Mercado imobiliário

Quais os documentos necessários para dar entrada em usucapião extrajudicial?

Além dos documentos relativos ao imóvel, é necessário obter certidões negativas dos cartórios

As certidões negativas garantem que não há litígios em curso

As certidões negativas garantem que não há litígios em curso

Publicado em 10 de outubro de 2024 às 19h30.

O processo de usucapião extrajudicial é uma alternativa mais rápida e menos burocrática para quem deseja regularizar a posse de um imóvel. Através dele, é possível adquirir a propriedade de um bem após cumprir certos requisitos de tempo de posse, desde que a posse seja pacífica e sem oposição. No entanto, para dar entrada nesse processo em cartório, é necessário apresentar uma série de documentos. A seguir, confira quais são os documentos essenciais para iniciar o processo de usucapião extrajudicial.

1. Documentos pessoais do requerente

Os documentos pessoais são o ponto de partida para o processo de usucapião. Você precisará apresentar cópias do seu RG e CPF, além de comprovante de estado civil (certidão de casamento, se for o caso). Caso o imóvel esteja em nome de mais de uma pessoa, como cônjuges ou coproprietários, os documentos de todos os envolvidos também devem ser entregues.

Como funciona: Esses documentos servem para identificar quem está solicitando a usucapião e garantir que todos os envolvidos estão cientes do processo.

2. Planta e memorial descritivo do imóvel assinados por um profissional

A planta e o memorial descritivo do imóvel são fundamentais para delimitar a área que está sendo requerida por usucapião. Esses documentos devem ser elaborados por um profissional habilitado, como um engenheiro ou arquiteto, e devem conter a descrição detalhada do imóvel, incluindo dimensões e localização. Além disso, é necessário que a planta seja assinada pelos vizinhos do imóvel, confirmando que não há disputas sobre os limites do terreno.

Como funciona: A planta define os limites exatos do imóvel e é essencial para evitar conflitos de vizinhança. Ela também serve de base para a regularização da propriedade no cartório de imóveis.

3. Certidões negativas de ônus e ações reais sobre o imóvel

Outro documento necessário é a certidão negativa de ônus e ações reais. Esse documento, emitido pelo cartório de registro de imóveis, atesta que não há pendências, hipotecas ou dívidas relacionadas ao imóvel que possam impedir o processo de usucapião. Além disso, a certidão garante que o imóvel não está envolvido em nenhuma ação judicial que possa prejudicar sua regularização.

Como funciona: A certidão negativa demonstra que o imóvel está livre de problemas jurídicos e que não há terceiros reivindicando a posse ou a propriedade do bem.

4. Comprovação da posse contínua e pacífica

Para dar entrada em um pedido de usucapião, é essencial comprovar que você exerce posse contínua e pacífica sobre o imóvel há um determinado período, geralmente de 5 a 15 anos, dependendo do tipo de usucapião. Isso pode ser feito por meio de documentos como contas de água, luz, IPTU, recibos de melhorias ou reformas no imóvel, e quaisquer outros comprovantes que demonstrem sua relação com o bem ao longo dos anos.

Como funciona: Esses documentos são a prova material de que você utiliza o imóvel de maneira contínua, sem interrupções, e que ninguém contestou sua posse durante o período necessário.

5. Declaração de anuência dos confrontantes (vizinhos)

Um dos requisitos para a usucapião extrajudicial é que os vizinhos (confrontantes) do imóvel concordem com o processo e reconheçam que você exerce a posse sobre a área. Para isso, é necessário obter uma declaração de anuência assinada por todos os vizinhos que fazem divisa com o imóvel, confirmando que não há disputas sobre os limites da propriedade.

Como funciona: Essa declaração evita conflitos sobre a posse do imóvel e garante que os vizinhos reconhecem sua ocupação pacífica.

6. Certidões negativas dos cartórios distribuidores

Além dos documentos relativos ao imóvel, é necessário obter certidões negativas dos cartórios distribuidores da comarca onde o imóvel está localizado. Essas certidões atestam que não há ações judiciais contra o requerente que possam interferir no processo de usucapião, como execuções fiscais ou ações de reintegração de posse.

Como funciona: As certidões negativas garantem que não há litígios em curso que possam comprometer o processo de usucapião.

7. Ata notarial lavrada em cartório

A ata notarial é um documento emitido por um tabelião, que atesta a veracidade das declarações feitas pelo requerente sobre a posse do imóvel. Nela, o tabelião registra todas as informações relevantes fornecidas pelo possuidor, bem como os documentos que comprovam a posse, como fotos, recibos e relatos de testemunhas.

Como funciona: A ata notarial é uma das etapas mais importantes do processo de usucapião extrajudicial, pois formaliza as declarações do requerente em um documento público, dando mais peso ao pedido.

Documentação completa é essencial para o sucesso do usucapião extrajudicial

Dar entrada em um processo de usucapião extrajudicial exige a apresentação de uma série de documentos que comprovem a posse pacífica e contínua do imóvel, além de certidões e declarações que atestem a regularidade da propriedade. Ao reunir todos os documentos necessários — como planta, certidões negativas, comprovantes de posse e anuências dos vizinhos —, você estará mais bem preparado para obter o reconhecimento da propriedade de forma extrajudicial, agilizando o processo e evitando complicações jurídicas.

Acompanhe tudo sobre:Guia do Mercado Imobiliário

Mais de Mercado imobiliário

Qual é a diferença entre área construída e área útil de um imóvel?

Vender um imóvel para investir vale a pena? Veja como calcular e tomar a melhor decisão

3 características que tornam o mercado imobiliário mais sustentável

Como definir o valor ideal do seu imóvel para venda