(©Lucas Bustamante / CI/Divulgação)
Vanessa Barbosa
Publicado em 20 de março de 2017 às 10h50.
São Paulo - Em 2016, o desmatamento na Amazônia atingiu a maior taxa em quase oito anos. Para agravar, a pressão sobre a maior floresta tropical do mundo pode aumentar ainda mais em um cenário de crise econômica e política que ameaça conquistas históricas no combate ao desmatamento.
Diante da perda de controle ou falta de ambição do governo brasileiro para lidar com o problema, o envolvimento da sociedade na proteção da floresta mostra-se cada vez mais necessária. É nesse contexto que se insere o filmete “Amazônia a dentro" ("Under The Canopy”, na versão em inglês) produzido pela ONG Conservação Internacional.
Com 11 minutos de duração, o vídeo gravado em 360 graus faz um mergulho na vastidão verde e azul da floresta, sob a narração de Kamanja Panashekung, um indígena local, que alerta para as ameaças que circundam a Amazônia.
"A cada ano, aqueles que desmatam a floresta estão se aproximando, buscando apenas ganhos imediatos. Tememos pela água que beberemos. Se as árvores mais antigas forem retiradas, a floresta nunca mais será a mesma. [...] Você e eu compartilhamos esta jornada. E esse destino ainda não está decidido. Podemos escolher um caminho diferente. A floresta não provê apenas para aqueles que vivem aqui. Ela provê para todos. Nós só podemos salvá-la juntos. E só depende de nós", diz Panashekung.
A versão em inglês do filme será apresentada hoje durante a Segunda Assembléia da Aliança Tropical Florestal 2020 (TFA 2020), uma parceria público-privada global em que os parceiros adotam ações voluntárias para reduzir o desmatamento tropical associado à produção de commodities, como óleo de palma, soja, carne e papel.
Na versão em português, o filme é narrado pelo ator e ativista ambiental Marcos Palmeira. A produção teve apoio da Fundação MacArthur, apoio de distribuição da SC Johnson e apoio adicional da Tiffany and Co. Foundation e HP Inc.
Preservar e restaurar florestas é fundamental para evitar as mudanças climáticas mais perigosas e alcançar metas globais de redução de emissões de gases efeito estufa. De acordo com o último relatório do IPCC , cerca de 10% das emissões globais estão ligadas ao desmatamento.
As florestas também são extremamente importantes para a segurança alimentar, a segurança da água e os meios de subsistência, de modo que sua conservação e restauração integram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (SDGs) aprovados em 2015 pelas Nações Unidas.
Nessa cruzada, os povos indígenas são fundamentais. Segundo um estudo divulgado na sexta-feira pela FAO, eles ajudam a proteger o ambiente e fauna, alcançando benefícios sempre que sejam respeitadas suas próprias decisões nos territórios que habitam.