Marketing

Perucas de funcionários do Extra causam polêmica na Black Friday

Nesta sexta, caixas do supermercado Extra vestiram perucas crespas em uma incerta alusão à tradução da palavra “black” para o português

Funcionários no Extra: “caricaturar pessoas negras é mais uma ferramenta de opressão", defendeu uma mulher no Facebook (Facebook/ Cristiane Guterres/Reprodução)

Funcionários no Extra: “caricaturar pessoas negras é mais uma ferramenta de opressão", defendeu uma mulher no Facebook (Facebook/ Cristiane Guterres/Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2017 às 17h24.

Última atualização em 24 de novembro de 2017 às 18h43.

O "blackface" é uma técnica de maquiagem na qual pessoas brancas se pintam de preto para estereotipar características físicas dos negros e representa-las de maneira caricatural, reforçando o racismo.

Usada durante todo o século XX no teatro, cinema e publicidades, o método expõe a maneira racista como diversas pessoas veem o negro.

Tida como algo restrito ao passado, a recorrência dessa representação mostra que ela, infelizmente, ainda não ficou para trás e novos casos demonstram que ainda há gente que não reviu os seus preconceitos.

Usuários das redes sociais dizem ter visto o último fato deste tipo na unidade do supermercado Extra, pertencente ao Grupo Pão de Açúcar, para comemorar o Black Friday nesta sexta-feira (24).

Na ocasião, caixas do local, que estava todo decorado para a data, vestiram perucas crespas em uma irresponsável e incerta alusão à tradução da palavra “black” para o português.

Estarrecida com o que viu, a usuária Cristiane Alves defende que “caricaturar pessoas negras é mais uma ferramenta de opressão. Estas atitudes são abusivas e nos ridicularizam. Homens e mulheres negros ouvem inúmeras ofensas sobre seus cabelos. Ouvimos piadas, somos discriminados, não somos contratados por muitas empresas porque não temos um cabelo comportado. Esse tipo de atitude é engraçada pra quem?”, pergunta a ativista e comunicadora.

Preocupadas com o que ocorria, algumas mulheres avaliaram e questionaram a página oficial da rede.


Procurada pelo Adnews em diversos canais, a marca não se comunicou até o momento sobre o ocorrido em nenhum deles.

Atualização

O Grupo Pão de Açúcar emitiu nota oficial sobre o ocorrido:

"A rede esclarece que não houve qualquer orientação para a iniciativa retratada e que o caso apontado foi uma ação particular e pontual ocorrida em uma de suas unidades. Assim que tomou conhecimento, solicitou sua interrupção imediata. A loja lamenta pelo ocorrido e desculpa-se por qualquer ofensa causada. A rede reitera que segue diretriz estratégica da companhia para uma conduta de combate a todo e qualquer tipo de discriminação, promovendo a inclusão de todos os públicos em seu conceito mais amplo. Isso é reiterado pelo compromisso assumido internamente no seu Código de Ética e publicamente com a Coalização Empresarial de Equidade Racial e de Gênero".

Esse conteúdo foi originalmente publicado em AdNews.

Acompanhe tudo sobre:Black FridayExtraPolêmicasRacismo

Mais de Marketing

Casa da Asics em São Paulo já realizou mais de 20 mil encontros com corredores

Caravana de Natal da Coca-Cola Femsa Brasil percorre 85 cidades e tem até IA; veja locais

Spaten: como uma marca de 600 anos continua de pé e 'lutando' pelo consumidor?

Creamy, marca de skincare, expande portfólio e entra no mercado de perfumes