Marketing

Sucesso das lives guia marketing do Burger King

Show de artistas em casa inspiram promoções da rede de fast-food, que teve aumento no tráfego nas páginas de delivery

 (Marília Mendonça/Reprodução)

(Marília Mendonça/Reprodução)

Marília Mendonça

Marília Mendonça: rainha da sofrência (e das lives) é uma das inspiradoras dos combos do Burger King (Marília Mendonça/Reprodução)

Nos últimos dois meses, o mundo viu explodir o fenômeno das lives — programa da quarentena que parece ter virado uma especialidade no Brasil. Sete entre as dez transmissões ao vivo mais vistas no YouTube são de brasileiros (e a cantora Marília Mendonça segue no topo da tendência, com duas lives que somam 5,5 milhões de acessos simultâneos).

A moda é um prato cheio para o marketing das empresas, que fazem o que podem para manter seus fluxos de venda. Conhecido pela publicidade arrojada, o Burger King passou a se inspirar nas lives para promover seus combos de sanduíche.

Neste fim de semana, por exemplo, a rede de fast-food lança os combos “Sem Evidências”, “Cabô Sofrência” e “Bonde do Combão”, em alusão aos estilos musicais que mais movimentam a internet.

“Diante do contexto atual, as marcas tiveram de buscar novas formas de marcar presença”, diz Ariel Grunkraut, vice-presidente de marketing do Burger King Brasil. “Seguindo esse conceito, não patrocinamos nenhuma live, mas criamos combos promocionais específicos para algumas com o intuito de interagir com o público.”

Grunkraut conta que a seleção das lives inspiradoras dos combos tem como critérios a afinidade dos artistas com a marca e o volume de conversas sobre o tema.

A empresa não abre dados de vendas, mas o executivo afirma que, até agora, a estratégia tem dado resultados impressionantes. “Em duas semanas, mais de 170.000 pessoas acessaram a página exclusiva do delivery, que era mencionada nos posts das lives”, diz. “Uma live no sábado à noite gerou quase um quarto dos acessos ao site.”

Big Burger Brasil

O surfe do Burger King na onda da pandemia teve outro ponto alto no Big Brother Brasil 20. Logo no início do reality, a rede patrocinou uma prova de resistência que impactou mais de 20 milhões de pessoas, e as buscas sobre a marca subiram 400%.

“Aproveitamos a oportunidade de criar conversas com nossos consumidores e estreitar o relacionamento por meio de dois assuntos que estavam na boca de todos: o BBB e a covid-19", diz Grunkraut.

“Em nossas redes sociais, trouxemos conteúdos variados, por exemplo, memes e situações do BBB, assim como nossos produtos, para, através do humor, nos aproximarmos de quem estava confinado no mundo real. Para isso, reunimos um time com foco 100% nesse projeto, com o objetivo de acompanhar todas as oportunidades nas redes sociais em tempo real e propor iniciativas que conversassem com o programa.”

O investimento no Big Brother foi intensificado na final do reality — que, naquela altura, já tinha se mostrado como a edição de maior engajamento do público. Na ocasião, o Burger King usou da gamificação para atrair consumidores, que tinham de mirar em um código QR em movimento na tela. A ação distribuiu 30.000 unidade do Whopper, o carro-chefe da marca, e as buscas pelo sanduíche no Google aumentaram em 2.300%.

Acompanhe tudo sobre:Burger Kingestrategias-de-marketingMúsicaYouTube

Mais de Marketing

Caravana de Natal da Coca-Cola Femsa Brasil percorre 85 cidades e tem até IA; veja locais

Spaten: como uma marca de 600 anos continua de pé e 'lutando' pelo consumidor?

Creamy, marca de skincare, expande portfólio e entra no mercado de perfumes

O que é preciso para ser um CMO nos dias de hoje? Philip Kotler responde à EXAME