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Qual a empresa mais "Faria Limer"? Ranking usa ocupação de escritórios para eleger top 10

Levantamento da consultoria imobiliária SiiLA indica que empresas do setor financeiro são as que mais ocupam escritórios na avenida

Edifício Birmann 32, na Faria Lima: região tem os escritórios corporativos mais caros do País (Leandro Fonseca/Exame)

Edifício Birmann 32, na Faria Lima: região tem os escritórios corporativos mais caros do País (Leandro Fonseca/Exame)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 15 de agosto de 2024 às 08h02.

Última atualização em 15 de agosto de 2024 às 10h21.

A Avenida Brigadeiro Faria Lima, localizada entre as Zonas Oeste e Sul de São Paulo, é o endereço corporativo mais disputado (e caro) da capital paulista, com aluguéis que podem alcançar R$ 400 por metro quadrado. O endereço não é chamado de centro financeiro à toa: os bancos são as empresas mais “Faria Limers” da região quando o assunto é ocupação de escritórios.

A liderança fica com o Itaú, maior banco do Brasil, que tem 31 mil metros quadrados de escritórios de alto padrão (classificação A+ e A) na Faria Lima. Os números são de levantamento da consultoria imobiliária SiiLA, ao qual a EXAME teve acesso com exclusividade. 

A jóia do portfólio é o Faria Lima 3500, comprado pelo Itaú este ano por R$ 1,5 bilhão – na transação mais cara de um único edifício na história do Brasil. O empreendimento, que abriga o Itaú BBA, tem seis andares em forma de trapézio invertido e fachada completamente revestida em vidro. São 25 mil metros quadrados ao todo, com uma área privativa de 22,7 mil metros quadrados. Cada andar tem 2,5 mil metros quadrados, e o edifício conta com 597 vagas de garagem.

Prédio do Itaú BBA na Avenida Faria Lima: banco é a empresa com mais m² ocupados na região (Rodrigo Paiva/Getty Images)

O Itaú também é inquilino do Faria Lima Financial Center, mas não ocupa todo o prédio. O edifício tem entre seus inquilinos o americano Bank of América Merrill Lynch, o Banco Genial, a Companhia Siderúrgica, a Advent International, a RK Partners, o KDB Bank Brasil, além de escritórios de advocacia.

A segunda empresa com maior presença na Faria Lima é o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), com 27 mil metros quadrados ocupados. E em terceiro, a gigante de tecnologia Google, com 18 mil metros quadrados. 

As duas empresas têm suas sedes no Pátio Malzoni, um dos edifícios mais icônicos da Avenida (veja imagens abaixo). O prédio conta com um vão no centro que preserva a casa Bandeirista tombada em 1982 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat).

O levantamento da SiiLA mostrou que as empresas do segmento de finanças são as principais ocupantes da Faria Lima, somando cerca de 198 mil metros quadrados na região. As companhias de tecnologia ficam em segundo lugar, com 47 mil metros quadrados ocupados, seguidas por produtos empresariais e serviços, com 36 mil metros quadrados. Empresas de bens e serviços, por sua vez, ocupam 20 mil metros quadrados de escritórios na Faria Lima; coworkings ficam com 19 mil metros quadrados e consultorias têm 16 mil metros quadrados.

Veja o ranking completo, com estimativas referentes ao segundo trimestre de 2024:

  1. Itaú: 31 mil m²
  2. BTG Pactual: 27 mil m²
  3. Google: 18 mil m²
  4. Shopee: 17 mil m²
  5. Bradesco: 16 mil m²
  6. We Work Coworking: 16 mil m²
  7. Facebook: 13 mil m²
  8. JPMorgan: 11 mil m²
  9. Bunge: 8 mil m²
  10. Banco Master: 8 mil m²

O que faz da Faria Lima o metro quadrado mais caro do Brasil

O aluguel na região da Faria Lima tem preço médio de R$ 237,52 por metro quadrado, segundo estimativa da consultoria imobiliária SiiLA. O valor é 87% mais salgado que a média da cidade, em R$ 126,92 para prédios nas classes A+ e A – os de maior qualidade em padrão construtivo e tecnologia. Vale lembrar que a faixa dos R$ 230 é uma estimativa que contempla toda a Avenida. No quadrante mais valorizado, próximo ao Itaim Bibi, os preços de locação já batem os R$ 400/m² nos cálculos da MBRAS, boutique imobiliária de alto padrão.

A explicação para a valorização está na centralidade da Faria Lima. “A região conseguiu ter equilíbrio entre moradia, empresas, comércio, segurança, hotéis – tudo que é necessário para uma boa convivência”, avalia Giancarlo Nicastro, CEO da SiiLA. 

“O movimento também segue uma velha máxima: o escritório sempre é localizado mais perto da casa do CEO. E muitos deles costumam morar entre os Jardins e o Morumbi”, explica Nicastro. A Faria Lima, não por acaso, está situada próxima aos dois bairros.

Os preços, no entanto, podem ser salgados demais para algumas companhias. A vacância na região vem crescendo, e alcançou uma taxa de 12,38% no segundo trimestre deste ano – alta de 137% em 12 meses. Nicastro avalia que muitas empresas vieram para a região na pandemia quando os preços abaixaram, trazendo oportunidade de colocar a operação no local mais disputado da cidade. De lá para cá, com a alta dos aluguéis, muitas tiveram que repensar a decisão.

A avaliação da SiiLA é de que os preços praticados devem passar por uma correção, retornando a um ponto ideal de R$ 250 até próximo dos R$ 270 na área privativa. “Existe uma pressão [nos preços] para ver quando a corda vai estourar. O sinal de que chegou a um pico é quando prédios icônicos começam a ter vacância – o que ainda não aconteceu. Nesse momento temos uma correção, que é normal de mercado”, afirmou Nicastro.

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