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Os sucessos e fracassos dos sambas-enredos patrocinados

As agremiações não se contentam e não se sustentam apenas com a verba cedida pelo governo e passam a apostar na captação de patrocínio


	Carnaval: marcas estão entrando cada vez mais pesado nos patrocínios desse feriado
 (Alexandre Macieira/ Riotur/Fotos Públicas)

Carnaval: marcas estão entrando cada vez mais pesado nos patrocínios desse feriado (Alexandre Macieira/ Riotur/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2015 às 20h43.

São Paulo - Os desfiles são caríssimos: chegam a girar em torno de R$ 8,3 milhões a R$ 16,7 milhões, segundo as principais reportagens sobre o tema.

Dessa maneira, as agremiações não se contentam e não se sustentam apenas com a verba cedida pelo governo e passam a apostar na captação de patrocínio.

As marcas estão entrando cada vez mais pesado nesse jogo.

Se antes patrocinavam apenas o evento, agora passaram a investir também nas escolas e até no samba-enredo, fato, inclusive, que gera inúmeros debates sobre os limites da penetração do capitalismo na "festa do povo".

Cabe ressaltar que os patrocinadores podem estampar seus logos nas quadras, sites e camisetas utilizadas por integrantes das escolas, mas é proibido fazer menção ao nome da marca na letra do samba, ainda que de forma implícita, como fez a Rosas de Ouro em 2010.

A escola teve que mudar o seu samba. O refrão "Cacau é Show" virou "Cacau chegou".

A medida protege os direitos dos parceiros comerciais da Rede Globo, que detém os direitos de transmissão dos desfiles.

Isso não impede que as marcas invistam em patrocínio e deem seus pitacos no samba.

Confira alguns casos abaixo:

Marcas de Ayrton Senna e Unidos da Tijuca (2014)

No ano passado, Ayrton Senna foi homenageado pela Unidos da Tijuca, do Rio de Janeiro.

A escola de samba teve uma ótima motivação para dar sequência ao enredo que exaltou o campeão da Fórmula 1.

A escola recebeu R$ 6 milhões de reais das patrocinadoras Shell, Audi, Credicard e Gillette, de acordo com Lauro Jardim, colunista da "Veja".

(Pascal Rondeau/Getty Images)


Basf e Vila Isabel (2013)

A Basf, empresa química, bancou o enredo da Vila Isabel no Carnaval de 2013. 

"A Vila canta o Brasil, celeiro do mundo – água no feijão que chegou mais um...", foi a letra que exaltou a agricultura brasileira.

Tom Maior e Prudence (2013)

Também em 2013, a Tom Maior foi patrocinada pela marca de preservativos Prudence, em São Paulo, com o samba-enredo "Parque dos Desejos – O Seu Passaporte Para o Prazer". A escola de samba contou a história da camisinha e do prazer sexual.

(Divulgação)

Beija-Flor e Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Mangalarga Marchador (2013)

Alguns temas escolhidos para o samba-enredo, por força do patrocínio, acabam sendo bem curiosos. 

Assim, a parceria entre a Beija-Flor e a Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Mangalarga Marchador deu origem ao samba "Amigo Fiel", que fala sobre o cavalo da raça Mangalarga Marchador.

Bombril e Vai-Vai (2012)

Desde 2011, a Bombril escolheu o Carnaval como uma das ações estratégicas para ativação de marca. 

Em 2012, o samba-enredo "Mulheres que brilham - A força feminina no progresso social e cultural do país", representava na avenida a campanha de marketing das famosas esponjas de aço.

(Divulgação)

Pantene e Vila Isabel (2011)

Em 2011, a Pantene, da P&G, patrocinou a Unidos da Vila Isabel. 

A escola entrou na Sapucaí com o enredo "Mitos e histórias entrelaçadas pelos fios de cabelo", com o argumento de que o cabelo faz parte do samba e do carnaval desde a época das marchinhas. 

O desfile contou com Gisele Bündchen, garota-propaganda da marca.

Danone e Porto da Pedra (2012)

Com o improvável tema iogurte em seu samba enredo, a escola carioca não fez um desfile satisfatório na opinião dos jurados e acabou caindo para o Grupo de Acesso no Carnaval do Rio de Janeiro.

(Divulgação)

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