Prédios em construção em São Paulo: projeção do Secovi-SP é de que os lançamentos cresçam entre 15% e 20% em 2013 (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2013 às 13h30.
São Paulo - O estoque de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo está em um nível controlado, na avaliação do economista-chefe do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Celso Petrucci. Até julho, o estoque na capital paulista estava em torno de 17 mil unidades, volume próximo à média histórica de 18,1 mil unidades, de acordo com dados do sindicato. "Estamos com mercado equilibrado em termos de lançamentos e vendas", disse Petruccinesta sexta-feira, 20, durante palestra com empresários e analistas do setor.
O economista acrescentou que, nos últimos 12 meses, foram liberadas licenças para a construção de 42 mil unidades em São Paulo. Ele também avaliou que é necessária a construção de 30 mil a 35 mil por ano para atender a demanda do público consumidor na cidade. "O mercado vem atravessando um momento saudável. A movimentação nos plantões de venda é grande", completou, explicando que o setor imobiliário tem mostrado um desempenho positivo e destoado das previsões para o desempenho da economia brasileira como um todo.
Petrucci reiterou a projeção do Secovi-SP de que os lançamentos devem crescer entre 15% e 20% em 2013, enquanto as vendas devem aumentar até 30%. Ele disse que o mercado imobiliário é promissor no longo prazo, tendo em vista as boas condições de emprego e renda da população, além da oferta de crédito imobiliário. Ele também lembrou que o País tem um déficit habitacional relevante, o que alimenta a demanda por imóveis.
Em relação a preços, Petrucci estimou que a trajetória de alta continue, mas de forma mais acomodada, em linha com o aumento dos custos de construção, como mão de obra e insumos.
O presidente da Brookfield Incorporações, Nicholas Reade, acrescentou durante o evento, que o Brasil não vive uma situação de bolha imobiliária, como questionam muitos investidores estrangeiros. Ele observou que o loan to value (LTV, razão entre o valor dos financiamentos e o valor dos imóveis) no País varia entre 60% e 70%. Isso significa que os compradores de imóveis dão uma entrada de 30% a 40% no momento da aquisição, o que é um sinal importante de compromisso com o negócio. "Nos Estados Unidos, durante a crise, o LTV estava em 95%", frisou Reade.