Mercado Imobiliário

A nova estratégia da Pilar para liderar o mercado de imóveis de luxo em São Paulo

Proptech vai lançar plataforma aberta ao cliente e pretende bater R$ 4 bi em VGV em 2025

Felipe Abramovay, CEO da Pilar (Pilar/Divulgação)

Felipe Abramovay, CEO da Pilar (Pilar/Divulgação)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 22 de novembro de 2024 às 08h01.

Criada em 2021, a proptech Pilar se define como o maior player no mercado imobiliário de luxo de São Paulo em transações. Voltada para o alto padrão, a empresa atua exclusivamente com imóveis acima de R$ 2 milhões, com presença nos bairros Jardins, Itaim Bibi, Pinheiros, Vila Nova Conceição, Moema, Higienópolis e Brooklin.

“Nossa fatia de altíssimo padrão nos bairros mais valorizados da cidade chega a até 30% do valor geral de vendas (VGV) total. É um número representativo para um mercado altamente pulverizado”, afirma Felipe Abramovay, CEO da empresa.

Para se diferenciar das imobiliárias tradicionais, a Pilar apostou em um modelo voltado ao corretor. A proptech oferece uma estrutura robusta, com serviços de marketing, infraestrutura tecnológica, assessoria jurídica e comercial, além de uma rede colaborativa no mercado de luxo.

A grande vantagem para os corretores está na comissão. A Pilar cobra entre 10% e 15% sobre as vendas, bem abaixo das taxas de 60% a 70% praticadas pela concorrência. Essa abordagem se mostrou eficiente: a empresa projeta encerrar o ano com um VGV entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões, e uma base de mais de 20 mil imóveis – o dobro da média do setor.

 Para 2025, a meta é chegar na marca dos R$ 4 bilhões em VGV, com o lançamento de uma nova estratégia: um site voltado para o cliente final. As 200 boutiques imobiliárias parceiras da Pilar estarão com seus imóveis expostos ao cliente final.

“Vamos abrir a nossa base ao mercado, mas sem tirar o corretor do centro. Todo o imóvel estará associado à marca de um corretor”, explica Abramovay. A iniciativa, chamada PilarHomes, transforma a base de dados exclusiva da empresa em um portal de classificados, permitindo acesso direto ao portfólio.

Abramovay ressalta que a ideia partiu dos próprios corretores parceiros, que cada vez mais desejam se associar à Pilar como marca. “Não era algo viável no início, quando ainda buscávamos reconhecimento no mercado. Agora, com a confiança estabelecida, estamos prontos para dar esse passo.”

O modelo de remuneração permanece baseado em comissões, sem cobrança de taxas antecipadas para exposição no site. “Estamos no mesmo risco que o corretor: se ele não vende, não recebemos nada”, afirma o CEO.

O PilarHomes tem como objetivo atrair clientes que ainda não possuem um relacionamento com um corretor e querem ter acesso a uma base de imóveis de alto padrão. Abramovay destaca a importância da iniciativa como um impacto de “topo de funil”, onde os clientes, antes espalhados, encontram as melhores opções em um único agregador. 

O site também utilizará inteligência artificial para destacar os melhores anúncios conforme o perfil do usuário, com critérios como qualidade das fotos, legendas e descrições. Em caso de anúncios repetidos, leva a melhor o corretor que tiver uma proposta mais adequada ao perfil do cliente – e que tiver a maior nota na plataforma. Respostas rápidas, por exemplo, serão recompensadas com maior exposição no site.

A expectativa é que a iniciativa gere um impacto de 30% a 40% nas vendas, adicionando cerca de R$ 1 bilhão ao VGV da empresa. Disponível inicialmente em São Paulo, o PilarHomes já está em operação e marca o início de uma nova fase. 

Além de São Paulo, a Pilar também atua em Curitiba e planeja expandir para mais duas cidades em 2025, cujos nomes ainda não foram divulgados.

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