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A Cury deve ser uma das mais beneficiadas com as recentes mudanças do MCMV, lançou 14 empreendimentos no primeiro trimestre de 2025, somando um VGV de R$ 2,78 bilhões (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de Mercado Imobiliário
Publicado em 10 de abril de 2025 às 14h15.
A Cury Construtora e Incorporadora lançou 14 empreendimentos no primeiro trimestre de 2025, somando um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 2,78 bilhões, número recorde e quase o dobro do registrado no quarto trimestre do ano passado. As vendas líquidas também atingiram um valor recorde de R$ 2,1 bilhões.
Economistas do XP Investimentos consideraram os dados operacionais da Cury robustos, sobretudo considerando o potencial para a empresa com a criação da faixa 4 do programa Minha Casa, Minha Vida.
Os analistas veem espaço para um cenário de crescimento de lançamentos superior ao esperado em 2025 e reiteram a incorporadora como a principal escolha no setor de construção civil, com um preço-alvo de R$ 28 por ação até o final do ano – potencial de alta de 9% em relação aos preços atuais.
O BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da Exame) afirmou que a companhia segue "entregando incansavelmente".
Mesmo com um período sazonalmente desfavorável, já que no primeiro trimestre a evolução das construções e a cobrança dos bancos é mais fraca, a empresa entregou resultados positivos "onde quer que você olhe", afirmou a equipe liderada por Gustavo Cambaúva, destacando o bom desempenho em termos de lançamentos, vendas de fluxo de caixa.
O Safra reforçou o coro e classificou a prévia da companhia como “impressionante. Para analistas do banco, a Cury conseguiu manter uma boa velocidade de vendas dos trimestres anteriores, apesar do recorde de lançamentos nos primeiros três meses do ano.
No entanto, como o volume de lançamentos já havia sido divulgado, os economistas acreditam que os resultados do período já foram amplamente precificados. De fato, hoje os papéis recuam 2%, em linha com o desempenho negativo do Ibovespa.
"De forma geral, reiteramos a posição de top-pick da Cury, pois ela deve continuar a entregar um dos melhores resultados do setor, com os níveis de conversão de caixa mais fortes. Apesar da alta de 54% no acumulado do ano, ainda vemos suas ações negociando a um preço atrativo e um rendimento de dividendos de 10% para 2026", finaliza o Safra em relatório a investidores.
O salto nas vendas vem em meio a uma estratégia de concentrar lançamentos no primeiro semestre. Das 14 novas obras, nove estão em São Paulo e cinco no Rio de Janeiro. As 9.132 unidades lançadas marcam crescimento de 125% em relação ao trimestre anterior. Mesmo com o aumento no volume, o preço médio por unidade caiu 11,6% em relação ao 4T24, para R$ 304,8 mil, reflexo do mix de produtos.
A empresa também teve melhora nos repasses e na geração de caixa. No trimestre, foi repassado R$ 1,12 bilhão, crescimento de 26,7% na base anual. A geração de caixa operacional ficou positiva em R$ 25,7 milhões — o 24° trimestre consecutivo nesse campo, segundo a companhia.
A VSO (velocidade de vendas sobre oferta) líquida foi de 45,4% no trimestre, leve alta em relação ao trimestre anterior, mas abaixo dos 47,9% do 1º trimestre do ano passado. No acumulado de 12 meses, a VSO ficou em 72,6%. Já o estoque total encerrou o trimestre em R$ 2,53 bilhões, com 99% das unidades ainda em construção.
O governo anunciou na semana passada a ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) com a criação de uma nova faixa de renda para famílias com renda de até R$ 12 mil por mês e imóveis de R$ 500 mil.
Em relatório, analistas do BTG Pactual consideram que está é uma notícia positiva para as incorporadoras de baixa renda sob cobertura do banco, como a Cury.
"Em nossa cobertura, Cury e Direcional devem ser os principais beneficiários, pois têm a maior exposição a essas faixas de renda, com uma faixa de 20% a 30% de suas operações no nicho de média renda do SBPE, que pode ser substituído pela nova faixa", afirmaram os analistas.