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O aluguel comercial nunca subiu tanto — e a culpa é da economia aquecida

Segundo o Índice FipeZAP, Niterói foi a cidade que apresentou a maior alta da locação, com variação de 17,84%

Segundo o Índice FipeZAP, Niterói foi a cidade que apresentou a maior alta da locação, com variação de 17,84% (Luis Alvarenga/Getty Images)

Segundo o Índice FipeZAP, Niterói foi a cidade que apresentou a maior alta da locação, com variação de 17,84% (Luis Alvarenga/Getty Images)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercado Imobiliário

Publicado em 21 de janeiro de 2025 às 13h33.

Última atualização em 22 de janeiro de 2025 às 10h12.

O aluguel de salas comerciais ficou 7,88% mais caro em 2024. A variação é a mais alta já registrada desde 2013, quando o índice FipeZAP começou a ser apurado. Enquanto isso, os preços de venda de imóveis comerciais encerraram 2024 com um aumento 0,40%. Em 2023, o reajuste médio dos aluguéis havia sido de R$ 5,87%.

Os dados, divulgados nesta terça-feira, 21, revelam que o índice superou em mais de 3 pontos percentuais a inflação oficial do país. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou 4,83% no mesmo ano. O FipeZAPtambém ficou acima do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), da Fundação Getulio Vargas (FGV), que encerrou 2024 em 6,54%.

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Paula Reis, economista da DataZap, afirma que a variação acumulada no preço da locação comercial em 2024 está relacionada com o desempenho da economia brasileira, que cresceu acima das expectativas, puxada por um mercado de trabalho forte. Exemplo disso é a taxa de desemprego, que fechou o terceiro trimestre de 2024 a 6,24%, a mais baixa da série histórica.

"Mais pessoas trabalhando aumenta a demanda por bens e serviços, o que fomenta o comércio. Outro fator que impactou o mercado de locação comercial é o retorno aos escritórios, que ampliou o deslocamento das pessoas pela cidade, levando à reabertura de lojas", explica à EXAME.

Preço dos aluguéis

Niterói foi a cidade que apresentou a maior alta, de 17,84%, seguida de Curitiba, com 10,89%, e Rio de Janeiro, com 9,05%. Já São Paulo apresentou alta de 7,13% do aluguel, ocupando a sexta posição em relação à variação do preço do aluguel em 2024.

O preço médio do aluguel do metro quadrado atingiu R$ 45,53 no ano. Para locar uma sala comercial de 200 metros quadrados, por exemplo, é preciso desembolsar R$ 9,1 mil por mês. Para efeito de comparação, em São Paulo, cidade com o metro quadrado mais caro, o aluguel do mesmo espaço seria em média R$ 10,8 mil.

CidadeEstadoVariação em 2024Preço Médio (R$/m²)Rental Yield (% a.a.)
NiteróiRJ+17,84%R$ 41,956,45%
CuritibaPR+10,89%R$ 36,745,77%
Rio de JaneiroRJ+9,05%R$ 44,346,33%
Belo HorizonteMG+8,47%R$ 33,666,24%
BrasíliaDF+7,62%R$ 35,246,49%
São PauloSP+7,13%R$ 54,406,73%
SalvadorBA+6,23%R$ 42,349,52%
CampinasSP+5,71%R$ 40,837,86%
FlorianópolisSC+5,11%R$ 45,906,25%
Porto AlegreRS+4,63%R$ 34,396,49%

Preço de compra

As cidades onde o preço de venda de imóveis comerciais mais variou em 2024 são Curitiba, com 7,16%, Salvador, com 5,50%, e Niterói, com 2,40%. Em contrapartida, as cidades com as maiores quedas no preço de venda foram Rio de Janeiro, com 3,56%, Belo Horizonte, 2,04%, e Brasília, com queda de 1,50%.

O preço médio de venda do metro quadrado de salas e conjuntos comerciais foi de R$ 8.421 em 2024. Um imóvel de 200 metros quadrados deste tipo poderia ser comprado, portanto, por R$ 1,6 milhão. O preço médio de venda em São Paulo seria de R$ 2 milhões.  

O índice FipeZAP

O Índice FipeZAP é parceria entre o Grupo OLX e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), ligada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). O levantamento considera os preços de salas e conjuntos comerciais de até 200 metros quadrados em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Brasília, Salvador, Campinas, Niterói, com base em 61.683 anúncios na internet.

Nos doze anos de levantamento, metade deles teve deflação, ou seja, recuo no preço médio de locação, com destaque para 2015 e 2016, quando caíram 9,43% e 7,92%, respectivamente.

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