Hospedagem: o crescimento foi impulsionado pela preparação do país para receber turistas no chamado ciclo de megaeventos (Hotel Emiliano/Divulgação)
Agência Brasil
Publicado em 19 de julho de 2017 às 10h28.
Nos últimos cinco anos, a oferta de hospedagem nas capitais brasileiras cresceu mais de 70%, passando de 373.673 vagas em 2011 para de 639.352 no ano passado.
De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pedido do Ministério do Turismo, atualmente o país tem capacidade para acomodar, simultaneamente, 2,4 milhões de pessoas nos quartos disponíveis.
O crescimento expressivo, segundo o Ministério do Turismo, foi impulsionado pela preparação do país para receber turistas no chamado ciclo de megaeventos, como a Copa das Confederações, em 2013, a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no ano passado.
"Com toda certeza os grandes eventos contribuíram para o aumento da rede hoteleira do país. Mas não só para o aumento da rede, como também para a melhoria da qualidade da oferta. Nós tivemos um incremento em algumas capitais não só no número de estabelecimentos, como no de leitos também", disse à Agência Brasil Roberto Saldanha, gerente da pesquisa.
Ele cita como exemplo Brasília: "A gente vê claramente que a expansão [em Brasília] se deu não pelo surgimento de novos estabelecimentos, mas pela expansão dos leitos existentes. E para tanto contribuíram muito os eventos realizados no país, principalmente a Copa do Mundo e também o fato de Brasília ser a capital do país e ter, por isso mesmo, uma procura muito grande".
"Todos esses investimentos representaram um grande salto quantitativo e qualitativo em termos de oferta de serviços de um modo geral e contribuíram para a melhoria da infraestrutura do setor de turismo como um todo. O saldo disso tudo é que o Brasil tem condições de sediar novos e grandes eventos", disse Saldanha."
"Além da abertura de novos hotéis, registramos a reforma e ampliação de estabelecimentos que já estavam em funcionamento", disse o ministro do Turismo, Marx Beltrão, em nota divulgada pelo ministério.
Segundo o censo, o estado de São Paulo lidera o ranking de número de meios de hospedagem com 507.412 leitos disponíveis. O estado é responsável por 21% de toda a oferta nacional.
Os quatro estados da região Sudeste respondem por 43,1% do total de leitos do Brasil. Entre os destaques do levantamento está a capital paraense. Belém acusou no período crescimento de 51% na oferta de hospedagem, passando de 93 para 141 o total de estabelecimentos preparados para receber turistas.
Segundo o Ministério do Turismo, no último levantamento do setor, feito em 2011, foram listados 5.036 meios de hospedagem nas capitais do país.
Hoje, a quantidade de estabelecimentos de hospedagem subiu para 5.791, crescimento de 15%. O censo analisou a quantidade de vagas em hotéis, motéis, flats e pousadas. Não foram considerados itens como aluguel de imóveis por temporada ou casas de parentes e amigos.
Com base em dados fornecidos pelo Ministério do Turismo e também pelo Banco Central, o IBGE ressalta que, entre 2011 e 2016, o número de ingresso de turistas no país passou de 5,4 milhões para 6,6 milhões, dos quais 50% da América do Sul.
A receita cambial com o turismo passou de US$ 6,1 bilhões em 2011 para US$ 6,8 bilhões em 2014. Em 2015, foram US$ 5,8 bilhões e, em 2016, US$ 6 bilhões.
Roberto Saldanha ressaltou, porém, a necessidade de que o país dê continuidade às conquistas obtidas com a realização de grandes eventos. "Porque este potencial criado tem que ter uma continuidade e ela se dará com a realização de novos e grandes eventos que venham a dar suporte ao que já foi feito", finaliza.