Sandy substitui Paris Hilton como garota propaganda da Devassa (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 3 de março de 2011 às 11h03.
São Paulo - Mais uma vez, a Devassa conseguiu emplacar um hit pré-carnaval. A angelical Sandy assumiu o posto deixado pela provocante Paris Hilton como musa da cerveja e deu o que falar. Com a improvável substituição, a marca ganhou espaço na mídia e tornou-se um dos assuntos mais comentados da semana. Mas o que a cantora ganha associando sua tradicional imagem de boa moça a uma libidinosa marca de cerveja?
De saída, 1 milhão de dólares. Este o valor que, especula-se, a cantora teria recebido para ser garota-propaganda da campanha durante um ano. São 300 mil dólares a mais do que a internacional Paris Hilton teria cobrado pelo mesmo trabalho e bem acima do valor médio que uma celebridade do “calibre” de Sandy valeria normalmente, segundo fontes do mercado publicitário.
O suposto cachê de Sandy é equivalente ao das celebridades mais bem pagas do mercado brasileiro, como Ivete Sangalo e Luciano Huck, que costumam cobrar 2 milhões de reais por campanhas com a mesma duração. O valor também estaria bem acima do que personalidades que estão em alta – como Wagner Moura e Claudia Leite – embolsam para emprestar suas imagens a uma marca por um ano – em torno de 1 milhão de reais.
Em resumo, em qualquer outro contexto, 1 milhão de dólares seria muito para pagar por Sandy, que não chega a ser uma celebridade B, mas que deixou para trás o auge da sua carreira há muito tempo. O que justifica o alto cachê pago à cantora é justamente o fato de a campanha supostamente colocar em “xeque” sua imaculada reputação, associando-a a uma marca que representa o oposto da imagem casta e comportada que sempre lhe foi atribuída.
Mas, para os especialistas, Sandy tem muito mais a ganhar do que perder com a jogada. Em primeiro lugar, ação a trouxe de volta aos holofotes. “Fazia tempo que ela não tinha essa exposição toda. Desde fim da dupla com o irmão, o momento de maior destaque dela na mídia foi o casamento”, aponta Marcos Bedendo, professor de gestão de marcas da ESPM. “É uma relação de ganha-ganha. O nome dela voltou com tudo”, reconhece Augusto Cruz Neto, diretor da Mood, agência responsável pela campanha.
Mais do que isso, a campanha reforçou uma ideia que a própria cantora vinha tentando emplacar em entrevistas, na repaginação do seu visual e até em uma de suas músicas (“Discutível Perfeição”): a de que não é a “santinha” que todos imaginam. “Associar-se a uma marca transgressora e sensual pode ser positivo para esta nova fase da carreira dela. As grandes divas pop, como Lady Gaga, Kate Perry e Madonna, trazem uma imagem de ruptura, de contravenção”, opina Bedendo.
O responsável por gerenciar os negócios da cantora, Daner Assis, reconhece que a publicidade gerada em torno da campanha é positiva para a carreira de Sandy. “A motivação principal não foi essa, mas sabemos que isso mexe com a imagem dela”, diz. Segundo ele, Sandy foi receptiva à ideia desde o início e não impôs nenhuma restrição durante o processo de criação. “Talvez, se fosse em outra época, causaria um certo incomodo aos fãs. Mas ela está distante da dupla há um tempo, se formou na faculdade, casou, mudou de perfil”, defende Assis.
“Ela gostou, estava afim de mostrar esse outro lado dela, tanto que negociações duraram menos de um mês”, afirma Augusto Cruz Neto, diretor da Mood, agência responsável pela campanha. Segundo o publicitário, o que contribuiu para que a cantora dissesse sim à proposta foi o fato que a ideia por trás desta campanha era valorizar mais a irreverência e a diversão do que a sensualidade – ponto enfatizado na campanha anterior com Paris Hilton, criticada por ser demasiadamente vulgar.
Mesmo assim, Cruz diz que Sandy topou mostrar ângulos pouco explorados antes em sua carreira – um dos comerciais para TV, que vai ao ar em breve, tem uma tomada inteira com a cantora dançando de costas no palco.
Talvez não seja o suficiente para convencer o público de que Sandy realmente tem um lado “devassa” – a primeira propaganda, que foi ao ar ontem à noite (02/03), ficou muito aquém do padrão de “sensualidade” dos comerciais de cerveja –, mas será o bastante para garantir um bom tanto de marketing gratuito para a cantora, além de um significativo reforço à sua conta bancária.