Vista de Londres com edifício 30 St Mary Axe em primeiro plano (Wikipedia)
João Pedro Caleiro
Publicado em 28 de janeiro de 2015 às 14h30.
São Paulo - O estoque de casas de Londres, no Reino Unido, atingiu um valor total de 1,5 trilhão de libras em 2014, de acordo com estudo da consultoria imobiliária Savills.
Isso significa US$ 2,2 trilhões, o equivalente ao PIB (Produto Interno Bruto) anual do Brasil ou de Colômbia, Argentina e México somados.
O valor total da propriedade residencial na cidade cresceu impressionantes 61% desde 2009, 20% só no ano passado. É muito mais do que a média nacional, que ficou em 10% no ano passado e 20% nos últimos 5 anos.
A economia britânica está se recuperando vigorosamente, mas o boom imobiliário de Londres vem de muito antes e tem várias raízes. As políticas de expansão monetária do pós-crise criaram uma enxurrada de dólares ao mesmo tempo em que minguavam as boas oportunidades de investimento e os juros permaneciam próximos de zero.
O resultado foi uma enorme valorização em certos tipos de ativos considerados seguros - como casas em Londres. O problema foi agravado na cidade pela dificuldade de construção e falta crônica de habitação, além de fenômenos como a compra de casas vizinhas para ampliar propriedades.
Um apartamento chegou a ser vendido por US$ 237 milhões no ano passado. Para os mais jovens e menos abastados, o sonho da casa própria fica cada vez mais distante, o que gerou o apelido de "geração aluguel".
Outro fator é a entrada maciça de compradores estrangeiros; o mercado imobiliário já é, efetivamente, global. Recentemente, um estudo mostrou que as altas nos preços de casas em determinadas regiões da cidade estão diretamente relacionadas com turbulências políticas em outros países.
Os alertas de que o que está acontecendo em Londres é uma bolha vem de muito tempo, mas há sinais de que o ritmo de aumento vem diminuído e pode estar ocorrendo um ajuste.