Imóveis (Matt Mawson/Getty Images)
Karla Mamona
Publicado em 11 de janeiro de 2023 às 06h10.
Última atualização em 11 de janeiro de 2023 às 08h06.
O preço dos imóveis residenciais à venda no país encerrou 2022 com alta de 6,16%, segundo dados do Índice FipeZap. O resultado fica acima da inflação ao consumidor medida pelo IPCA/IBGE (+5,79%), bem como a variação do IGP-M/FGV (+5,45%). Trata-se da maior elevação anual registrada na série histórica do índice desde 2014, ano em que se apurou uma valorização de 6,70% nos preços de venda de imóveis residenciais.
O aumento de preço dos imóveis em todo o país pode ser explicado como reflexo dos anos anteriores (2020 e 2021) que tiveram um boom ocasionado pela chegada da pandemia de coronavírus. Pedro Tenório, economista do DataZAP+, explica que no período houve uma manutenção da taxa de juro em um patamar mais baixo, e consequentemente, uma taxa de financiamento mais atrativa. Somado a isso, a crise sanitária obrigou o consumidor a repensar sobre a moradia.
“O mercado aqueceu. O FipeZAP+ começou a refletir isso com uma valorização mais rápida dos imóveis. Mesmo assim, em 2020 e 2021, a valorização ainda perde para o IPCA. Em 2021, em particular, o FipeZAP+ fica em 5,5%, enquanto o IPCA fica em 10%, ou seja, ainda bastante acima. Em 2022, o que acontece é a inversão deste cenário, com o preço do imóvel valorizando mais que os demais itens do IPCA. Só que essa magnitude é muito pequena, com IPCA em 5,8% e o FipeZAP+, em 6,1%."
Ele acrescenta que o mercado passou por ajuste de preços no ano passado, mas a tendência é que este ano, o cenário diferente. Ele espera um desaquecimento nos preços dos imóveis em 2023, em especial para venda.
Entre as 50 cidades analisadas, 49 apresentaram aumento nominal nos preços. A exceção foi a cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul, que fechou o ano em queda de 1%. Entre as capitais, as maiores altas foram registradas por Vitória, com aumento de 23,23%; seguido por Goiânia, com alta de 20,91% e Campo Grande, com incremento de 14,03%.
Na sequência aparecem Curitiba (+13,64%); Maceió (+13,22%); Recife (+11,35%); Florianópolis (+11,33%); João Pessoa (+10,26%); Fortaleza (+8,29%); Manaus (+7,32%); Belo Horizonte (+6,86%); Salvador (+5,98%); São Paulo (+5,06%); Porto Alegre (+2,42%); Rio de Janeiro (+2,20%) e Brasília (+1,31%).
Em relação ao preço médio do metro quadrado, em 2022, o valor foi de R$ 8.321. Entre as 16 capitais incluídas, Vitória apresentou o valor do metro quadrado residencial mais elevado no mês (R$ 10.481/m²), seguida por São Paulo (R$ 10.196/m²), Rio de Janeiro (R$ 9.860/m²), Florianópolis (R$ 9.569/m²), Brasília (R$ 8.726/m²) e Curitiba (R$ 8.522/m²).
Em contrapartida, considerando as capitais com menor preço médio de venda residencial, é possível ressaltar as seguintes: Campo Grande (R$ 5.232/m²), João Pessoa (R$ 5.430/m²), Salvador (R$ 5.649/m²), Manaus (R$ 6.136/m²) e Goiânia (R$ 6.182/m²). Veja tabela abaixo: