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Balneário Camboriú continua no topo quanto o assunto é metro quadrado mais caro do Brasil (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de Mercado Imobiliário
Publicado em 4 de fevereiro de 2025 às 14h36.
Última atualização em 4 de fevereiro de 2025 às 16h40.
Com um cenário imobiliário desafiador em 2025, economistas esperam que o reajuste no índice de venda residencial da FipeZAP desacelere. A restrição de crédito, consequência da alta da Selic e redução dos recursos da poupança, e o aumento dos custos de construção devem pressionar o setor, especialmente no segmento de médio padrão. Por outro lado, setores como locação e imóveis de luxo estão bem posicionados para se beneficiar desse ambiente mais restritivo.
Enquanto isso, o programa Minha Casa Minha Vida deve continuar sendo um pilar de inclusão habitacional. As projeções de mercado compiladas no Boletim Focus do Banco Central (BC) apontam para um crescimento real do PIB de 2,1% em 2025. Para o mercado de trabalho, também conforme o Focus, é prevista uma taxa média para o 1º semestre de 2025 de 6,7%. "Essa combinação pode ser um indicativo de que a atividade econômica ainda estará aquecida, apesar de não tanto quanto em 2024, o que contribui para o aumento de renda da demanda por imóveis de luxo", afirma Paula Reis, economista responsável pelo índice.
O ambiente, portanto, será mais restritivo para o segmento de médio e alto padrão.
Em um cenário favorável ao mercado de luxo, Balneário Camboriú permanece com o metro quadrado mais caro do Brasil, custando R$ 14 mil. No ranking também aparecem as catarinenses Itajaí (R$ 12 mil) e Florianópolis (11,8 mil). Mas quem ameaça, mesmo, BC é Itapema, com o preço de R$ 13,5 mil por metro quadrado.
"O preço e a trajetória de ambas as cidades são próximos. A valorização de Balneário Camboriú, Itapema e Itajaí faz parte da conjuntura da valorização imobiliária do litoral catarinense, fenômeno catalisado pela pandemia", afirma a economista do DataZAP.
O estado de Santa Catarina tem avançado a um ritmo acelerado, impulsionado por diversas questões econômicas que transformam a região em um destino não apenas turístico, mas também para trabalho e moradia. Segundo dados do IBGE divulgados em agosto de 2024, o estado registrou um crescimento de 5,89% em relação à população de 2023. O território catarinense foi o que mais teve aumento entre os estados do Sul.
Cidade | Preço Médio (R$/m²) |
---|---|
Balneário Camboriú (SC) | 14.041 |
Itapema (SC) | 13.592 |
Vitória (ES) | 12.522 |
Itajaí (SC) | 12.008 |
Florianópolis (SC) | 11.845 |
São Paulo (SP) | 11.428 |
Barueri (SP) | 10.944 |
Curitiba (PR) | 10.762 |
Rio de Janeiro (RJ) | 10.330 |
Belo Horizonte (MG) | 9.596 |
Brasília (DF) | 9.488 |
Maceió (AL) | 9.342 |
Vila Velha (ES) | 9.226 |
Fortaleza (CE) | 8.064 |
Recife (PE) | 8.062 |
São José (SC) | 8.010 |
Goiânia (GO) | 7.943 |
Osasco (SP) | 7.806 |
São Luís (MA) | 7.636 |
Joinville (SC) | 7.595 |
Belém (PA) | 7.494 |
Santos (SP) | 7.399 |
Santo André (SP) | 7.232 |
Porto Alegre (RS) | 7.167 |
Niterói (RJ) | 7.140 |
Blumenau (SC) | 7.032 |
João Pessoa (PB) | 7.030 |
Campinas (SP) | 6.983 |
Salvador (BA) | 6.970 |
Manaus (AM) | 6.932 |
Guarulhos (SP) | 6.877 |
Diadema (SP) | 6.486 |
Cuiabá (MT) | 6.462 |
Guarujá (SP) | 6.244 |
Praia Grande (SP) | 6.260 |
Campo Grande (MS) | 6.098 |
Natal (RN) | 5.655 |
Canoas (RS) | 5.620 |
São José dos Pinhais (PR) | 5.538 |
Contagem (MG) | 5.506 |
Teresina (PI) | 5.541 |
Jaboatão dos Guararapes (PE) | 5.400 |
Londrina (PR) | 5.180 |
Aracaju (SE) | 5.155 |
Novo Hamburgo (RS) | 5.053 |
Ribeirão Preto (SP) | 4.950 |
São Leopoldo (RS) | 4.968 |
Santa Maria (RS) | 4.870 |
Pelotas (RS) | 4.288 |
Betim (MG) | 4.291 |
O índice para o mês de janeiro teve uma variação positiva de 0,59% ao considerar o preço de imóveis de 56 cidades brasileiras. No mês anterior, essa variação foi de 0,66%. Em comparação aos últimos 12 meses, a variação foi de 7,98%. O aumento superou a inflação ao consumidor em 2024, estimada em 4,51% pelo índice com base no IPCA-15 de janeiro.
