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Regionalização é o caminho para construção de cidades inteligentes, dizem urbanistas

Urbanistas discutiram nesta terça-feira as dificuldades de implementação de medidas que levam a construção das cidades inteligentes

Cidades inteligentes: uso da tecnologia é importante como ferramenta  (Elaine Skowronski/Abril)

Cidades inteligentes: uso da tecnologia é importante como ferramenta (Elaine Skowronski/Abril)

Karla Mamona
Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 14 de agosto de 2024 às 21h07.

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Cidade inteligente não significa apenas cidade tecnológica. O conceito das chamadas smart cities, foi debatido, nesta terça-feira, 14, durante o evento SOMA realizado pelo Instituto Mulheres do Imobiliário.

Para Valéria Bechara, sócia do escritório Jaime Lerner, cidades inteligentes são aquelas que proporcionam qualidade de vida aos seus moradores. “E isso inclui usar menos transporte e trabalhar mais perto de casa. É aquela cidade que seu filho pode atravessar a rua sozinho. Isso é uma cidade mais justa. A tecnologia existe e ela é bem-vinda. Mas não podemos associar cidades inteligentes apenas a cidades tecnológicas.”

Elisabete França, Secretária Municipal de Urbanismo e Licenciamento da Cidade de São Paulo, complementou que cidades inteligentes são aquelas que cuidam dos mais vulneráveis, como crianças, idosos e mulheres. “E neste sentido, as mulheres têm um papel importante no planejamento urbano porque elas têm uma percepção diferente. As demandas vindas delas nos ajudam a pensar por exemplo, na segurança do deslocamento, seja de dia ou noite. Isso é uma cidade inteligente.”

Roberta Simeoni, diretora de Urbanismo do Secovi-SP, destacou que a tecnologia, quando bem utilizada, é uma ferramenta importante, principalmente, para fundamentar questões legislativas urbanísticas. “O uso de dados traz respostas mais certeiras, por exemplo, em relação à segurança ou mobilidade. Usar a tecnologia para ter uma cidade melhor.”

Cidades brasileiras

Durante o painel, as especialistas disseram sobre as dificuldades de implementação de medidas que levam a construção de cidades inteligentes. Um dos fatores apontados foi a dificuldade de regionalizar políticas públicas.

“Na habitação social, por exemplo, não é possível, que o imóvel do Minha Casa, Minha Vida, seja igual no Piauí e no sul do país, onde a temperatura é menor. A cartilha nacional do programa ser igual para todos é uma maluquice”, diz Elisabete França.

Roberta Simeoni concordou que que o modelo de construção das cidades é baseado em ‘receitas prontas’ e pouco pensadas em realidades diversas. Para a diretora de Urbanismo do Secovi-SP, o papel da regionalização vai além da legislação. Para ela, os agentes do mercado imobiliário devem entrar na discussão.

“A cidade é construída lote a lote. Temos que pensar as cidades em uma escala menor. Acabamos por passar por uma catástrofe no Rio Grande do Sul. Precisamos pensar em soluções que nos levem a cidades inteligentes.”

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