Mercado imobiliário

‘Decorado-holograma’: realidade aumentada é aposta de imobiliária para conquistar clientes

Coelho da Fonseca lança experiência imersiva para apresentar apartamento na planta como se já estivesse pronto

Realidade aumentada: recurso foi utilizado para mostrar como ficaria a sala do apartamento (Coelho da Fonseca/Reprodução)

Realidade aumentada: recurso foi utilizado para mostrar como ficaria a sala do apartamento (Coelho da Fonseca/Reprodução)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 18 de julho de 2024 às 08h02.

Última atualização em 19 de julho de 2024 às 15h05.

O apartamento decorado é parada obrigatória de quem quer comprar um imóvel na planta e quer ter uma noção mais exata de espaço no futuro lar. Mas e se houvesse outra forma de visualizar como piso, móveis e decoração vão ficar dentro de um apartamento em tamanho real?

Essa é a aposta da Coelho da Fonseca, uma das maiores imobiliárias de alto padrão do País. A empresa tem investido em realidade aumentada para apresentar e vender imóveis. Em parceria com a R2U, especializada em realidade aumentada, a Coelho criou um ambiente que mescla elementos digitais ao espaço físico real – em um recurso parecido à ideia de holograma. 

A EXAME conheceu a ferramenta, que dá uma experiência de apartamento decorado para um imóvel que ainda está no contrapiso (veja vídeo).

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“Uma das grandes dores de vender apartamento na planta, cru ou para reforma, é conseguir visualizar aquele ambiente como você gostaria. Entender se a cama vai ficar do tamanho ideal, por exemplo. O projeto melhora a tomada de decisão, mas a visualização não é tangível”, explica Luiz Coelho da Fonseca, diretor da imobiliária.

A tecnologia por trás da realidade aumentada da Coelho da Fonseca

Pensando nessa demanda, a Coelho e a R2U passaram oito anos buscando uma forma de oferecer um tour virtual que fosse decisivo na decisão de compra do cliente. Entre tentativa e erro, diversas opções foram descartadas – especialmente as de realidade virtual. Nessas, o usuário tem uma experiência imersiva completa e perde a noção de espaço físico, o que pode gerar uma sensação de vertigem e até afastar um público mais velho, que costuma ter menos afinidade com esse tipo de tecnologia.

O ponto de virada veio no final de 2023 com o lançamento do Apple Vision Pro, óculos de realidade aumentada da Apple. A R2U, como empresa de tecnologia, teve acesso aos óculos antes do mercado geral – os testes começaram em março deste ano. 

Para apresentar a nova solução, a imobiliária escolheu o empreendimento AG Art Residences, em Pinheiros, com o qual a Coelho tem contrato para venda exclusiva. “Ainda não apresentamos para clientes, mas o incorporador ficou bastante animado e entendeu que essa tecnologia pode definir a decisão do cliente.”

Com o óculos, é possível visualizar como o apartamento ficaria finalizado, dando outra noção de espaço. O recurso permite ainda várias opções diferentes de plantas para o apartamento. Um exemplo mostrado no protótipo é a sala, que pode ser fechada ou ter integração com a sacada.

Uma vantagem é que o óculos pode ser usado em qualquer espaço: não precisa do apartamento pronto. A Coelho está estudando usar o recurso em loteamentos e hoje já é possível utilizar o óculos para mostrar a área comum do prédio, como piscina e academia. Para a Coelho, é uma forma de complementar (e baratear) a estratégia do apartamento decorado utilizada atualmente. “É possível projetar o prédio em escala real no terreno, ver onde vai ser a entrada, entrar no lobby.”

O teste para o primeiro empreendimento foi feito em dois meses e meio, mas a empresa aposta que o processo irá ficar cada vez mais rápido e barato. O custo inicial foi de R$ 300 reais por metro quadrado para incluir acabamento, mobília, luz, e variação de plantas. Esse seria, em média, o custo de quem quer adquirir o serviço. O saldo final, no entanto, pode ser bem variável, e depende do que vai ser mostrado no ambiente virtual. “São inúmeras possibilidades.”

A estimativa da empresa é expandir o uso da solução e faturar R$ 2 milhões ainda este ano – alcançando a cifra de R$ 10 milhões em 2025. Os interessados seriam desde incorporadores até arquitetos, que podem usar o “decorado-holograma” como showroom de seus projetos em escala real.

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