Mercado imobiliário

Crédito elevado e oferta de novos imóveis reduzem a especulação em São Paulo, diz Loft

Índice Especulômetro EXAME-Loft, que mede a diferença entre o preço anunciado de imóveis, teve redução no mês de dezembro

Especulação imobiliária: pedir preço mais elevado para trabalhar com desconto é o padrão do mercado imobiliário (Leandro Fonseca/Exame)

Especulação imobiliária: pedir preço mais elevado para trabalhar com desconto é o padrão do mercado imobiliário (Leandro Fonseca/Exame)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 14 de dezembro de 2022 às 14h46.

O cenário está favorável para quem quer comprar um imóvel na cidade de São Paulo. Isso porque a especulação imobiliária na capital paulista tem apresentado estabilidade nos últimos meses. É o que aponta a nova edição do Índice Especulômetro EXAME-Loft, que reúne a EXAME com a Loft, uma das principais startups dedicadas ao mercado de imóveis no país.

O indicador mede a diferença entre o preço anunciado de imóveis e o de fechamento de contrato. Na edição de dezembro, o Índice Especulômetro foi ampliado, a agora, contempla 57 bairros. As edições anteriores eram 23. Dessa maneira, a especulação média calculada para a cidade de São Paulo é de 17,25% em dezembro, o que presenta uma queda de 0,18 p.p em relação ao mês anterior (17,07%). Na comparação com junho (início da série com atual metodologia), o indicador acumula alta de 0,64 p.p.

Para Rodger Campos, economista e gerente de dados da Loft, o custo do crédito mais elevado, crescimento da oferta de novos imóveis, elevação da formação de estoque e nível de renda médio menor elevam o poder de barganha do comprador e justificam a estabilidade da especulação média na cidade.

Especulação por bairro

Dos 57 bairros avaliados na capital paulista, 47 bairros apresentaram especulação (diferença entre o preço anunciado e o valor de fechamento do contrato nas transações) acima de 10%.

O economista da Loft explica que pedir preço mais elevado para trabalhar com desconto é o padrão do mercado imobiliário. “Entretanto, tem havido uma miopia por parte dos ofertantes, desconsiderando a conjuntura econômica brasileira: crédito mais caro, em razão da elevação da Selic, nível de salário médio menor, mesmo em face da recuperação do mercado de trabalho. Avaliar o cenário conjuntural e trabalhar com preços mais ajustados à realidade aumenta a possibilidade de transações”, acrescentou Campos.

Entre os bairros, 3 tiveram redução significativa da diferença entre o valor transacionado e o anunciado: Campo Grande, Jardim Europa e Jaçanã) e 2 tiveram alta (Bela Vista e Jardim São Paulo). Já os bairros com menores indicadores de especulação são Jardim Europa (-3,63%), Cangaíba (3,21%) e Cambuci (6,63%). Os bairros com maiores indicadores são Campo Grande (31,11%), Jardim São Paulo (31,13%) e Bela Vista (35,30%).

Made with Flourish

Preço do metro quadrado

Em relação ao metro quadrado, os dados apontam que em relação ao valor do m2 transacionado, houve alta em 7 bairros (Campo Grande, Jaçanã, Limão, Mooca, Morumbi, Santo Amaro e Vila Mariana). E houve baixa em 4 (Itaim Bibi, Jardim São Paulo, República e Vila Clementino). Veja abaixo:

Made with Flourish
Acompanhe tudo sobre:CidadesImóveisMercado imobiliário

Mais de Mercado imobiliário

3 características que tornam o mercado imobiliário mais sustentável

Como definir o valor ideal do seu imóvel para venda

MRV tem lucro de R$ 76 milhões no 3º tri e CFO reforça tese de retomada

7 coisas que inquilinos não podem fazer em uma casa alugada