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Varejistas querem transformar a 'Black Friday' num hábito nacional

Lojas on-line se preparam para oferecer descontos de até 70% com o objetivo de estimular os consumidores a anteciparem as compras de Natal

A data é a mais esperada pelos americanos para comprar eletrônicos e eletrodomésticos com descontos (Creative Commons)

A data é a mais esperada pelos americanos para comprar eletrônicos e eletrodomésticos com descontos (Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2011 às 11h24.

Os grandes varejistas on-line do país têm planos de instaurar a "Black Friday" como um hábito nacional. Tradicional nos Estados Unidos, a "sexta-feira negra", logo após o Dia de Ação de Graças, é a data mais esperada pelos americanos para comprar eletrônicos e eletrodomésticos com descontos de até 80%. Colocar o dia no calendário de compras dos brasileiros foi uma ideia do empresário Pedro Eugênio, presidente do site Busca Descontos, que reúne cupons de descontos dos principais varejistas do Brasil.

No ano passado, 15 dos maiores parceiros do site, como Walmart, Americanas.com e Netshoes participaram da ação e movimentaram três milhões de reais em um único dia – um volume que normalmente correspondia a três meses de operação do Busca Descontos. Neste ano, Eugênio espera atrair 80 companhias de e-commerce nacional e movimentar 15 milhões de reais.

Nesta sexta-feira, a partir de meia-noite, os consumidores previamente cadastrados no Busca Descontos poderão comprar produtos – sobretudo eletrônicos, eletrodomésticos, calçados e livros – por preços de 30% a 70% menores. Além das lojas já participaram da ação em 2010, juntam-se agora varejistas do porte do Maganize Luiza e Netshoes, além da operadora de turismo CVC e alguns sites de compras coletivas.

Em meio à expectativa de desaceleração econômica e de um natal mais modesto, os varejistas querem ampliar as ofertas para estimular os consumidores a comprar presentes de Natal antecipadamente. A Netshoes fará ofertas especiais em seu próprio site, com descontos que chegam a 60%. Já o Walmart afirmou ao site de VEJA que irá aumentar de 50 para 200 os ítens em promoção com preços até 70% menores. Outras empresas, como Carrefour, Extra.com e Ponto Frio decidiram aderir à ideia, mas irão organizar suas próprias ofertas.

O Carrefour afirmou que dará descontos de até 50% para clientes que se cadastrarem no site da loja até quinta-feira à noite, além de oferecer promoções para seguidores da empresa no Twitter ao longo de toda a sexta-feira. A loja virtual da Apple também entrou na dança e anunciou que terá preços especiais no dia 25 deste mês.

Reclamações - A intenção de institucionalizar a data no calendário do e-commerce nacional pode funcionar, mas ainda serão necessários alguns ajustes. No ano passado, muitos consumidores reclamaram que algumas lojas apresentaram descontos de fachada: ou muito pequenos ou já previstos em suas promoções de Natal. O próprio Busca Descontos foi alvo de reclamações por não estar preparado para o aumento significativo de cliques. Com uma equipe de apenas quatro pessoas, o site enfrentou instabilidade em seus servidores nos horários de pico da promoção, com mais de 10.000 pessoas visitando a página por segundo. Os problemas também ocorreram, segundo a empresa, porque algumas lojas decidiram participar de última hora.

Contudo, Pedro Eugênio garante que a empresa terá mais estrutura para impedir que a Black Friday decepcione os clientes. “As lojas aprenderam com a experiência e captaram a essência do negócio. Elas sabem que agora é hora de limpar estoque e aproveitar para fidelizar o consumidor”, explica. Para tornar as ofertas mais convidativas, o empresário exigiu dos participantes descontos de, no mínimo, 30%. Além disso, cada promoção poderá ser avaliada pelos consumidores. Eugênio, no entanto, não promete fazer milagres. “É claro que não dá para comparar os preços daqui com os dos EUA. Afinal, nós temos o custo-Brasil. Mas alguém tinha que começar essa experiência”, afirma.

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