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Posse provisória: saiba o que é e como funciona esse tipo de posse em transações imobiliárias

Entenda como a posse provisória é aplicada, suas diferenças em relação a outros tipos de posse e os riscos envolvidos

Entenda como a posse provisória é aplicada, suas diferenças em relação a outros tipos de posse e os riscos envolvidos (Imovelweb)

Entenda como a posse provisória é aplicada, suas diferenças em relação a outros tipos de posse e os riscos envolvidos (Imovelweb)

Publicado em 17 de janeiro de 2025 às 15h44.

A posse provisória é uma situação jurídica em que uma pessoa exerce controle sobre um imóvel de forma temporária, sem necessariamente ser dona registrada do bem. Ela não transfere a propriedade, mas concede ao ocupante o direito de usar e administrar o imóvel durante o período em que for válida.

É frequentemente utilizada em contratos de compra e venda com cláusulas suspensivas, disputas judiciais envolvendo bens imóveis e casos de arrendamento ou comodato. Apesar de ser legal, envolve riscos para todas as partes envolvidas.

Quando acaba?

De caráter temporário, este tipo de posse encerra-se em situações específicas, como o término de uma negociação imobiliária ou a solicitação de devolução do bem pelo proprietário legítimo. Para evitar quaisquer problemas judiciais, é importante que haja uma regularização do acordo e a devolução do bem quando solicitada pelo proprietário.

Posse provisória e posse violenta ou clandestina são a mesma coisa?

É comum que haja confusão em relação à posse provisória e a clandestina, no entanto, é preciso ficar claro que elas não têm o mesmo significado.

A primeira diz respeito a um acordo previsto na lei e que está condicionado a regras específicas, como contratos de compra e venda com cláusulas suspensivas ou decisões em ações judiciais sobre a propriedade.

Já a posse violenta e a posse clandestina são formas ilegais de ocupação de um imóvel. A violenta ocorre quando alguém toma o bem à força, desrespeitando os direitos do proprietário ou possuidor legítimo. A clandestina, por sua vez, é caracterizada por uma ocupação feita de forma oculta, sem o conhecimento ou consentimento do proprietário. Ambas são consideradas contrárias à lei e podem ser contestadas judicialmente, resultando em ações de reintegração de posse.

Em quais situações a posse provisória é aplicada?

Este tipo de posse pode ser aplicada em alguns cenários comuns. Conheça os principais:

1. Disputas judiciais sobre propriedade

Pode ser concedida por um juiz a uma das partes envolvidas em um litígio sobre o imóvel. Tem como objetivo garantir o uso temporário do bem por quem tem maior necessidade enquanto a situação é resolvida judicialmente.

  • Exemplo prático: Em um divórcio, a posse provisória da casa fica para o cônjuge que ficará com a guarda dos filhos até a conclusão do processo da partilha.

2. Contratos de compra e venda com cláusulas suspensivas

Em negociações imobiliárias, é comum que o comprador assuma a posse do imóvel antes da transferência definitiva da propriedade, como parte do contrato. Neste caso, o objetivo é permitir ao comprador o uso do bem (casa, apartamento, etc) durante o processo de formalização dos documentos.

  • Exemplo prático: Um comprador dá uma entrada na aquisição de uma casa e obtém a posse provisória enquanto finaliza o pagamento ou regulariza a escritura.

3. Processos de desapropriação

Quando um imóvel é desapropriado pelo governo, a posse provisória pode ser concedida à administração pública antes da conclusão do processo legal.

  • Exemplo prático: Um terreno destinado à construção de uma estrada é desapropriado, e a posse provisória é transferida ao governo enquanto a indenização ao proprietário é definida judicialmente.

4. Inventários e partilhas de bens

Assim como nos casos das disputas judiciais, nos processos de inventário ou partilha de bens, os herdeiros podem receber a posse provisória de imóveis até que a divisão formal seja concluída.

  • Exemplo prático: Um herdeiro ocupa provisoriamente uma casa deixada em herança até que todos os herdeiros concordem sobre a partilha ou o imóvel seja vendido.

