ChatGPT (Agence France-Presse/AFP)
Colunista
Publicado em 5 de fevereiro de 2024 às 19h14.
O ano passado foi tomado por discussões focadas em destrinchar a inteligência artificial (IA) e entender qual exatamente seria o seu impacto, principalmente com a sua popularização após o lançamento do ChatGPT pela OpenAI.
Ainda que tenha tido avanços nas conversas sobre ela, temos um longo caminho pela frente no sentido de compreender melhor o seu funcionamento e de que forma está influenciando a sociedade. Por isso, precisamos seguir aprofundando nos debates e pesquisas sobre os seus reais benefícios, sem deixar de lado os eventuais riscos.
O fato é que a inteligência artificial representa um avanço tecnológico significativo para organizações de todos os setores, e oferece diversas possibilidades que nem ao menos imaginávamos serem possíveis há pouco tempo.
Segundo um estudo recente realizado pelo PitchBook em parceria com o Web Summit, para 62,2% dos entrevistados, tecnologias como IA e machine learning possuem o potencial mais disruptivo dentre as inovações emergentes. Além disso, 75,8% disseram ter feito ao menos um investimento em empresas de IA/ML nos últimos 18 meses, e 30% dos investidores declararam utilizar com frequência IA e análise de dados ao avaliar possibilidades de investimento.
Esses dados mostram o quão presente a tecnologia já é dentro das corporações. Entre as vantagens mais evidentes do seu uso, está a capacidade de analisar grandes volumes de dados de forma rápida e eficiente, o que possibilita que as companhias tenham em mão insights valiosos para aprimorar estratégias de crescimento, identificar tendências de mercado e prever demandas. O resultado disso é a oportunidade de tomar decisões muito mais assertivas e que realmente façam sentido para os negócios.
A agilidade e precisão trazidas pela IA também têm aperfeiçoado o dia a dia dos colaboradores, automatizando tarefas repetitivas, além de liberar equipes para atividades mais estratégicas e criativas. Nesse cenário, a relação entre automação e aumento da eficiência é muito clara, o que permite reduzir custos e aumentar a produtividade.
No entanto, como tudo nessa vida, a inteligência artificial também traz desafios e riscos para as empresas. Entre os principais está a segurança dos dados, pois conforme as organizações ficam cada vez mais dependentes da tecnologia e de plataformas digitais, também ficam mais suscetíveis à ataques cibernéticos e outros tipos de ameaças. Nesse contexto, se intensificam as preocupações relacionadas à privacidade e à proteção de informações sensíveis e pessoais.
Outro risco significativo que requer muita atenção é que os algoritmos podem ser tendenciosos ao trazer pontos de vista e decisões com caráter discriminatório, comprometendo não só a equidade e a imparcialidade nas operações empresariais, como também prejudicando a reputação da marca e a confiança de seu público.
É importante entendermos que na mesma medida que a IA traz avanços e benefícios impressionantes, ela também apresenta obstáculos que precisam ser enfrentados para o seu bom uso. As companhias devem ter isso em mente e utilizar a tecnologia de maneira responsável e ética, investindo na transparência dos algoritmos, segurança digital e em iniciativas de educação que ensinem como aproveitá-la da melhor forma possível. O futuro da sociedade depende disso.