Outro ponto comum de desentendimento entre irmãos em processos de herança diz respeito ao uso do bem (weerapatkiatdumrong/Thinkstock)
Publicado em 24 de setembro de 2024 às 12h09.
A divisão de herança entre irmãos pode se tornar um processo complicado quando não há consenso entre as partes envolvidas. No Brasil, o processo de inventário, que é utilizado para formalizar a partilha de bens deixados por uma pessoa falecida, pode ser feito de forma amigável ou judicial, sendo a segunda opção a mais comum quando há desentendimentos entre os herdeiros. Quando os irmãos não conseguem chegar a um acordo sobre como dividir os bens, a legislação brasileira oferece mecanismos para resolver esses conflitos.
Quando os irmãos não conseguem chegar a um consenso sobre a divisão da herança, o inventário deverá ser realizado judicialmente. Nesse caso, um juiz será o responsável por mediar o processo, tomando decisões com base na lei e nas provas apresentadas pelas partes.
Aqui estão as principais etapas e aspectos envolvidos na divisão de herança sem acordo:
O inventário judicial é obrigatório quando não há acordo entre os herdeiros ou quando há menores de idade ou incapazes envolvidos. Esse processo é conduzido por um juiz e pode ser iniciado por qualquer um dos herdeiros ou pelo inventariante, que é a pessoa responsável por administrar os bens do falecido até a partilha.
O inventário judicial segue as seguintes etapas:
Uma das ferramentas cada vez mais utilizadas nos processos judiciais, inclusive de inventário, é a mediação. O mediador é um profissional capacitado para auxiliar as partes a chegarem a um acordo, de forma a evitar que o processo se prolongue por anos. Essa prática é incentivada pelo sistema judiciário como uma forma de reduzir os conflitos e proporcionar uma solução mais célere.
Quando não há acordo, a partilha dos bens será feita de acordo com o que está previsto no Código Civil. A herança é dividida igualmente entre os irmãos, respeitando a existência de outros herdeiros necessários, como pais (se vivos) e cônjuges. No caso de bens indivisíveis, como um imóvel, há algumas alternativas:
Outro ponto comum de desentendimento entre irmãos em processos de herança diz respeito ao uso do bem, principalmente quando se trata de um imóvel. Quando um dos herdeiros ocupa o imóvel sem o consentimento dos outros, é possível que haja uma disputa judicial sobre a utilização do bem.
Se o imóvel estiver sendo utilizado por um dos herdeiros sem que os demais concordem, os irmãos podem pedir a desocupação do imóvel ou uma compensação financeira, como o pagamento de aluguel aos outros herdeiros.
Quando a venda dos bens é a única solução para a partilha, mas um ou mais herdeiros resistem a essa ideia, o juiz pode determinar a venda forçada. Nesse caso, o bem é levado a leilão, e o valor arrecadado é dividido proporcionalmente entre os irmãos.
Esse tipo de situação é mais comum em casos de imóveis indivisíveis ou quando os irmãos têm visões divergentes sobre o que fazer com o patrimônio deixado pelo falecido. A venda forçada costuma ser a última alternativa, quando nenhuma outra solução foi possível.
O inventário judicial pode ser um processo longo e custoso. Além dos honorários advocatícios, há custos com taxas judiciais, avaliação de bens e, em alguns casos, impostos. O processo pode se estender por meses ou até anos, especialmente se houver muitos bens a serem avaliados ou se os conflitos entre os herdeiros forem intensos.
Além disso, o processo de inventário tem prazos legais a serem seguidos. De acordo com a legislação brasileira, o inventário deve ser iniciado em até 60 dias após o falecimento, sob pena de multa. A conclusão do processo depende do grau de complexidade da herança e do nível de desentendimento entre os herdeiros.
Quando não há acordo entre irmãos na divisão da herança, o inventário judicial é o caminho necessário para resolver o impasse. O juiz, amparado pela lei, tomará decisões sobre a partilha dos bens, considerando os direitos de todos os herdeiros. Embora esse processo possa ser demorado e custoso, ele garante que os bens sejam divididos de forma justa e conforme a legislação vigente.
A mediação pode ser uma alternativa eficiente para reduzir os conflitos e acelerar a resolução do processo, evitando que a herança se torne motivo de disputas intermináveis. Portanto, buscar a conciliação desde o início pode ser uma estratégia valiosa para proteger os interesses de todos os envolvidos.