Os executivos que reestruturam a Parmalat estão empenhados em preservar o nome da companhia, um ano depois da falência motivada por fraudes financeiras. Segundo o americano The Wall Street Journal desta segunda-feira (10/1), a multinacional italiana lançou uma campanha publicitária que celebra sua marca, história e produtos. "Não havia nada de errado com o nome e os produtos da Parmalat, apenas com as pessoas no comando", diz ao jornal Alasdhair Macgregor, diretor executivo de criação da Publicis na Itália. A agência concebeu os anúncios de televisão no ar desde o mês passado, ao custo de 2,6 milhões de dólares.

A estratégia da Parmalat, nota The Wall Street Journal, difere de outras companhias atingidas por escândalos, que optaram por renovar suas marcas. Os negócios remanescentes da Enron, por exemplo, foram reagrupados em duas empresas, batizadas de Prisma Energy International e CrossCountry Energy.

Analistas ouvidos pelo jornal afirmam que manter o nome Parmalat faz sentido, porque ao contrário dos escândalos envolvendo empresas de serviços como a WorldCom, os produtos da italiana não foram afetados. A empresa apurou de janeiro a novembro de 2004 um lucro operacional bruto de 239 milhões de euros em sua atividade principal, 25% mais do que em mesmo período do ano anterior, apesar de uma queda de 2% no faturamento. A dívida da Parmalat é de 14,2 bilhões de euros.

"Dado que suas vendas não foram realmente atingidas pelo escândalo, o nome provou ser o ativo em que a Parmalat deve focar em seu relançamento", afirma Manfredi Ricca, diretor da subsidiária italiana da consultoria Interbrand.