Trecho da ação da Unicef que colocou os 10 primeiros minutos de uma partida da seleção Paraguai sendo narrado sem o uso dos nomes dos jogadores (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2013 às 11h57.
São Paulo - Você já deve ter visto campanhas aqui no Brasil incentivando o registro civil de crianças. Afinal, não importa o lugar do mundo, todas as pessoas têm direito a um nome e sobrenome.
No Paraguai, 24% das crianças com menos de um ano não têm certidão de nascimento – entre os indígenas, este número chega a 35% – apesar de o registro ser garantido por lei. Há inúmeras situações em que a falta de um nome faz a diferença, mas Unicef e TBWA\Oniria resolveram apostar em uma que desperta paixões: o futebol.
No final de março, as seleções do Uruguai e Paraguai se enfrentaram no estádio Centenário, em mais uma partida valendo vaga na Copa de 2014. Dois canais de televisão e quatro estações de rádio foram convidadas para enviar a mensagem ao povo e aos candidatos à presidência do país na ação #NoNameMatch.
Durante os primeiros minutos do jogo, a narração foi feita sem citar o nome dos jogadores, apenas o número de sua camisa. Com a atenção do público conquistada, veio a mensagem:
“Assim como esses jogadores, todos nós precisamos de um nome e nacionalidade. No Paraguai, antes de completar um ano, 1 entre 4 crianças não são registradas no cartório civil. O que o seu candidato pensa sobre isso? Pergunte a ele.”
Com a hashtag #nonamematch, o assunto entrou em discussão nas redes sociais e os resultados foram bastante positivos. Segundo a TBWA, a mensagem foi recebida por 4 dos 7 milhões de paraguaios. Com im investimento de US$ 5 mil, a campanha teve um retorno de US$ 800 mil em mídia espontânea, mas publicidade gratuita equivalente a US$ 200 mil. E a Unicef conseguiu que os candidatos assumissem um compromisso para criar ações específicas para crianças e adolescentes se forem eleitos.
Mais um exemplo de que a genialidade geralmente está nas coisas mais simples.
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