A Apple consolidou sua posição como a mais valiosa do mundo pelo terceiro ano consecutivo ((Karl Mondon/Digital First Media/The Mercury News/Getty Images)
Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais
Publicado em 12 de junho de 2024 às 11h08.
Última atualização em 12 de junho de 2024 às 11h13.
O valor total das 100 marcas mais valiosas do mundo subiu 20% em 2024, depois da queda induzida pelo mercado de ações no ano anterior, atingindo US$ 8,3 trilhões, em comparação com os US$ 8,7 trilhões de 2022. Os dados estão no novo relatório BrandZ Most Valuable Global Brands 2024, da consultoria Kantar, divulgado nesta quarta-feira, 12.
O levantamento indica que o aumento foi impulsionado principalmente pelo desempenho das marcas de tecnologia, que contribuíram com US$ 1,2 trilhão dos US$ 1,4 trilhão de crescimento em relação a 2023.
Desde seu lançamento em 2006, o valor das marcas do Top 100 cresceu 474%. O valor mínimo para entrar no ranking aumentou 354%, passando de US$ 4 bilhões para US$ 19 bilhões.
A Apple consolidou sua posição como a mais valiosa do mundo pelo terceiro ano consecutivo, registrando um aumento de 15% em seu valor. A dona do Iphone também se tornou a primeira a superar US$ 1 trilhão em valor total de marca.
“Com essa avaliação, a Apple provou ser resiliente diante das condições desafiadoras de mercado, justificando preços premium e provando que marcas significativas, diferentes e salientes estão em melhor posição para enfrentar a perturbação econômica global”, afirma Martin Guerrieria, diretor da Kantar BrandZ. “O nosso relatório global de 2024 revela que marcas fortes continuam a prosperar apesar da incerteza.”
Em 2024, o valor agregado das 10 líderes globais igualou ao valor combinado das outras 90 empresas do ranking. Apple, Google, Microsoft, Amazon e McDonald’s mantiveram suas posições como as cinco mais valiosas. A Oracle estreou no Top 10, enquanto o Facebook retornou ao grupo.
Cinco novas marcas entraram no Top 100 pela primeira vez, incluindo Lululemon na posição 92 e ADP, a estreante mais bem colocada, na posição 44. Outras quatro marcas retornaram à lista após um período de ausência: Dell Technologies, Aldi, Pinduoduo e HSBC.
Apesar de não aparecerem no ranking geral, duas marcas brasileiras apareceram no Top 20 de bebidas alcoólicas: Brahma (US$ 6,5 bilhões - 11º lugar) e Skol (US$ 6,07 bilhões - 14º). As cervejas foram responsáveis pelo crescimento de 5% da categoria. Uma das razões para isso é o fato dessa bebida ter opções mais baratas e que se encaixam no orçamento mais apertado do consumidor.
“Na categoria de cerveja no Brasil, as inovações ajudaram os consumidores a considerar a cerveja como uma opção para novos momentos de consumo”, afirma Milton Souza, CEO da Kantar Insights Brasil.
Os dados Kantar BrandZ Brasil 2024 mostram que as bebidas alcóolicas representam 22% do valor total do ranking brasileiro e cresceram 3% nesta edição. “São marcas que criaram conexões mais profundas e amplas com os consumidores ao longo do tempo e conseguiram mantê-las”, diz Souza.
O McDonald's também mantém a sua posição entre as cinco primeiras, com o sucesso reforçado pela inovação contínua, incluindo a utilização de inteligência artificial (IA) para cenários como menus dinâmicos e previsão de pedidos, demonstrando como as marcas não tecnológicas podem desbloquear o poder dessa tecnologia.
Também ilustrando o poder nascente da IA na vida cotidiana, a NVIDIA salta 18 posições, indo para a 6ª colocação no ranking de 2024, com um aumento no valor da marca de 178%.
Juntamente com a NVIDIA, os titãs da IA, Adobe e AMD, também obtiveram ganhos, garantindo um lugar entre as 20 marcas que mais cresceram, com aumentos de valor de 66% e 53%, respectivamente. Juntas, com o ressurgimento do crescimento do Instagram, Facebook e Uber, estas empresas destacam como as inovações tecnológicas podem impulsionar o envolvimento do consumidor e acelerar o crescimento.
“Este ano, as marcas que investem em IA obtiveram ganhos notáveis ao colherem os benefícios de uma melhor experiência do cliente. Mas o marketing eficaz assume muitas formas, seja através de excelente conteúdo, seja por meio de inovações, estratégia de mídia eficaz, preços inteligentes e muito mais”, afirma Souza.
“O investimento em marketing eficaz ajuda a melhorar a predisposição do consumidor e a impulsionar o crescimento do valor da marca, contribuindo com um valor monetário significativo para apoiar o sucesso sustentado do negócio", complementa.
Dentro das 13 categorias avaliadas há mudanças que destacam uma variedade de atributos que ajudam a impulsionar o valor da marca. O relatório Kantar BrandZ reúne alguns dos destaques:
. Bebidas alcoólicas: A Corona tornou-se a marca de cerveja mais valiosa. A aceleração consistente na expansão global e a exploração de mercados em crescimento, como o Brasil, a China e a África do Sul, mantendo, ao mesmo tempo, a sua posição forte no México, têm sido fatores-chave para o seu sucesso.
. Vestuário: A Nike mantém a sua posição de marca número 1, mas a diferença entre os concorrentes diminuiu. Zara teve um crescimento de 47%, tornando-a a segunda maior variação no Global Top 100, subindo 24 posições e atingindo o 70º lugar. A abordagem inovadora da Lululemon para o esporte e o compromisso com a qualidade proporcionaram um crescimento de 24%, elevando sua posição pela primeira vez.
. Luxo: Louis Vuitton continua a ser a marca mais valiosa na categoria de luxo, com uma avaliação de marca de US$ 130 bilhões. A Hermès também se destacou ao melhorar exclusividade e preços premium, prosperando nos mercados dos Estados Unidos e da China, levando a um crescimento de 23%.
. Mídia e Entretenimento: A Netflix atingiu novos patamares, subindo do 6º lugar da categoria para o 4º. O aumento de 51% no valor da marca foi impulsionado por um crescimento sem precedentes de assinantes, bem como por uma repressão ao compartilhamento de senhas, destacando a confiança do serviço de streaming na força de sua predisposição ao cliente.
. Varejo: Amazon mantém sua posição como marca de varejo mais valiosa, com crescimento de valor de marca de 6%. A inovação em torno da acessibilidade dos produtos, bem como a sensibilidade dos preços às mudanças no comportamento do consumidor, proporcionaram fortes desempenhos para Lowe’s, Aldi, TJ Maxx, bem como para os gigantes regionais do comércio eletrônico Pinduoduo e Mercado Livre.
Ranking Kantar BrandZ mostra posição, marca, valor e variação.
1. Apple: US$ 1,01 trilhão (15%)
2. Google: US$ 753,4 bilhões (30%)
3. Microsoft: US$ 712,8 bilhões (42%)
4. Amazon: US$ 576,6 bilhões (23%)
5. McDonald's: US$ 221,9 bilhões (16%)
6. NVIDIA: US$ 201,8 bilhões (178%)
7. Visa: US$ 188,9 bilhões (12%)
8. Facebook: US$ 166,7 bilhões (79%)
9. Oracle: US$ 145,4 bilhões (58%)
10. Tencent: US$ 135,2 bilhões (-4%)