Vanessa Lopes e Fernanda Leão, sócias da Archie: parceria com empresas como Suvinil para ganhar escala e conquistar novos clientes (Archie/Divulgação)
Fundada pela advogada Fernanda Leão e pela arquiteta Vanessa Prado Lopes, a Archie nasceu em 2016 com a meta de democratizar o acesso à decoração. “Na época, notei que a forma como meus clientes queriam ser atendidos havia mudado”, diz Vanessa. “Eles queriam uma identificação rápida de suas necessidades e estilo, além de soluções simples e de fácil execução.” Foi quando surgiu a ideia de “uberizar” o serviço, conectando clientes e arquitetos em uma plataforma online de decoração.
No mesmo ano, as sócias conquistaram o primeiro lugar no Empreenda, uma competição promovida pelo Centro de Empreendedorismo do Insper para alunos da pós-graduação. Como parte do prêmio, ganharam estadia em uma aceleradora e conseguiram atrair o investidor-anjo Claudio Dall´Acqua, que aportou capital no negócio. “Já passamos por duas rodadas de investimento e estamos captando uma nova rodada neste momento”, afirma Vanessa.
Com mais de 2.000 projetos entregues, a Archie trabalha com dois tipos de serviço. Por R$ 149 por um projeto, o Pá-Pum entrega ao cliente final um painel de estilo com referências para a transformação de um canto da casa, como a montagem de uma galeria de quadros na parede, a produção de uma estante ou a escolha de um novo enxoval para a cama. “Durante a pandemia, aumentou demais a procura de pessoas querendo melhorar o cenário de chamadas por vídeo e lives”, diz Vanessa.
O segundo plano da Archie custa R$ 399 e dá direito à transformação de um ambiente completo. O cliente manda fotos e medidas do cômodo e recebe, em até 20 dias corridos, painel de estilo, planta de layout e proposta de decoração em 3D com recomendação de produtos e links de onde eles podem ser comprados. “Esse é um produto muito utilizado por clientes que alugam apartamentos e querem fazer pequenas mudanças, pois não fazemos reformas”, explica Vanessa. O valor cobrado é sempre o mesmo, não importa a metragem.
Como parte do modelo de negócio, a Archie vem firmando parcerias para atender um público B2B2C. Pelo site da Suvinil, por exemplo, a startup oferece por R$ 179 uma consultoria de cor com sugestões de pintura e objetos de decoração. “Nosso foco sempre será o usuário, mas notamos que o custo de aquisição de clientes é muito alto e moroso, e com empresas oferecendo o nosso serviço geramos uma relação de ganha-ganha”, diz Vanessa. Responsáveis pelo atendimento e pela entrega do protejo, os arquitetos e decoradores conectados à plataforma recebem 70% do valor.
No começo da pandemia, a Archie viu seu faturamento cair para menos da metade em relação ao ano anterior. Mas, a partir de maio, houve uma retomada e já registra um crescimento de 70% de janeiro a agosto comparado ao mesmo período de 2019. “As pessoas notaram que suas casas estavam esquecidas e, em muitos casos, pouco adaptadas para a nova rotina de uma família 24 horas por dia em casa”, diz a empresária.
Apesar de o ambiente de home office ter sido muito requisitado, a Archie também notou um aumento no interesse de melhorias em salas, dormitórios e área externas, como varandas, quintais e churrasqueiras. “Um dos nossos diferenciais é que não trabalhamos com nada pré-pronto, nem com robôs. Tudo é feito para atender cada cliente dentro da sua necessidade”, diz Vanessa.
A meta da Archie, que já atende clientes em países como Canadá, Inglaterra e Portugal, é expandir na América do Sul e Europa. “O crescimento da empresa nos deixa confiantes de que o nosso modelo de negócio – ágil, online e acessível – tem aderência ao novo formato de vida das pessoas”, afirma a arquiteta.