Mercado Imobiliário

Estoque de imóveis no país é o menor registrado desde 2017, diz Abrainc

Os lançamentos de imóveis no país aumentaram 3% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado

Imóveis: no primeiro semestre foram lançados 62.409 imóveis em todo o país (Reprodução/Getty Images)

Imóveis: no primeiro semestre foram lançados 62.409 imóveis em todo o país (Reprodução/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 21 de setembro de 2022 às 13h21.

Os lançamentos de imóveis aumentaram 3% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Dados divulgados pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) apontaram que foram lançados 62.409 imóveis em todo o país. No mesmo período do ano passado foram 60.345. Os dados consideram tantos imóveis do Minha Casa Verde e Amarela como Imóveis de Médio e Alto Padrão.

Além dos lançamentos, também houve aumento nas vendas de imóveis no primeiro semestre deste ano, alta de 18%, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em coletiva realizada nesta quarta-feira, 21, Luiz França, presidente da Abrainc, explicou que o bom desempenho dos dados pode ser explicado pelo estoque de imóveis no país, que é o menor já registrado desde 2017.

No primeiro semestre deste ano, o estoque total de imóveis era 801 mil unidades em todo o Brasil e o prazo estimado para acabar todo o estoque é de 10,9 meses. No ano passado, por exemplo, o estoque era de 747 imóveis e o prazo era de 12,3 meses. Em 2017, o prazo para acabar com todo o estoque disponível era de 14,1 meses.

Alto e médio padrão x Casa Verde e Amarela

Ao analisar os dados separados dos lançamentos e vendas do Minha Casa Verde e Amarela e dos imóveis de médio e alto padrão, os dados apontam que o segundo segmento teve um desempenho superior ao primeiro. Os lançamentos de imóveis de médio e alto padrão cresceram 20% no primeiro seis meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2021. As vendas de imóveis desse segmento dobraram no período, aumento de 103%. Já no Minha Casa Verde e Amarela, as vendas cresceram apenas 2% e os lançamentos caíram 5%.

Apesar da queda no segmento do Minha Casa Verde e Amarela, a Abrainc acredita que as medidas anunciadas pelo governo como implantação de nova curva de subsídio, aumento de limites do valor, aumento nos subsídios e a mudança nas faixas de renda,  aumento no prazo de financiamento de 30 para 35 anos, entre outros devem impactar positivamente o resultado do segundo semestre desse ano. “Em junho, já sentimos uma melhora. A expectativa é mais positiva para o segundo semestre”, explicou França.

Em relação às vendas do segmento de médio e alto padrão, França explicou que apesar da alta da Selic, o consumidor não postergou a compra do imóvel. “A Selic saiu de 2% para 13,75% ao ano. O crédito imobiliário não foi reajustado a cada aumento da Selic.  Ele passou de 7,52% para 9,80%. Quando o consumidor aumento o prazo do financiamento, de 25 para 30 anos, ele consegue diluir o aumento do juro na parcela.”

França destacou ainda que como a taxa de financiamento não acompanhou o reajuste da Selic e os imóveis continuaram se valorizando, o consumidor passou a enxergar os imóveis como oportunidade de investimento.

"O imóvel no Brasil, ao ser comparado com outros países, ainda é barato e teve valorização acima da Selic nos últimos anos. Quem investe em imóvel e aluga ganha duas vezes, pela valorização e pelo aluguel." Segundo dados mostrados pela Abrainc, o preço médio do metro quadrado do imóvel em São Paulo, por exemplo, em dólar é de US$ 2.084. Em Nova York, por exemplo, o preço médio do metro quadrado é de US$ 15.819. "Comprar imóvel no Brasil ainda é barato."

Acompanhe tudo sobre:aluguel-de-imoveisConstrutorasImóveisMinha Casa Minha Vida

Mais de Mercado Imobiliário

Descubra quanto tempo demora para comprar um imóvel

Para que serve inscrição imobiliária?

CMN regulamenta utilização de imóvel como garantia em mais de uma operação de crédito imobiliário

É possível comprar um apartamento ganhando só um salário mínimo?