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A Constituição Federal de 1988 estabelece que a desapropriação deve ser precedida de uma indenização prévia e justa
Publicado em 14 de abril de 2025 às 15h09.
A desapropriação de imóveis é uma das ferramentas mais poderosas do Estado para garantir a realização de obras de interesse público. Em situações que envolvem a construção de estradas, escolas ou hospitais, por exemplo, o poder público pode precisar ocupar terrenos privados, mas isso não pode ser feito de forma arbitrária. Para que o processo seja legal, é necessário que ele siga etapas específicas, respeitando o direito à compensação justa ao proprietário.
A desapropriação é uma medida legal que permite ao Estado retirar um imóvel do seu proprietário, mas sempre com a finalidade de atender ao interesse coletivo ou a necessidade social. Isso pode ocorrer para facilitar a implementação de infraestrutura, como rodovias e ferrovias, ou até mesmo a criação de áreas públicas. Em termos simples, é quando o governo decide que uma propriedade privada é essencial para o bem-estar coletivo e, por isso, pode retirá-la mediante compensação.
A Constituição Federal de 1988 estabelece que a desapropriação deve ser precedida de uma indenização prévia e justa. O valor da compensação deve refletir o valor real do imóvel, sem prejuízo para o proprietário. Caso a indenização não seja acordada, o processo pode ser levado à justiça, onde será decidido o valor justo.
Nesta primeira etapa, o Poder Público declara a utilidade pública ou interesse social do imóvel por meio de um decreto. Esse documento oficializa o motivo da desapropriação, o valor da indenização proposta e a destinação do imóvel. Em outras palavras, é quando o governo justifica sua necessidade de ocupar o terreno, como, por exemplo, para a construção de uma estrada.
A fase executória é a parte do processo em que ocorre a negociação da indenização. Ela pode ser administrativa, quando há tentativas de acordo entre o proprietário e o governo, ou judicial, caso as partes não cheguem a um consenso sobre o valor da compensação. Essa fase pode envolver discussões sobre o valor justo a ser pago pelo imóvel, além de eventuais contestações quanto à validade do processo.
O processo de desapropriação, embora envolva a retirada do imóvel, garante diversos direitos ao proprietário. Estes são alguns dos principais:
O proprietário tem direito a uma compensação que reflete o valor de mercado do imóvel, sem que esse valor seja inferior ao que o bem realmente vale. Essa indenização deve ser paga antes da efetiva retirada do imóvel.
O proprietário pode participar da avaliação do imóvel e, se não concordar com o valor atribuído, pode contestar a avaliação por meio de uma contraperícia. Esse é um direito fundamental para garantir que o proprietário não seja prejudicado com um valor irreal.
Além da compensação pelo valor do imóvel, o proprietário também pode ser indenizado por danos emergentes e lucros cessantes, ou seja, por prejuízos decorrentes da perda da propriedade e pela interrupção de sua renda, caso o imóvel seja utilizado para fins comerciais.
Se o pagamento da indenização for atrasado, o proprietário tem direito à correção monetária e ao pagamento de juros moratórios, a fim de garantir que o valor da compensação não perca poder aquisitivo com o tempo.
Se o proprietário acreditar que seus direitos não estão sendo respeitados ou que a desapropriação não está devidamente justificada, ele pode contestar o processo, seja pela via administrativa ou judicial.
Durante o processo de desapropriação, o proprietário tem o direito de continuar no imóvel até que a desapropriação seja efetivamente concluída, exceto em situações de urgência. Se houver a necessidade de realizar obras de grande interesse público e que exigem a ocupação imediata do imóvel, o proprietário poderá ser removido mais rapidamente.
A legislação brasileira protege os proprietários, garantindo que o processo de desapropriação seja feito de maneira justa, com o devido pagamento da indenização. No entanto, é fundamental que os proprietários estejam atentos às etapas do processo e saibam como exercer seus direitos para garantir que a compensação seja adequada. Com a devida orientação, os cidadãos podem evitar prejuízos e garantir uma negociação mais transparente e justa.