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Em meio aos bate-estacas no Ipiranga, essa construtora permitiu silêncio para a vizinhança

Tendo em vista que são "os vizinhos que ninguém quer ter" durante uma obra, a Tegra lançou o programa de relacionamento com vizinhos como forma de mitigar riscos ao negócio

Em 2007, era inaugurada a estação Alto do Ipiranga do Metrô, na avenida Gentil de Moura. Foi então que a área do bairro, antes uma imensidão de casas, se tornou um canteiro de obras para grandes empreendimentos. (Getty Images/Getty Images)

Em 2007, era inaugurada a estação Alto do Ipiranga do Metrô, na avenida Gentil de Moura. Foi então que a área do bairro, antes uma imensidão de casas, se tornou um canteiro de obras para grandes empreendimentos. (Getty Images/Getty Images)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercado Imobiliário

Publicado em 5 de fevereiro de 2025 às 12h08.

Em 2007, era inaugurada a estação Alto do Ipiranga do Metrô, na avenida Gentil de Moura, na cidade de São Paulo. Foi então que a área do bairro, antes uma imensidão de casas, se tornou um canteiro de obras para grandes empreendimentos. No início de 2021, duas ruas acima da estação, a incorporadora Tegra começou os trabalhos para conseguir desocupar uma área grande o bastante para a construção do condomínio YPY Alto do Ipiranga. Entre as casas cobiçadas estava a que funciona até hoje a Escola Place.

A situação, naturalmente, poderia causar ruídos — para além dos literais. A escola não topou a proposta de compra e escolheu permanecer onde já estava há mais de seis anos. E a obra seguiu, ocupando as outras casas que toparam entrar no negócio e a demolição começou em 2023.

O que poderia vir a se transformar em uma guerra entre a construtora e os antigos moradores, com a escola padecendo com o barulho das obras, virou uma camaradagem entre vizinhos típica do bairro.

Sonecas e bate-estaca em harmonia

O grande desafio na escola Place é manter um ambiente calmo durante os horários de soneca dos alunos, que têm, no máximo, dois anos de idade. Foi então que a engenharia responsável adaptou o cronograma da obra do YPY, remanejando suas atividades mais barulhentas para horários nos quais os bebês não estão descansando.

Enquanto as máquinas operavam, os professores desenvolviam atividades lúdicas com música para abafar o ruído de obra.

Rita Henriques, diretora-geral da Escola Place, afirma que, em seis anos, viu o bairro se transformando, com construções avançando sobretudo por causa do metrô. "Permanecemos aqui pelo mesmo motivo, visando a facilidade dos pais. E também pensando que os moradores dos novos prédios vão precisar de uma escola."

O programa de relacionamento com vizinhos

A Tegra, ao longo de seus 45 anos de experiência nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas, desenvolveu e vem aplicando um programa de relacionamento com vizinhos cuja proposta é estabelecer uma comunicação constante e transparente com os moradores das áreas próximas a seus empreendimentos. Nos últimos dois anos, o programa recebeu mais de 13 mil acionamentos de vizinhos e adotou soluções para dar mais conforto a quem convive com a mudança da rotina durante a construção de um prédio.

No mercado imobiliário, o pior cenário que pode existir é o embargo de uma obra o que gera um prejuízo financeiro enorme para o negócio. Mas há também os prejuízos de reputação, salienta Luciana Freitas, gerente geral de relacionamento com cliente da Tegra.

"Quando começamos o programa em 2018, sabíamos que teríamos algumas obras em vizinhanças mais críticas. Foi quando começamos a estudar essas áreas para já ir mitigando os riscos de um possível embargo ou alguma crise", explica. Além disso, a gerente geral afirma que os vizinhos de uma obra devem ser considerados pelas incorporadoras como potenciais clientes.

Freitas afirma que o processo de entrar em uma vizinhança começa muito antes da construção do prédio de fato. "Assim que fechamos um terreno, nossa equipe de comunicação já vai a campo entender qual é o perfil daquela vizinhança em que estamos nos inserindo e mapeia os principais riscos", diz. É assim que se começa uma comunicação proativa, de porta em porta, para a divulgação dos canais de comunicação.

Hoje o programa conta com 27 terrenos e obras sob gestão. Ao todo, são mais de 500 vizinhos por mês.

Através do programa, a Tegra investe também em iniciativas que buscam gerar impactos positivos nas comunidades ao redor de suas construções. Apenas em 2023, esse braço do programa recebeu um investimento de mais de R$ 2 milhões, buscando revitalizar e gerir espaços públicos verdes, promovendo melhorias no ambiente urbano e qualidade de vida para os moradores locais.

"Com toda obra também nasce uma gentileza. Quando entramos naquela comunidade, mapeamos também como deixar aquele bairro mais agradável. Para isso, fazemos uma zeladoria das praças. Afinal, sabemos que somos os vizinhos que ninguém quer ter", explica. Atualmente, são 13 espaços públicos 'adotados' pela Tegra na cidade de São Paulo. Entre eles a praça Giordano Bruno, na Chácara Klabin, e a praça Vinícius de Moraes, no Morumbi.

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