Marketing

Por que as empresas estão fazendo ações de marketing no rio Pinheiros?

Especialistas analisam como esses novos espaços podem se tornar oportunidades para as marcas interagirem com o público

Bar flutuante da Heineken: cervejeira fez uma instalação temporária. (Helena Yoshioka/Divulgação)

Bar flutuante da Heineken: cervejeira fez uma instalação temporária. (Helena Yoshioka/Divulgação)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 5 de outubro de 2023 às 09h27.

Última atualização em 5 de outubro de 2023 às 09h28.

O rio Pinheiros, maior de São Paulo, tem passado por um processo de despoluição. Hoje, as pessoas que passeiam na ciclovia do Parque Bruno Covas, às margens do rio, se deparam com um ambiente mais limpo e agradável. As empresas, ao perceber este movimento de recuperação da natureza, também têm investido em aproveitar locais que antes eram inutilizáveis para a população.

Na última semana, a Heineken, em parceria com a SOS Mata Atlântica, inaugurou um bar flutuante temporário no rio Pinheiros. Esse tipo de ação se enquadra na plataforma Green Your City, que reúne uma série de iniciativas da empresa com o viés de cultura e sustentabilidade.

Em uma ativação parecida, a agência EA, juntamente com as Secretarias de Esportes e a do Meio Ambiente de São Paulo - além da Sabesp - lançou uma balsa no local para receber apresentações de vários esportes olímpicos. A estrutura provisória, executada pela Recoma, empresa especializada em infraestrutura esportiva, recebeu jogos de vôlei, basquete, tênis e handebol durante a COB Expo, evento organizado pelo Comitê Olímpico do Brasil.

“Este é um projeto absolutamente inédito e inovador. É a valorização do rio como espaço de demonstração do esporte e também para mostrar mais claramente para a sociedade que ele está sendo recuperado”, afirma Sergio Schildt, presidente da Recoma.

Preservação

Tatiana Fasolari, vice-presidente da Fast Engenharia, maior empresa de overlays da América Latina, ressalta que para concretizar projetos como esses é necessário uma vontade coletiva de preservar esses recursos naturais para as gerações futuras.

“Rios são ecossistemas interconectados e, muitas vezes, a poluição é resultado de várias fontes, como esgoto doméstico, poluição industrial e agrícola. Tal estrutura pode repaginar a cidade e trazer um olhar mais moderno e atrativo. No caso do rio Pinheiros, podemos ligar isso, também, ao meio ambiente, visto que este processo de despoluição afeta a cidade como um todo”, destaca Fasolari.

Na visão de Ivan Martinho, professor de marketing esportivo na ESPM, os rios Pinheiros e Tietê, que cortam a cidade de São Paulo, são grandes ícones da paisagem paulistana. Com o processo de despoluição, eles se tornam destino e passam a permitir o convívio de diferentes grupos que compõem o espaço urbano assim como nas cidades modernas do mundo.

“Em uma cidade sem praia e com parques existentes lotados, esses novos espaços se tornam oportunidades para marcas interagirem com o público, proporcionando experiências positivas e cuidando da nova paisagem. A ciclovia já atraiu anos atrás o público de ciclistas, aos poucos foram chegando algumas outras opções de atividades propostas por empresas como Beach Tênis, Footvoley e agora opções gastronômicas e de entretenimento, que prometem valorizar de vez esse novo destino na cidade”, completa Martinho.

Fernando Patara, head de inovação do Arena Hub, maior centro de inovação e empreendedorismo esportivo da América Latina, explica que o principal desafio em concretizar projetos como esses no rio Pinheiros é se adequar às limitações ambientais e infraestruturais, além de garantir o engajamento da comunidade.

“O uso destes ambientes para práticas esportivas servem para incentivar a atividade física e proporcionar novos espaços de convivência para a população. Além disso, a transformação de áreas degradadas em locais de esporte e lazer pode revitalizar regiões urbanas, tornando-as mais atrativas para moradores e visitantes, o que pode impulsionar o desenvolvimento econômico local”, conclui Patara.

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