De modo geral, a variação acumulada está relacionada com o desempenho da economia brasileira, que cresceu acima das expectativas, puxada por um mercado de trabalho forte. A condição macroeconômica influenciou positivamente o mercado imobiliário ao contribuir para a expansão da concessão de crédito para os segmentos popular e médio padrão.
Quando o quesito é variação no preço de venda nos últimos 12 meses, entre as capitais, quem se destaca é Salvador, onde o preço do metro quadrado aumentou 18%. Em seguida, estão Curitiba, com 17,86%, e João Pessoa, com 16,47%. No extremo oposto estão Rio de Janeiro, com 3,40%, Teresina, com 4,26%, e Brasília, com valorização de 4,75%. Das 22 capitais, São Paulo aparece no 17º lugar, com valorização do metro quadrado em 6,70%.
O caso de Salvador é relativamente recente. Houve uma aceleração no reajuste do preço de venda da capital baiana a partir de abril de 2024, quando a variação acumulada em 12 meses era de 5,65%. Os bairros que mais contribuíram para esse aumento foram Brotas, Ondina e Caminho das Árvores, afirma Reis.
Capital | Variação nos Últimos 12 Meses (%) |
---|---|
Salvador (BA) | +18,00% |
Curitiba (PR) | +17,86% |
João Pessoa (PB) | +16,47% |
Vitória (ES) | +14,01% |
Aracaju (SE) | +13,54% |
Fortaleza (CE) | +12,83% |
Belo Horizonte (MG) | +12,83% |
Maceió (AL) | +10,85% |
Cuiabá (MT) | +10,11% |
Goiânia (GO) | +9,81% |
Florianópolis (SC) | +9,44% |
Belém (PA) | +9,18% |
Manaus (AM) | +8,89% |
São Luís (MA) | +8,40% |
Natal (RN) | +8,18% |
Porto Alegre (RS) | +6,98% |
São Paulo (SP) | +6,70% |
Recife (PE) | +5,87% |
Campo Grande (MS) | +5,64% |
Brasília (DF) | +4,75% |
Teresina (PI) | +4,26% |
Rio de Janeiro (RJ) | +3,40% |
Quanto ao Rio de Janeiro, que amarga na última posição no ranking de maiores variações de preço do metro quadrado, desde o final de 2015, a capital fluminense, junto com Niterói, apresenta reajuste acumulado em 12 meses inferior à inflação. De acordo com dados do Banco Central, a concessão de crédito real do estado do Rio de Janeiro cresceu 10%, abaixo da taxa nacional (20,3%), entre novembro de 2023 e o mesmo mês de 2024. A concessão com recursos do FGTS cresceu 27,8% no Brasil e apenas 9,4% no estado. "Esses dados mostram um mercado de venda menos aquecido do que a média das cidades monitoradas pelo índice FipeZAP", finaliza Paula Reis.