Economia

Brookfield avalia ativos no mercado imobiliário e em infra

Além da participação no consórcio do aeroporto de Guarulhos, a gestora estuda negócios de infraestrutura, como energia e concessões, e também prédios comerciais


	Brookfield: além da participação no consórcio do aeroporto de Guarulhos, a gestora estuda negócios de infraestrutura, como energia e concessões, e também prédios comerciais
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Brookfield: além da participação no consórcio do aeroporto de Guarulhos, a gestora estuda negócios de infraestrutura, como energia e concessões, e também prédios comerciais (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 29 de dezembro de 2015 às 08h48.

São Paulo - A gestora canadense Brookfield, que está prestes a concluir a aquisição da fatia de 24,4% da empreiteira OAS na Invepar, avalia a compra de mais ativos no Brasil.

Além da participação no consórcio que controla o aeroporto de Guarulhos, a gestora estuda outros negócios envolvendo infraestrutura, como energia e concessões, e também prédios comerciais, apurou o jornal O Estado de S. Paulo com fontes próximas à operação.

Com forte apetite por ativos brasileiros, a Brookfield mantém conversas para fechar novos negócios já no início de 2016.

"O braço de private equity (que compra participações em empresas) da gestora também está prospectando oportunidades no país", disse uma fonte a par do assunto.

O ano que termina foi marcado por importantes aquisições da gestora canadense no mercado brasileiro.

Após se comprometer neste mês a comprar a participação da OAS na Invepar por R$ 1,35 bilhão, a Brookfield espera o fechamento do negócio, condicionado à realização de um leilão no fim de janeiro (em que a gestora terá direito de preferência, caso algum concorrente ofereça valor maior) e à aprovação do restante dos fundos de pensão acionistas da concessionária - Petros (da Petrobrás), Funcef (da Caixa) e Previ (do Banco do Brasil).

Em novembro, a Brookfield, por meio do consórcio TCL, venceu um leilão para a compra de um lote de 11 linhas de transmissão de energia em Minas Gerais, que engloba 1.323 quilômetros e nove subestações.

A oferta foi de R$ 448,8 milhões. As instalações servirão para aumentar a confiabilidade ao atendimento elétrico no leste do estado, que concentra uma das mais importantes regiões produtoras de minério e siderurgia do Brasil, conhecida como Vale do Aço.

Brasil no radar

Em maio deste ano, a gestora canadense informou ter US$ 2 bilhões para investir no país na área de infraestrutura até o fim de 2016. Apesar da instabilidade na economia, a matriz afirmou, à época, que considerava os ativos no país mais baratos e que havia oportunidades de negócios interessantes para a companhia.

Maior operadora independente de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) no Brasil, a Brookfield concluiu, em julho passado, a compra de duas PCHs, por R$ 390 milhões, que pertenciam à EDP Energias do Brasil.

Em dezembro de 2014, a gestora canadense já tinha anunciado a aquisição de ativos de geração da Energisa, negócio que foi concluído em março deste ano, por R$ 2,12 bilhões. Novas aquisições nesta área não estão descartadas.

No mercado imobiliário, a Brookfield também protagonizou este ano importantes aquisições.

A gestora comprou por cerca de R$ 2,1 bilhões sete prédios comerciais em São Paulo, entre eles duas torres comerciais do Shopping JK, e Rio de Janeiro que pertenciam à BR Properties, da qual o BTG Pactual era um dos principais acionistas, mas está se desfazendo de sua fatia.

No início do ano, Brookfield e BTG chegaram a fazer uma oferta para a compra do controle da BR Properties, mas a proposta não avançou. A Brookfield optou pela compra dos imóveis comerciais que pertenciam à BR Properties.

Já o BTG começou a se desfazer há um mês de boa parte dos seus ativos, depois que seu fundador, o banqueiro André Esteves foi preso por suspeita por tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato, que investiga corrupção na Petrobrás. Esteves foi solto na semana passada.

Estratégia global

A Brookfield quer replicar parte de seu modelo de negócios no Brasil. Com cerca de US$ 200 bilhões em ativos em todo o mundo, a América do Sul responde por cerca de 10% desse total e deverá crescer sua participação, se depender dos negócios que estão em andamento no Brasil.

No relatório de 2014 da Brookfield, a gestora tinha cerca de R$ 35 bilhões em investimentos no país e presença em 14 Estados.

As áreas de real state (imóveis), infraestrutura e energia renovável) estão entre os maiores aportes da Brookfield no Brasil.

"O apetite da companhia não acabou com os nossos recentes anúncios. Há interesse do grupo em participar de mais leilões (de energia), avançar em infraestrutura e real state", disse uma fonte a par do assunto. 

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