Além de ativos e autênticos, outra característica dominante na Geração A é o potencial para o consumo (Fernando Vivas/EXAME)
Da Redação
Publicado em 6 de junho de 2012 às 10h36.
São Paulo - Esqueça a imagem de um senhor com uma bengala na mão e de costas curvadas como representação da terceira idade. Ativa, autêntica e querendo tudo para agora, a Geração A rejeita rótulos, estereótipos e tão pouco se sente representada pela mídia. O estudo Riologia, realizado no Rio de Janeiro, cunhou o termo e traçou o perfil desse novo grupo, que representa 62% dos cariocas de 60 a 75 anos.
O estudo faz parte de um projeto que abordará diferentes perfis cariocas. A decisão de começar pelo idoso levou em conta a falta de conhecimento do mercado sobre este público. No total, 577 idosos foram ouvidos durante três meses, sendo 515 na pesquisa quantitativa e 62 na qualitativa, em que foram avaliados hábitos, práticas de consumo e atitudes.
Deste total, o levantamento coordenado em conjunto pela Agência Quê e pela Casa 7 Núcleo de Pesquisa concluiu que a Geração A é formada por 67% de mulheres e 57% de homens. Entre as classes sociais, a C predomina com 64% do target e a AB fica com 62%. Em relação à idade, é maioria o grupo entre 60 e 68 anos (71%), seguido pelos consumidores de 69 a 75 anos (55%).
“Se antes essas pessoas se aposentavam, hoje elas aproveitam. A Geração A viveu a infância nos anos dourados e deu sentido à juventude, e agora dá novo sentido à vida, rejeitando rótulos e estereótipos. Eles são tudo o que pensamos que não são”, avalia Tatiana Soter, Diretora de Planejamento e Atendimento da Agência Quê.
A mudança é perceptível até mesmo nas relações pessoais desse novo grupo. Hoje 26% dos novos idosos têm “ficantes”, termo sequer usado na época em que eram jovens, 47% possuem vida sexual ativa e 26% estão conectados em redes sociais como “Queremos consumir”.
Além de ativos e autênticos, outra característica dominante na Geração A é o potencial para o consumo. Apesar de os próprios idosos se sentirem rejeitados pelo mercado, de acordo com o estudo Riologia, 71% do total de entrevistados ainda são provedores da família, 76% fazem planos para viajar e 14% possuem smartphones, indicando um forte potencial de compra.
“Nosso objetivo inicial era mostrar ao mercado novos perfis de consumo. Agora, o resultado que estamos tendo é quase um trabalho de comportamento social porque quebramos os preconceitos das gerações e, com esses resultados, elas poderão ser vistas de outras formas. A Geração A está fazendo o que já sabia fazer: mudar os padrões”, contou Adriana Hack, Diretora Geral da Casa 7 Núcleo de Pesquisa, durante o evento realizado ontem, dia 5, no Rio de Janeiro, para apresentar os resultados da pesquisa.
Outro ponto revisto é que não há diferenciação na vontade de consumir das classes A, B e C. O que muda entre elas é a possibilidade e a força de compra. “Se a classe A pode ir a Paris, a classe C vai para Búzios e de todas as formas ambas viajarão. O que percebemos é que os idosos de hoje são diferentes dos de 30 anos atrás. Eles são um público com potencial de consumo gigante e certamente quem tiver um olhar atento terá oportunidade de se destacar e estabelecer uma comunicação direta com eles”, explica Tatiana Soter.