O artista chinês Ai Weiwei (Peter Macdiarmid/Getty Images)
AFP
Publicado em 17 de julho de 2019 às 17h07.
Última atualização em 20 de julho de 2019 às 12h28.
A Justiça dinamarquesa condenou uma concessionária da Volkswagen, nesta quarta-feira (17), a pagar cerca de 230.000 euros (258.000 dólares) ao artista chinês Ai Weiwei por ter usado uma de suas obras para fins publicitários sem sua autorização.
"O uso da obra por parte da SMC [a concessionária] constitui uma violação [...] das boas práticas de marketing enunciadas na lei sobre a publicidade", explicou em um comunicado o tribunal de Glostrup, na periferia de Copenhague.
Em 2017, em seu jornal e em sua página on-line, a SMC usou uma foto de um novo modelo do Polo estacionado na frente de uma obra de Ai Weiwei em Copenhague.
Para fazer sua obra, o artista dissidente de 61 anos pendurou nas janelas do museu de Charlottenborg 3.500 coletes salva-vidas de migrantes que chegaram à ilha de Lesbos entre 2015 e 2016.
A "exploração comercial da obra de Ai Weiwei era uma contradição flagrante das considerações e das ideias que sustentavam a obra", considerou o tribunal, apontando que este uso abusivo poderia prejudicar a reputação do artista.
A SMC foi condenada a pagar 1,5 milhão de coroas (200.000 euros, ou 224.000 dólares) por uso fraudulento, aos quais se somam 250.000 coroas (23.800 euros, ou 26.600 dólares) por danos.
"O material errado foi distribuído para mais de 200.000 pessoas, dando a falsa impressão de que eu havia autorizado a Volskwagen a usar minha obra em sua publicidade para o novo Polo", declarou o artista em março no Instagram.