5. Regularização fundiária

Em programas de regularização fundiária, tal posse é concedida aos ocupantes de terrenos ou imóveis irregulares enquanto aguardam a titulação definitiva da propriedade. Neste caso, o objetivo é oferecer segurança jurídica temporária aos ocupantes enquanto a situação legal do terreno é resolvida.

  • Exemplo prático: Moradores de uma área de ocupação recebem a posse provisória de seus lotes enquanto o governo realiza o processo de regularização da área.

6. Locação com contratos específicos

Alguns contratos de locação permitem que o inquilino tenha posse provisória do imóvel em situações especiais, como aluguéis por temporada ou durante períodos de renovação contratual.

  • Exemplo prático: Um inquilino continua ocupando o imóvel após o término do contrato original, enquanto aguarda a formalização de um novo contrato com o proprietário.

Como funciona a regularização da posse provisória?

O processo envolve o cumprimento de obrigações legais, financeiras e documentais, que variam dependendo da origem da posse provisória e da situação específica do imóvel. Abaixo estão as etapas comuns desse processo:

1. Identificação da origem da posse provisória

Se a posse estiver vinculada a programas de regularização, será preciso seguir as diretrizes do município ou órgão responsável.

2. Cumprimento das condições estabelecidas

É preciso arcar com pagamento do imóvel, obrigações tributárias e seguir os acordos judiciais definidos.

3. Formalização por meio de escritura pública

A escritura deve ser lavrada em um Cartório de Notas, e é preciso levar RG, CPF, comprovantes de pagamento, contrato de posse provisória e certidões negativas de débitos do imóvel.

4. Registro no Cartório de Registro de Imóveis (CRI)

É importante estar atento pois haverá custos com taxas de registro, que variam conforme o valor do imóvel e a região.

5. Regularização fundiária (quando aplicável)

Nos casos de terrenos ocupados em áreas irregulares, o processo pode incluir: cadastro no programa de regularização, quitação de valores simbólicos ou taxas de titulação, dependendo das regras locais e a entrega do título de propriedade.

Quais são os riscos e as consequências da posse provisória para proprietários e compradores?

Por ter um caráter provisório, este tipo de posse pode trazer insegurança jurídica, financeira e operacional. Abaixo estão os principais riscos e suas implicações para ambas as partes:

Para os proprietários

  • Reivindicação do imóvel por terceiros: pode surgir uma disputa legal, como um herdeiro, cônjuge ou credor questionando o direito do proprietário original sobre o imóvel. Como consequência, a propriedade pode ser contestada, atrasando ou inviabilizando a regularização da posse pelo comprador;
  • Ocupação indevida após o vencimento da posse provisória: o ocupante pode se recusar a devolver o imóvel após o término do prazo ou descumprir as condições do contrato ou decisão judicial. Neste caso, há a necessidade de ingressar com ação judicial, como despejo ou reintegração de posse, o que pode ser demorado e custoso;
  •  Deterioração do imóvel: o ocupante pode não conservar o imóvel adequadamente, causando depreciação ou até mesmo danos estruturais. O dono, por sua vez, terá que arcar com gastos adicionais com reparos e redução do valor do imóvel.

Para os compradores ou ocupantes

  • Perda do imóvel por questões judiciais ou contratuais: Se o vendedor ou proprietário original tiver pendências legais, como dívidas ou disputas judiciais, o comprador pode perder o imóvel, mesmo após o pagamento;
  • Falta de segurança jurídica: A posse provisória não transfere a propriedade formal do imóvel. Sem o registro no Cartório de Registro de Imóveis, o ocupante não tem  garantias plenas sobre o bem;
  • Risco de ações de despejo ou reintegração de posse: Se o comprador ou ocupante não cumprir as obrigações da posse provisória (como pagamento de parcelas ou taxas), o proprietário pode ingressar com ações judiciais para retomar o imóvel. A consequência é a desocupação forçada e perda dos investimentos realizados no bem.

Por que você deve saber disso?

Compreender o conceito e os riscos da posse provisória é essencial para evitar problemas financeiros e jurídicos em transações imobiliárias. Seja como proprietário ou comprador, conhecer as implicações da posse precária ajuda a proteger seus direitos e tomar decisões mais seguras. Além disso, a regularização é um passo fundamental para garantir a valorização do bem e evitar dores de cabeça futuras.

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