Mercado imobiliário

Caixa planeja prazo de 35 anos para contratos do casa Verde e Amarela

Atualmente, o prazo máximo para esse tipo de operação é de 30 anos; entenda o que muda

Fila da Caixa para retirada do auxílio emergencial: benefício social foi alternativa a mercado de trabalho fraco em 2021  (NurPhoto/Getty Images)

Fila da Caixa para retirada do auxílio emergencial: benefício social foi alternativa a mercado de trabalho fraco em 2021 (NurPhoto/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de agosto de 2022 às 09h29.

Última atualização em 24 de agosto de 2022 às 09h33.

A Caixa Econômica Federal planeja oferecer, a partir de 1.º de setembro, financiamento imobiliário com prazo de pagamento de até 35 anos dentro do Casa Verde e Amarela (CVA). Atualmente, o prazo máximo para esse tipo de operação é de 30 anos.

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A informação foi dada ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, pelo diretor executivo de habitação da Caixa, Rodrigo Wermelinger. "A medida vai ajudar a colocar mais gente para dentro desse mercado", afirmou ele, após participar de um debate sobre habitação popular com empresários no Sindicato da Habitação (Secovi-SP), em São Paulo.

Segundo Wermelinger, é esperada para hoje a publicação de uma medida provisória pelo governo federal ampliando o prazo limite para financiamentos imobiliários com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), de 30 para 35 anos. O Casa Verde Amarela é o principal destino dos recursos do fundo.

O banco estatal já trabalha com prazo de financiamento de 35 anos fora do programa habitacional, em linhas de crédito que contam com recursos da caderneta de poupança. A nova medida é bastante aguardada por empresários do setor da construção, pois o aumento no prazo de pagamento no CVA permitiria maior diluição do valor das parcelas do imóvel ao longo do tempo - estimulando o fechamento de novos contratos.

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Desembolso

Um financiamento de R$ 200 mil em 30 anos, por exemplo, gera hoje parcelas iniciais de R$ 1.686. Esse valor cairia para R$ 1.607 (considerando uma taxa de 7% ao ano no Sistema SAC) com um prazo de financiamento de 35 anos.

O pano de fundo para a edição da nova medida provisória é a disparada nos custos de construção, que fez muitos empresários suspenderem lançamentos de projetos dentro do programa habitacional porque as contas não fechavam mais. A partir daí, houve uma articulação dos empresários no governo federal e no conselho do FGTS para aumentar subsídios à população atendida pelo CVA, reduzir taxas de juros e ampliar a faixa de renda dos beneficiários.

O diretor de habitação da Caixa disse que não espera grandes dificuldades operacionais com o prazo ampliado nas linhas do FGTS. "A nossa carteira de crédito imobiliário é paga pelos clientes em dez anos, em média. Sempre que ganham o décimo terceiro ou um dinheiro extra, procuram amortizar", contou.

Na média, a inadimplência na carteira habitacional é inferior a 2%. Wermelinger não abre o dado das linhas do FGTS, mas disse que estão controladas e não são motivo de preocupação.

A Caixa hoje responde por 99,9% dos empréstimos com recursos do FGTS. Até 2014, a sua participação era de 80%, ficando a fatia restante com o Banco do Brasil, que foi saindo aos poucos do ramo. De janeiro a julho, as contratações da Caixa no segmento atingiram R$ 34,8 bilhões.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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