muito além do alcance dos protagonistas.
De todas as produções analisadas, apenas duas mostraram lares que os personagens poderiam comprar atualmente, ambas situadas no Meio-Oeste dos Estados Unidos. Uma delas é a casa da família Conner em "Roseanne", localizada na fictícia Lanford, Illinois. Na vida real, a casa está em Evansville, Indiana, e teria um preço de aproximadamente US$ 232.700 (cerca de R$ 1,3 milhão), com uma renda familiar estimada em US$ 112.060 (aproximadamente R$ 633 mil), tornando possível a aquisição do imóvel.
A outra é a casa dos Forman em "That ’70s Show", situada na fictícia Point Place, Wisconsin. O preço estimado da casa seria de US$ 274.900 (cerca de R$ 1,5 milhão), o que seria viável para a renda familiar de US$ 225.750 (aproximadamente R$ 1,2 milhão).
Por outro lado, os personagens de filmes como "Crepúsculo" e "10 Coisas que Eu Odeio em Você", que se passam no noroeste dos Estados Unidos, conseguiriam pagar os aluguéis de suas casas, mas não poderiam comprá-las. No caso de "Os Sopranos", o estudo apontou que a casa em North Caldwell, Nova Jersey, seria inacessível para alguém na posição de Tony Soprano, que trabalhava no setor de gestão de resíduos. O estudo, no entanto, levanta a possibilidade de que ele tivesse fontes de renda adicionais não declaradas.
Em produções ambientadas em grandes metrópoles, como "Sex and the City" e "Friends", os resultados foram ainda mais desafiadores. Carrie Bradshaw, a personagem principal de "Sex and the City", uma colunista que vive em Nova York, não poderia pagar o aluguel de seu apartamento na fictícia Upper East Side. A fachada real do apartamento fica no West Village, onde o aluguel mensal hoje está estimado em US$ 5.700 (cerca de R$ 32 mil), com o valor de compra estimado em US$ 2,77 milhões (aproximadamente R$ 15,6 milhões).
Monica Geller, a chef de cozinha em "Friends", enfrenta situação semelhante: o apartamento no West Village, onde o aluguel é estimado em US$ 7.500 (cerca de R$ 42 mil) e o valor de compra em US$ 2,65 milhões (aproximadamente 14,9 milhões), também seria inalcançável para sua renda.
Outros personagens também enfrentariam dificuldades para pagar suas moradias no cenário atual. Em "Um Maluco no Pedaço", por exemplo, Tio Phil e Tia Viv poderiam até conseguir alugar a mansão de Bel-Air, mas dificilmente conseguiriam comprá-la. O personagem Philip Banks, advogado formado em Princeton e Harvard, teria que ser um dos advogados mais bem pagos de Los Angeles para arcar com os custos da propriedade.
Já na clássica série "Três é Demais", mesmo com as rendas combinadas de Danny, Jesse, Joey e Becky, seria impossível para os personagens pagar pela famosa casa vitoriana em São Francisco. O imóvel, hoje, tem um preço estimado de US$ 6,5 milhões (cerca de R$ 36,6 milhões) e o aluguel mensal está em torno de US$ 18.056 (aproximadamente R$ 101 mil).