No início, o projeto revertia o dinheiro da compra de ração para a causa. Com a ajuda dos portais parceiros da ação, 17 milhões de pessoas acessaram os sites e mais de 3 mil delas preencheram propostas de adoção dos cães (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.
Rio de Janeiro - Andar na rua e ver um cachorro abandonado é comum. Porém, a adoção de animais está em voga e a grande responsável por este movimento é a Pedigree. Desde 2008, a empresa desenvolve em todo o Brasil o projeto Adotar É Tudo de Bom que, em 18 meses no país, registrou a adoção de 10.558 cães. O objetivo é, além de encontrar um lar para os cachorros abandonados, educar os donos sobre a guarda responsável e, consequentemente, ganhar alguns novos consumidores de ração.
O lançamento do projeto contou com uma ação digital que uniu os portais Google, MSN e Yahoo! na mesma causa. Cada um escolheu um cachorro para promover a adoção e, assim, obteve grande sucesso na promoção do projeto. Apesar de não ter números concretos ou pesquisas sobre os resultados, a Pedigree entende que o Adotar É Tudo de Bom vai além de entregar um simples alimento para os cães. Trata-se de reforço no share da marca, que hoje atinge 22%.
A ação da Pedigree acontece com a ajuda de ONGs de proteção aos animais. Mas não basta apenas retirá-los das ruas. A marca oferece ração e uma verba para ajudar a estrutura das ONGs em troca de ações e feiras de incentivo à adoção. Baseado nos pilares de conscientização e guarda responsável, o Adotar É Tudo de Bom late alto, mas não morde.
Projeto bom para cachorro
O projeto foi lançado em 2006 nos Estados Unidos. Ao chegar ao Brasil, algumas adaptações foram feitas para se adequar ao mercado baseadas em estudos no país. Primeiramente, o projeto revertia o dinheiro da compra de ração para a causa. Com a ajuda dos portais parceiros da ação, 17 milhões de pessoas acessaram os sites e mais de 3 mil delas preencheram propostas de adoção dos cães.
Hoje são 40 ONGs trabalhando em parceria com o projeto. Com isso, a marca criou uma conexão direta com o consumidor e a identificação de valores. Assim como um cachorro feliz, a Pedigree abana o rabo para demonstrar sua satisfação em ajudar os Pets. "Quem é louco por cachorro sabe que dói ver um animal abandonado. Criamos uma afinidade muito grande com o consumidor que, assim como a gente, se incomoda com a situação", diz Cynthia Schoenardie, gerente responsável pelo programa Adotar é Tudo de Bom.
Líder de mercado tanto em pet shops como em supermercados, Cynthia prefere não aferir a este projeto especificamente o fato de estar na frente da concorrência. A gerente opta por mencionar os lançamentos de Pedigree com adição de vitaminas e as rações feitas sem gordura trans. Mesmo sem dar a patinha, a empresa ganhou a simpatia do consumidor. Tanto dos que já consumiam, quanto dos que querem se envolver com a causa.
Adotar É Tudo de Bom em todo Brasil
Adotar É Tudo de Bom nasceu em âmbito nacional. Apesar de detectar os melhores e piores estados com relação à adoção de animais, a Pedigree prima pela relevância do projeto sem estar focado em um único mercado. "Notamos que há uma diferença grande entre as ONGs do sudeste e do nordeste", afirma Cynthia.
No sudeste, as ONGs são mais profissionais e já entendem seu papel na causa da adoção, como castrar os animais e promover a adoção. Já no nordeste, as organizações ainda são muito amadoras e falta estrutura. "A maior dificuldade no nordeste é achar ONGs. Primeiro temos que mudar a forma delas operarem para depois incorporá-las".
Para isso, o projeto conta com uma equipe de oito pessoas que fazem trabalho de campo em busca de novas entidades. Além disso, este mesmo grupo faz a auditoria das ONGs que já fazem parte da campanha. No caso de uma ONG que não esteja de acordo com as exigências, a equipe explica os motivos e a marca ajuda a chegar ao patamar ideal.
ONGs X adoção
Uma das preocupações da Pedigree é mostrar que o Adotar É Tudo de Bom não é um programa assistencialista. "Quando ajudamos uma ONG é comum que depois ela cruze os braços e se sinta mais tranquila e não busque mais soluções para seus problemas", conta Cynthia.
O processo com as ONGs é simples. As que promovem mais a adoção e retiram mais cachorros das ruas recebem mais por isso. Esta variável diz respeito aos alimentos dos animais e à estrutura. "Não doou, não ganha nada", salienta a gerente responsável pelo projeto.
As organizações que têm um número expressivo de doações ganham mais alimentos e são beneficiadas com ações diferenciadas. "Assim, as ONGs que não faziam adoção antes agora promovem feiras todo o fim de semana", explica.
Vira-lata é cool
Se para os cachorros a felicidade extrema é comer um osso, para a Pedigree a melhor recompensa é fazer com que as pessoas pensem na adoção de forma diferente. Ou seja, hoje já não é mais cafona ser dono de um vira-lata. "Atualmente quem é cool tem um cachorro adotado porque está colaborando para uma causa social", define Cynthia.
Além disso, a causa da guarda responsável também é o foco da Pedigree. "Temos que transformar o pensamento da população porque muitas pessoas compram um cachorro porque acha bonitinho, mas quando viajam deixam o cachorro na rua", completa. Além de promover a adoção dos animais, uma das atribuições das ONGs ligadas ao projeto é acompanhar as adoções. De maneira randômica, a equipe da Pedigree aborda os adotantes para saber a situação dos animais após a adoção.
De todos os cães que conseguiram novos lares, apenas 3% deles voltam para as ONGs de origem caso um dos lados não se adapte. Não resta dúvida de que a Pedigree late mais alto no canil das marcas de produtos para animais. Fato é que, adotando cachorros, os consumidores tendem a comprar ração para eles. E adivinha qual marca estará em primeiro lugar na mente deles?