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Repórter de Invest
Publicado em 24 de janeiro de 2024 às 14h16.
Última atualização em 24 de janeiro de 2024 às 14h46.
As quedas na taxa básica de juros, a Selic, esperada para este ano não deve afetar as taxas de financiamento imobiliário no curto prazo. O diagnóstico é de Sandro Gamba, novo presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
“No curto prazo não vemos um cenário para redução da taxa de financiamento. Já no médio e longo prazo é preciso acompanhar outros indicadores além da Selic”, disse o presidente em coletiva sobre os números do financiamento imobiliário em 2023. Gamba destaca outras duas variáveis importantes que estão na mesa: a curva de juros longa e a participação da poupança no mix do financiamento.
A curva de juros longa tem apresentado queda nos principais vértices – o que conta de forma positiva para uma redução das taxas. A poupança, no entanto, tem perdido participação na carteira total de financiamento, saindo de uma fatia de 40% em 2022 para uma de 34% ao final do ano passado.
“A probabilidade de redução das taxas de financiamento é maior se houver um incremento de poupança no curto prazo, combinado a uma redução da curva de juros longa”, afirmou.
As operações de crédito imobiliário concedidas pelas duas principais fontes de recursos do setor – Cadernetas de Poupança e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) – atingiram o montante de R$ 250,7 bilhões em 2023, registrando crescimento de 4% sobre 2022.
Foi o segundo melhor resultado da série histórica analisada pela Abecip, atrás apenas do ano de 2021, quando o montante alcançou R$ 255 bilhões. Para 2024, a estimativa da Associação é de um novo recorde, que deve levar o volume total de empréstimos para a casa dos R$ 259 bilhões – alta de 3% sobre o resultado do ano passado.
O financiamento com recursos do FGTS deve impulsionar o resultado, com uma alta esperada de 8% para este ano, alcançando R$ 105,7 bilhões. O maior montante, no entanto, deve continuar com recursos da poupança SBPE. A expectativa é de estabilidade em relação ao ano passado, com volume de R$ 153 bilhões.
No ano passado, foram financiadas 994 mil unidades habitacionais no Brasil – 500 mil delas via poupança e o restante através do FGTS.
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