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Como funciona a regularização fundiária em áreas urbanas

Processo transforma assentamentos informais em bairros legalizados, trazendo segurança jurídica e qualidade de vida para milhares de famílias

O processo exige uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais de diversas áreas, como direito, urbanismo, engenharia, meio ambiente e assistência social (Germano Lüders/Exame)

O processo exige uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais de diversas áreas, como direito, urbanismo, engenharia, meio ambiente e assistência social (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 15 de abril de 2025 às 16h17.

Em diversas cidades brasileiras, centenas de milhares de famílias vivem em áreas que, por questões históricas ou econômicas, não possuem registro legal de propriedade. Esses assentamentos, chamados de "informais", muitas vezes enfrentam precariedade na infraestrutura e insegurança jurídica, o que dificulta a obtenção de crédito e a melhoria das condições de vida. A regularização fundiária urbana surge como a solução para transformar esses locais em bairros legalizados, com direitos reconhecidos e infraestrutura adequada.

A regularização é um processo complexo que envolve aspectos jurídicos, urbanísticos, ambientais e sociais. Seu objetivo é integrar essas áreas ao restante da cidade, garantindo aos moradores o direito à moradia digna e à cidadania plena. O processo busca, assim, a inclusão social e o desenvolvimento sustentável de áreas urbanas que, historicamente, foram negligenciadas pelo planejamento público.

Etapas do processo de regularização fundiária

A regularização fundiária começa com um diagnóstico detalhado da área a ser regularizada. Isso inclui o mapeamento de lotes, construções e a infraestrutura existente, além de um levantamento topográfico e georreferenciamento da região. Durante essa fase, também são analisadas as condições sociais e econômicas das famílias que ocupam a área, com o objetivo de definir a melhor abordagem para o processo.

Um dos primeiros passos é a coleta de dados sobre os moradores. Esse cadastro contém informações sobre a composição familiar, tempo de posse, renda e outros fatores que ajudam a classificar a área e a definir a modalidade de regularização a ser adotada. O cadastro permite ainda que o poder público conheça as necessidades específicas de cada comunidade.

Modalidades de regularização

A Lei nº 13.465/2017, que regulamenta o processo de regularização fundiária, estabelece duas modalidades principais: a Reurb-S (para áreas de interesse social) e a Reurb-E (para interesse específico). A primeira é destinada a assentamentos predominantemente ocupados por famílias de baixa renda, enquanto a segunda se aplica a áreas que, embora não atendam a critérios sociais, têm potencial para ser regularizadas por questões econômicas ou particulares.

A definição da modalidade adequada é crucial, pois influencia diretamente o tipo de ação e o tipo de infraestrutura que será implantada no local.

Elaboração e aprovação do projeto urbanístico

Após a definição da modalidade, o próximo passo é a criação de um projeto urbanístico, que inclui a planta da área e propostas para a instalação de infraestrutura básica, como fornecimento de água, esgoto, pavimentação e energia elétrica. Além disso, o projeto aborda soluções para questões ambientais e urbanísticas específicas da região, como áreas de risco ou a necessidade de reassentamento de moradores em casos críticos.

Esse projeto deve ser aprovado pelos órgãos municipais responsáveis e garantir que todas as intervenções estejam de acordo com as normas ambientais e de planejamento urbano.

O papel da comunidade e titulação dos imóveis

Durante todo o processo, a participação dos moradores é fundamental. Eles devem ser notificados sobre as etapas do processo e seus direitos e deveres. Além disso, o poder público garante que as decisões sejam transparentes e atendam às reais necessidades da população.

Após a aprovação do projeto, começa a titulação dos imóveis, que pode ser feita de forma individual ou coletiva. A titulação é o momento em que o morador recebe um título de propriedade ou um documento jurídico que formaliza a posse, permitindo que ele tenha acesso a créditos, seguros e outros benefícios.

A titulação é o ponto crucial da regularização, pois é quando os moradores ganham a segurança jurídica de que são os legítimos proprietários de suas residências.

Melhorias urbanísticas e consolidação da regularização

Com a titulação em mãos, o processo de regularização avança para a implantação de melhorias urbanísticas. Essas obras incluem saneamento básico, pavimentação, iluminação pública e criação de espaços de lazer, fundamentais para a qualidade de vida das famílias.

O último passo da regularização fundiária é a consolidação do processo com o registro cartorial dos imóveis e o lançamento fiscal municipal. Com isso, os imóveis passam a ser oficialmente reconhecidos pela cidade, permitindo a cobrança de impostos e a integração plena da área ao município.

Aspectos legais e sociais da regularização

Além de garantir a propriedade e a inclusão social, a regularização fundiária tem grande impacto no desenvolvimento urbano. Ela visa promover a integração das áreas irregulares ao restante da cidade, melhorando a mobilidade, a infraestrutura e a qualidade de vida. A simplificação do processo, garantida pela Lei nº 13.465/2017, é um avanço para permitir que mais famílias tenham acesso a uma moradia legalizada, sem depender de judicialização ou do Ministério Público.

Este processo exige uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais de diversas áreas, como direito, urbanismo, engenharia, meio ambiente e assistência social, para garantir que as soluções adotadas sejam eficazes e sustentáveis a longo prazo.

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